segunda-feira, 9 de março de 2020

NO RADAR COM LANI

“Chaotic Frame Of Mind” É o trabalho de estreia do atuante guitarrista mineiro Beto Lani. O Disco é composto por 12 canções que surpreendem pela versatilidade, além de manter uma sonoridade muito agradável! O CD vai muito além do que se possa esperar de um trabalho composto por um guitarrista, “Chaotic Frame Of Mind” é focado em canções bem construídas, com boas melódias, sem se apegar nas escalas autoindulgentes do virtuosismos gratuito! Com vocês NO RADAR com LANI

1 – A primeira impressão do disco em um contato visual, é uma dedução que possa ser aquele CD nos “moldes de guitarristas”, talvez projeto levar o seu sobrenome se tenha essa suposição. Mais a “pegada” é bem diferente, as músicas são canções muito agradáveis e variadas. Como foi o processo de composição desde trabalho?
Apesar de ser guitarrista e amar esse instrumento, eu nunca me identifiquei com álbuns instrumentais. Claro que fui muito influenciado por guitarristas como Joe Satriani e Steve Vai, mas eu sempre gostei de cantar. As músicas foram criadas ao longo de vários anos, muitas delas foram concebidas ainda na minha antiga banda, a Wisache, algumas compostas pensando em novos projetos, em parcerias com alguns músicos, vários objetivos diferentes. Com o tempo eu fui percebendo que elas tinham uma identidade própria, daí veio a idéia de gravar esse disco. Eu sinto que ele traduz vários momentos diferentes da minha vida musical e pessoal, é um disco muito introspectivo, como se eu tivesse me conhecendo como compositor.

2 – A sonoridade flerta bastante com um rock mais atual, versátil em juntar elementos mais pesados com referências do pop e até indie! Qual a inspiração musical para esse projeto?
Ah, eu gosto de muita coisa diferente, eu escuto muita coisa dentro do rock, acaba que a influencia vem na hora de compor. O fato tambem das músicas terem sido compostas em épocas diferentes ajuda, ás vezes eu estava numa fase mais metal, ou mais hardrock, ou mais progressivo. Eu sempre gostei também dos discos mais ousados das bandas, me interesso pelas possibilidades, como tal estilo soaria com tal banda tocando. Discos como Risk do Megadeth, Load do Metallica, Road Salt do Pain Of Salvation me inspiram muito a tentar ir por caminhos diferentes.

3 – O CD é muito agradável de escutar e seu vocal contribui totalmente para isso! Ao interpretar suas composições (e parcerias) você sentiu um controle melhor sob o resultado final, em termos de sonoridade?
Senti sim, eu tenho essas músicas na cabeça a muito tempo, então eu sabia direitinho como iria soar. O mais legal foi que as parcerias foram muito ricas, o Iago, por exemplo, além de cantar uma parte de Inside, compôs 3 letras para o disco, e ele conseguiu captar direitinho a idéia das canções, eu em identifiquei muito com as letras e me senti muito a vontade para cantá-las. Foi uma experiência muito gratificante gravar a voz nessas músicas. Meu professor de canto, Noel Fernandes teve um papel crucial na gravação das vozes, por que muitas vezes eu sabia o que queria, mas não conseguia executar, ele me ajudou muito. 

4 – Lendo o encarte, além dos músicos que o acompanham, notei várias parcerias envolvidas no lançamento! É importante contar com esse apoio?
Muito importante, a cena independente precisa muito dessas parcerias. São elas que fazem tudo acontecer, seja o estúdio, os músicos, os selos, os blogs, se você não fecha parceria, você não sai do lugar. Temos que trabalhar com a nossa realidade, e para o artista independente inserido no mundo do rock ainda, e ela é dura.

5 – Quais os desafios de divulgar o material e fazer uma boa distribuição nos dias de hoje? Agradeço sua participação, fique à vontade para suas considerações finais!

Hoje em dia você tem vários mecanismos muito bons para divulgar o material, e que são bem acessíveis aos artistas. Ao meu ver a dificuldade está mais em comover quem escuta a sua música. Esse é o grande desafio, criar a reação, a vontade de ouvir de novo, a vontade de interpretar a letra, perceber todos os elementos que você colocou na canção. Bom gostaria muito de agradecer o blog pela oportunidade de poder falar um pouco desse trabalho, que foi feito com muito cuidado e dizer que é importantíssimo o público ouvir ás bandas que estão por perto, compondo, lançando material, fazendo show. Apoie as bandas de sua cidade, é assim que conseguimos manter a cena rock na ativa.






Por Vitor Carnelossi


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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

NO RADAR COM SÓDIO


A seção NO RADAR de hoje recebe a presença da banda SÓDIO que acaba de disponibilizar 5 músicas (segue o link abaixo) contendo um Hardcore cortante e visceral! A banda é encabeçada pela vocalista Estefiliane e conta com o apoio do guitarrista Renato, antigo conhecido da cena de Maringá/Londrina que também é marido da “Esté”. Confiram essa entrevista e apoiem a banda! Vida longa ao Sódio!

Qual é a formação do Sódio HC e quais as referências musicais que influenciam a banda?
Antes de mais nada, olá a todos, é um grande prazer para nós como banda que recém lançou um EP sermos chamados assim logo de cara para uma entrevista.
A formação é composta por mim, Estefiniane “Esté” Castro vocalista e compositora das letras e por Renato Nascimento, meu marido, guitarrista e responsável por todo instrumental. A banda conta com o apoio nas apresentações do baixista Diogo Nascimento e contará com a parceria de um baterista que em breve será anunciado. Há a possibilidade de efetivação definitiva desses membros na banda, visto que são pessoas sérias e respeitam nosso trabalho, e essa é uma das maiores propostas da banda: seriedade e comprometimento com a qualidade musical e coerência ideológica.

02 – Qual o conceito central em relação as letras, como o Sódio HC se posiciona ideologicamente?
Na verdade tratamos de conceitos diversos, mas para o primeiro EP, que é conceitual (para quem ainda não sabe) o foco é a degradação do ser humano em si. Visamos expor as mazelas do sistema, a miséria, o caos social, tudo isso embasado em situações que vivenciamos diariamente. Pode até parecer clichê, mas um assunto tão sério como esse não pode desapercebido, visto que nas ruas presenciamos a fome, a morte e a falta de dignidade que o sistema impõe para os menos abastados. É só olhar a nossa volta e ver a cara de desdém que o cidadão “de bem” faz quando vê um índio, um “nóia”, um mendigo ou trabalhador que vende doces no sinaleiro. É isso a verdade está tão escancarada no dia a dia, que chega a ser absurdo que as pessoas sigam no seu cotidiano sem que isso as afete de maneira alguma ou as faça refletir sobre. Um exemplo disso fica exposto na música “Culpados”.

03 – Vocês começaram o ano de 2020 com um EP bem legal, bem produzido! Gostaria que comentasse as 05 faixas desse material (virtual)
Faixa 1- Suturas:
A canção é sobre alguém que estás prestes a perder a fé em si mesmo, mas sabe que deve manter a esperança e resistir. Uma coisa que vemos muito no cotidiano, principalmente por causa da taxa de desemprego e das dificuldades em se manter vivo nessa selva de pedra, que cada dia mais tenta tirar a nossa dignidade.

Faixa 2- Culpados:
Culpados fala sobre a culpa que todos nós carregamos mesmo que indiretamente, toda vez que ignoramos os miseráveis e seguimos nosso caminho como se aquele ser fosse apenas parte do cenário, e não uma pessoa, um indivíduo, com suas lutas e com suas dores. Os pais que acham que basta enfiar dinheiro goela abaixo dos filhos, jogar um tablete ou celular na mão de uma criança para não ter que cumprir suas responsabilidades. O cidadão que não entende, nem se preocupa em entender sobre política e elege porcos safados que só pensam no seu próprio rabo. E os principais culpados, os governantes, que exploram um povo inculto e despreocupado, que acha que um churrasco e as novelas da TV são mais importantes do que ter uma verdadeira consciência social.

Faixa 3- Paradigma Social:
É uma indireta; na verdade o paradigma são as pessoas que estão na fila do SUS, as pessoas que seguem suas vidinhas medíocres, sempre reclamando, mas não entendem que são parte de um joguinho sórdido. Onde a maioria nem se pergunta o porquê de serem miseráveis e estarem em situações degradantes. Os verdadeiros criminosos já sabemos quem são, mas porque nunca as pessoas se rebelam? Não vemos outra resposta senão um grande paradigma social e um gigantesco conformismo.

Faixa 4- Atitude ou Morra:
Uma canção de teor simples: enquanto não houver união entre os cidadãos, para juntos nos levantarmos, as nossas cabeças continuaram embaixo da sola de coturnos sujos.  Precisamos ter atitude, ou iremos sucumbir, porque todos sabem que a história se repete.

Faixa 5- Mate ou Será Morto:
Essa música é a apoteose do EP: Fala sobre o lado animalesco do ser social. Ao mesmo tempo que nos deparamos com muitas vítimas e pessoas que sofrem, também enfrentamos o lado podre do ser humano. É luta por sobrevivência, cão comendo cão, assassinatos, violência dos cidadãos para com os cidadãos, o que é um deleite para o sistema, diga-se de passagem, ver a população se matando, alienados em uma guerra fria social em que tribos se boicotam por conceitos absurdos, onde o cara que ouve rock quer encher de porrada o outro que também ouve rock só porque ele não fala tudo o que o outro quer ouvir, ou porque ele tem alguma opinião diferente e acredita que seus ideias devem prevalecer, mesmo se esses ideias forem hipocrisia e violência furada, sem sentido.
Como as vezes vemos no próprio cenário, não há união porque um quer quebrar a cara do outro por coisas que nem sabem ao certo, pelo famoso “disse que me disse”. É isso...é gato atrás de rato, ou melhor é o rato armando a ratoeira pro seu próprio semelhante roedor.

04 – Quais os desafios para se divulgar hoje em dia e conquistar o seu próprio público?
O primeiro desafio são as questões financeiras, quando somos pobres e não temos apoio, gravadora e nem nada do tipo, temos que nos virar em trinta para conseguir algo. Sorte que temos alguns amigos como o Vitor Gaioto da banda Biomorf e o Yuri Padial da Infernal Art. Outros desafios ficam por conta da desunião, do machismo (PRINCIPALMENTE), porque quando se é mulher e não dá mole para os caras, eles logo vão rebaixando seu trampo, e tem outra, você tem que é capaz o dobro, porque a cultura do macho alfa ainda está presente na sociedade e no underground não é muito diferente, talvez seja até pior.

Há outras questões também; mas felizmente o EP e nosso trabalho está tendo uma ótima recepção e respaldo, e nos mantemos firmes resistindo e construindo nosso estrada com as pedras que nos são arremessadas, aliás joguem mais!! (risos)


05 – Além do Renato, que já um cara atuante na cena da região, o Sódio HC ainda tem o diferencial de ter um vocal feminino, que é tão expressivamente importante nos dias de Hoje! Como tem sido essa experiência que por incrível que possa parecer, ainda encontra resistências.... O Colorado Heavy Metal agradece a vossa presença!
Como disse na pergunta anterior, ainda existe sim muita resistência, machismo, ignorância, gente mentirosa, gente que se diz apoiador e defensor das causas femininas, mas só consegue mesmo é passar vergonha, não adianta ser femimacho, se não tem uma buceta nunca vai saber o que nós mulheres do cenário passamos de verdade. Agradeço a oportunidade por concedermos essa entrevista. Muito obrigado, Vitor! E conte conosco no que precisar, não temos dinheiro, mas estamos juntos nessa hehehe. Valeu cambada!


(Renato): Agradecemos muito pela entrevista, Vitor e todo mundo que apoia o Colorado Heavy Metal. Eu tinha me afastado totalmente da cena, perdi o tesão e não queria mais fazer parte de nada. Muita falsidade, hipocrisia e falsos amigos, e não preciso disso na minha vida. Só voltei a tocar para apoiar a minha esposa, que sempre me apoiou incondicionalmente, que independente da situação, sempre esteve ao meu lado. Ela faz as músicas, ela dá as ideias dos riffs e bases, eu me influenciei muito pelo gosto musical dela, que é bem diferente do meu, e achei uma nova vida nesse cenário, apesar de uns zé roelas estarem torrando o meu saco, vou ser sempre resistência e estarei sempre ao lado da minha mulher, na banda ou fora dela. 

É isso! Um grande abraço a todos. Curtam o EP e apoiem o underground, que não são só as bandas, mas também os fotógrafos, zines, produtores de show, gravadoras e etc.

Link pro EP: https://sodiohc.bandcamp.com/releases



Por Vitor Carnelossi


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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

NO RADAR - COM FORGOTTEN SAGA

Junior Bonora é o nome do excelente guitarrista que já participou de algumas bandas e projetos, entre eles Perpetual Digrace, Thunderlord, Grey Holf. Estamos com o Junior NO RADAR para saber sobre seu primeiro trabalho solo, o FORGOTTEN SAGA!!!! 



1 – Você está se preparando para soltar seu primeiro álbum solo chamado “Forgotten Saga”, Quais as principais inspirações e referências para este trabalho? Primeiramente, parabéns por esse trabalho aqui e muito obrigado pelo convite para a entrevista! O Forgotten Saga é a colisão das minhas paixões pelo heavy/power metal germânico com a literatura fantástica. Sou apaixonado por Accept, Grave Digger, Blind Guardian, Helloween, Gamma Ray, Primal Fear, Judas Priest, Hammerfall. Certamente você ouvirá um pouco de tudo isso no disco. Ao mesmo tempo também sou fã de Senhor dos Anéis, contos do H. P. Lovecraft, e é claro, Andrzej Sapkowski. É baseado na grande obra desse último que fiz o disco debut, Last Wish. A saga The Witcher é uma paixão minha, nos livros, games, HQs e agora no seriado da Netflix. 

2 –Você já esteve em estúdio gravando para outras bandas. Qual o principal desafio em “peitar” um projeto cujo você é compositor? O principal desafio é a sobrecarga pelo acúmulo de funções. Ter que se responsabilizar pela criação de tudo, pela produção e ainda performar nas gravações é um desafio. Compor é mais difícil quando você também tem que se preocupar com logotipo, capa, timbragem, programação de baterias, letras, páginas na internet e tudo que envolve um lançamento independente. Há um custo financeiro e um custo mental. O Forgotten Saga só é uma realidade porque me dediquei exaustivamente durante minhas últimas férias antes da minha filha nascer. 

3 – Você é um estudioso da guitarra e tem uma excelente técnica! Há uma cobrança pessoal em você para apresentar um trabalho dentro de padrões elevados do instrumento? Muito obrigado Vitor, vindo de você que é um grande guitarrista fico ainda mais honrado. Eu estou na guitarra especificamente já fazem 19 anos, porém só passei a estudar música de verdade há 6 anos. Voltei a fazer aulas e nunca deixo de praticar, ao menos um pouco, todos os dias. Hoje em dia também sou professor de guitarra. Eu tenho um prazer em tocar que é um caso a parte, também tenho um lado guitarrístico como ouvinte (além do metal em si). Gosto de ouvir Greg Howe, Allan Holdsworth, Gary Moore, Joe Bonamassa, Joe Satriani, Kiko Loureiro, Malmsteen. Acho que essas referências acabam se misturando um pouco. 4 – Conversando em “off “ você me disse que teve que dominar a tecnologia na captação e produção antes de gravar “Forgotten Saga”. 

4 - Gostaria que detalhasse esse processo, como está sendo produzido este álbum de estreia? O principal critério para esse disco foi manter os pés no chão, mas vale um na mão do que dois voando. Abri mão de investir em um super projeto para fazer algo que eu realmente desse conta de finalizar. Estudei o Reaper, o ezdrummer, investi em racks, monitores de áudio, cabos bons, etc. Foi um tempo fazendo produções teste e pesquisando muita coisa na internet, sobre frequências e técnicas de mixagem. O resultado não é superprofissional, mas é audível. E o melhor: deixou de ser uma promessa, um devaneio, e se realizou. O fato de ser um acumulador de equipamentos de guitarra ajudou também, tenho aqui uma coleção de guitarras, amplificadores e pedais. Conto com a ajuda final do André Tulipano (Steel Warrior) em parte da mixagem e toda a masterização. No próximo trabalho eu vou investir em um produtor e em uma gravação mais profissional, me liberando para compor com mais tranquilidade! 

5 – Haverá algum músico convidado? Quais as expectativas para esse lançamento! Obrigado pela participação! Sim! Revelo oficialmente em primeira mão para você! Os baixos foram gravados por um exímio baixista aqui da região. Ele é ridiculamente bom! O cara se chama Matheus Andrade e fez um trabalho monstruoso nas linhas de baixo. A música A Matter of Price teve os baixos gravados pelo grande Fabio “Greywolf” Paulinelli, as linhas ficaram lindíssimas e qualificaram a música. Você deve saber como o Fabio é técnico e criativo! Nas vozes algumas coisas ainda estão sendo definidas, mas posso adiantar que teremos os 4 vocalistas do Dragonheart atuando na música Witcher of Rivia e o André Tulipano do Steel Warrior cantando em várias outras. Essas participações engrandecem o trabalho para além do que eu jamais conseguiria sozinho. As expectativas pessoais estão ótimas. Tive excelente feedback de alguns amigos importantes. A capa já está pronta e temos a possibilidade real de fazer o lançamento com um selo com distribuição internacional, aguardaremos! Muito obrigado novamente pela oportunidade, você é um cara iluminado Vitor! Abraço!



@forgotten_saga.metal




    POR VITOR CARNELOSSI
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    quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

    RELÍQUIAS - PARTE 01

    Nessa seção, apresentamos ótimos discos que por algum motivo não são clássicos absoluto dentro das discografias de bandas clássicas!



    “Funeral Serenades” – Esse é um disco essencial para quem quer ir a fundo no Death Metal Nacional. Não é exagero dizer que é um dos melhores lançamentos do gênero, não só no Brasil, mais como do mundo todo! O Death Metal técnico e brutal, andava de maneira linear com as grandes bandas do estilo que inauguraram o Tecnical Death Metal! 
    “Cada Dia Mais Sujo e Agressivo” – Em relação a discografia do RDP essa “bolacha” ficou um pouco na órbita de “Brasil” e “Anarcophobia”, devido ao grande sucesso dessa fase. Porém, vale dizer que este é uma das obras mais violentas lançadas por aqui! Veloz, furioso e desenfreado o disco despeja uma estética sonora que ainda é extremamente copiada por bandas de hardcore/thrash... mesmo que subconscientemente.... 





    “Decadence of Progress” - Ta legal... tem hora que os batuques soam meio forçados e plásticos, mais no geral, esse play é foda! O Overdose sempre esteve na captura de um estilo próprio, após lançar o imbatível “Circus of Death” os camaradas pegaram uma onda na “brasiliaridade” que estava em alta no exterior. O Resultado é um disco pesado, inovador e com ótimas composições. Valeu apena, o tempo passou e hoje a galera entendeu!!!! 








    “Death Is A Lonely Business” – Não consigo pensar como esse disco não alcançou o estrelato de outros lançamentos nacionais. Sem exageros, se eu fosse indicar um disco de Thrash Metal nacional sem ser “Beneath Remains / Arise”, seria esse! As guitarras, vocais e batera contidas neste álbum é coisa de gente grande! Outro disco que merecia fama internacional!!! E olha que os caras conseguiram anular os superpoderes de Vladimir Korg nesta época da banda, o que não é nada fácil! 






    “Ashes To Ashes, Dust To Dust” – Não estou pegando no pé do vocalista Korg, ao contrário, Korg tem um peso descomunal na história do Metal Nacional. Mais pense bem, assim como o Chakal teve a tarefa ingrata de substitui-lo, o mesmo aconteceu com o The Mist. Jairo Guedez ficou com a batata quente na mão e de maneira habilidosa modificou as entranhas da banda robotizando a sonoridade para algo cru, industrial e incomparável com o passado recente. O disco até hoje possui uma sonoridade única e conseguiu se tornar mais uma pedra preciosa no panteão dos grandes discos de nosso Heavy Metal Brasil.

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    segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

    NO RADAR COM CARLOS LOPES - DORSAL ATLÂNTICA



    “Parabéns Carlos, li a entrevista aqui e ficou além das minhas expectativas! Mais importante do que "curtidas" é que estar caminhando ao lado de quem admiro, isso é o mais satisfatório! Por mínimo que seja, fazendo algo para ajudar me sinto parte da engrenagem!”

    Com essas palavras agradeci o grande Carlos Lopes, uma pessoa atarefada com as diversas ramificações artísticas que desenvolve, mais solicito, educado e humilde com quem lhe procura! 

    NO RADAR hoje tem a honra desse bate papo rápido e extremamente importante, o esse nome que dispensa maiores comentários, porta voz da seminal e genial DORSAL ATLÂNTICA 


    1 – A musicalidade da Dorsal Atlântica é maravilhosamente transgressora no sentido de nunca se acomodar dentro do gênero musical estabelecido pela própria banda. Como você “encaixa” “Canudos” dentro de sua discografia?
    Meu melhor trabalho na carreira da Dorsal Atlântica.
    O entendimento e a aceitação de toda criação artística “descem redondo” quando não se confronta o público, quando o artista entrega ao seu público o que pretensamente ele “parece querer”. Há vários códigos de grupos: cabelos compridos para roqueiros, cordões para rappers, chapéus de palha para sambistas, etc. É a forma de através do qual se abrem portas com o gestual, a roupa, a sonoridade, a mensagem, e por aí vai. Mas por ser artista, da forma como eu vejo e vivo, os códigos não podem se sobrepor à obra. O meu público de seguidores musicais, obviamente, é de adoradores de rock pesado, mas por considerar que eles esperem mais de mim do que de uma banda seguidora de normas, o diálogo é mais maduro e o entendimento também.  A força do não-conformismo. Artes só fazem sentido quando servem de certa forma para abrir as mentes, (des)educar as pessoas e elevar o nível o deslocando do lugar-comum e da zona de conforto. Mas mesmo dentro do mundo do rock pesado, as bandas e público já foram tomados por mentalidades de sucesso, likes, E quando digo isso não quero contribuir para mais verdades-absolutas como a arte clássica é mais digna que a popular, que funk é uma droga e que rock é uma música superior... E sendo assim, minhas opções estéticas, musicais e líricas nunca foram tomadas para agradar, mas para marcar território, tudo em prol do estudo, da independência e do discernimento. Ser independente até mesmo da cena independente. E como isso seria possível?  Sendo brasileiro, mesmo sabendo que os brasileiros colonizados e globalizados são  incapazes de entender.


    2 – Desde o retorno com a regravação do clássico “Antes do Fim” (Antes do Fim, Depois do Fim) as novas músicas estão sendo compostas na língua portuguesa. Então lhe pergunto; É importante ser ouvido e compreendido pelo público Brasileiro?
    Principalmente nos 3 últimos álbuns: 2012, Imperium e Canudos, a mensagem é radicalmente brasileira. São discos sobre história e política, os mesmos temas que abordo em minha revista em quadrinhos Tupinambah. E te contando isso, ao mesmo tempo estou descartando ter uma carreira no exterior porque o que interessa é o meu país. E friso: o MEU país e não o país da devastação da Amazônia e da discriminação.

    Quando fundei a banda em 1981 eu tinha como objetivo criar, desenvolver uma leitura brasileira do rock pesado estrangeiro. Claro que essa visão foi amadurecendo com a estrada, com as mudanças internas e externas, mas nada disso me tornou palatável para a indústria nascente. Não havia gravadoras para lançar as bandas novas em 1983 por exemplo... banquei meu primeiro disco assim como banquei minha primeira revista em quadrinhos. E durante esse processo contei com o público em várias oportunidades-chave tanto nos permitindo tocar no festival Monsters of Rock em 1998 como voltar a gravar em 2012.

    3 – Quando se fala em Dorsal Atlântica, muito se fala no conceito das letras, pois você sempre exímio escritor. Mais em termos de instrumental, quais suas ideias e referencias nos dias de hoje?
    Não tenho muitas referências a não ser as que me influenciaram quando eu estava na transição de criança para adolescente. Por isso os Beatles foram e ainda são muito importantes em minha formação. Eles são como a minha Bíblia. Ontem mesmo, um apoiador me disse que tentou tocar nossas músicas por anos, mas que eram muito difíceis... Ele está certo, não é fácil, é um pouco intrincado porque é muito personalista. Até hoje, a maioria dos guitarristas não consegue tocar o riff de Caçador da Noite, mesmo que esses guitarristas toquem Steve Vai. E por quê? Porque tem um “suingue” na execução do riff que a maioria dos músicos de metal não se importam em aprender. Curioso, não é?

    4 - Alguns discos da Dorsal Atlântica estão fora de catálogo, é possível algum relançamento em comum acordo com a banda?
    Possivelmente sim, mas há que haver investimento, talvez através de uma campanha de financiamento. Temos pensado em relançar o Dividir e Conquistar copiado e masterizado da fita de rolo original. Mas como disse o investimento é alto. Um dos motivos, se não o maior, que deu fim à banda em 2000 é exatamente não termos podido sobreviver da venda de nossos álbuns e shows. Um assunto delicado, que muitos na cena de metal, não gostam de refletir sobre é que só há bandas grandes – com toda a estética possível (cabelos, tatuagens, roupas pretas, satanistas inclusive) – porque há investimentos grandes. Não é a música e as idéias que te fazem crescer, mas a repetição de fórmulas financiadas a um custo alto, financeiramente falando, feitos em ambientes considerados “alternativos”, “underground” e de subculturas. No fim das contas, tudo é negócio. “Vida de gado, povo marcado, povo feliz...”

    5 – Além da parte musical, da inserção como escritor, você ainda está à frente de alguns trabalhos como ilustrador de História em quadrinhos de sua autoria e direção! O Que podemos esperar dessa simbiose artística que sempre reinventa Carlos Lopes em tempos modernos?
    O meu primeiro sonho foi ser desenhista de quadrinhos. Desde cedo alguns trabalhos meus foram publicados em jornais infantis nos anos 1970, mas eu não me empenhava tanto... Aí quando descobri os Beatles com uns dez a doze anos, abandonei os desenhos e me tornei guitarrista. Só vim a desenhar de novo durante a gravação do CD 2012 da Dorsal Atlântica. Eu já estava de saco cheio de música, do ambiente musical e relembrei do meu antigo sonho de ser desenhista e a partir de 2015 decidi que era o que queria fazer. A escolha natural para entrar nessa nova jornada era contar a história da banda em quadrinhos. Da minha maneira, de forma lúdica, sem copiar quem quer que fosse, nos desenhos e no texto. A História em Quadrinhos sobre a Dorsal foi relançada em 2019, agora colorida e com papel de alta qualidade. A realização de um sonho!
    No momento, estou trabalhando na revista Tupinambah 2 e pretendo disponibilizar quase todo o meu acervo musical, da Dorsal; Mustang; Usina Le Blond e meu trabalho para crianças na rede em 2020. Há muita coisa a ser feita...


    Por Vitor Carnelossi



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    segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

    NO RADAR COM PANNDORA


    A banda PANNDORA dispensa maiores apresentações ao público que acompanha o Heavy Metal Nacional, afinal, são praticamente 20 anos fazendo música autoral e superando as adversidades do estilo! A fundadora da Banda Adrismith esteve na seção “NO RADAR” divulgando “URANIE”, o mais recente trabalho destas guerreiras!





    1 - “Uranie” é o mais recente trabalho da Panndora! Qual a sensação em produzir mais este Full-length puramente Heavy Metal mantendo a formação inteira com mulheres!
    Adrismith: É como uma vitória, pois gravar um álbum hoje em dia, não é fácil, ainda mais com recursos próprios. Demoramos muito para produzí-lo, devido a questões financeiras e logísticas. Ainda contamos com a sorte da Inferno Records, há anos queria lançar um trabalho nosso. Então, é uma satisfação enorme.

    2 – Como você compara “Uranie” em relação aos trabalhos anteriores da Panndora? 
    Adrismith: Uranie está mais maduro e melhor produzido. Acredito que ao longo dos anos, evoluímos um pouquinho musicalmente - claro que ainda precisa melhorar muito - e acredito que o resultado está no álbum. Nosso primeiro álbum faltou produção e arranjos, pois são boas músicas, já nesse demos o nosso melhor.

    3 – A Panndora está em atividade desde 2000. Como é manter a banda em atividade e fiel a seus princípios por praticamente 20 anos!?
    Adrismith: não é uma tarefa fácil, tanto é que, somente eu estou desde o início.

    4 – Qual os critérios que a banda utiliza para tocar ao vivo, visto que ainda o Brasil conta com uma infraestrutura underground muito limitada.
    Adrismith: Hoje em dia tocamos muito pouco, por vários motivos, mas dois deles destaco: nossa logística (moramos longe uma da outra) e também porque os produtores não querem contribuir com o mínimo e também não oferecem uma estrutura adequada. Então tocar só por tocar, não vale a pena. Queremos mostrar um bom show, dar o nosso melhor, por isso é necessário bons equipamentos e nem todos dispõe disso.

    5 – Agradeço a valiosa participação sua Adriane! O que representa para você fazer parte de uma banda de Heavy Metal!
    Adrismith: Eu que agradeço a participação e fazer parte de uma banda, para mim é um estilo de vida, amizade, companheirismo, respeito.



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    quarta-feira, 20 de novembro de 2019

    NO RADAR COM YURI FULONE


     

    O projeto/banda “Yuri Fulone” acaba de lançar seu novo trabalho, “Fernando Dias Paes”. Novamente o tecladista (multi-instrumentista) surpreende pela qualidade e esmero já tradicionais em seus trabalhos! Sem dúvidas um dos melhores de 2019 dentro das proximidades do Power/Heav Metal, confiram!

    1 – Yuri, seu novo trabalho é um disco temático sobre a vida do Bandeirante Fernando Dias Paes! Como foi essa experiência para você de ter um personagem central para 
    direcionar todo o álbum? 
    Eu sempre quis fazer um disco que contasse uma história música por música, mas eu não queria criar um enredo fictício. Foi quando eu liguei duas coisas que amo, o Metal e a nossa história.

    2 – Para surpresa dos que acompanham seu trabalho, dessa vez o material é cantado em português! Nos explique essa mudança de idioma dentro do seu planejamento!
    Nunca me imaginei fazendo Metal em português, mas o tema me obrigou a fazer a música O Bandeirante, todas as outras eram em inglês, mas quando o Nuno terminou de gravar O Bandeirante ele chegou pra mim e disse "faz o disco todo em português", na hora eu não quis desperdiçar tudo o que já tinha escrito e começar de novo, mas uma semana depois já estava com as letras e melodias refeitas pra gravarmos o resto do disco! hoje eu vejo a importância dessa escolha.
    3 – Além de multi-instrumentista, você também cuidou de todo o conceito gráfico, inclusive pintando a arte da capa! Qual seu sentimento com esse novo álbum, pois foram várias atribuições artísticas a sua pessoa!
    As capas sempre foram feitas antes das músicas, eu sou formado em Design Gráfico e sempre gostei de desenhar, usar programas gráficos e fazer os encartes. Apenas duas das sete capas não fui eu que fiz, acredito que tudo faz parte de um pacote visual e sonoro que se complementam.

    4 – O esquema de divulgação ainda é um muro intransponível para a maioria das bandas de rock/metal! Como você procura divulgar seu material para capitalizar os recursos?
    Verdade, a divulgação é onde as coisas travam, e no meu caso não é diferente, mesmo fazendo o possível a página da banda tem pouco mais de 2000 curtidas em 5 anos. A única coisa que fiz diferente desta vez foi o lançamento digital dos álbuns, que não dá retorno financeiro algum, mas infelizmente são nestas plataformas digitais que as pessoas estão conhecendo as bandas.

    5 – Tendo alguns trabalhos já lançados, como você compara o último álbum, “Fernando Dias Paes”, em relação aos anteriores? Obrigado por participar!
    Este disco certamente foi o mais trabalhoso, é estranho dizer isso mas a dificuldade de compor em português é muito maior! Tanto pelo empenho exigido quanto pelo tema que é um pouco sobre nós mesmos este acabou sendo meu trabalho mais gratificante, o qual senti que estou apresentando uma coisa que realmente me da orgulho. Já estou trabalhando num single com esta mesma temática em português, acabei me empolgando com isso! será sobre os navegantes da época dos grandes descobrimentos. Mais uma vez eu agradeço ao Colorado Heavy Metal pelo apoio, valeu Vitor!




    Por Vitor Carnelossi


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    Editor responsável - Vitor Carnelossi