domingo, 30 de junho de 2013

ENTREVISTA COM VANDER FACHINI - TUPÃ UNDERGROUND UNION

Acompanhe uma entrevista com Vander Fachini responsável pelo TUPÃ UNDERGROUND UNION exclusiva para o blog COLORADO HEAVY METAL falando sobre a edição 2013 do já consagrado festival.


1 - O Tupã Underground Metal Union já esta chegando a sua sexta edição, qual o segredo para longevidade deste evento?

Vander - Desde  o início a ideia  do evento  era  realizar  um evento que não  tivesse apenas uma edição  e sim que tivesse outras edições ! Então optamos por fazer um evento anual e que seria realizado  todos  os anos. Acredito que o segredo do evento chegar a sexta edição e de se  fazer as  coisas com seriedade, dedicação e respeito!

2- As características do festival é sempre priorizar mais o lado extremo do Heavy Metal, (me corrija se eu estiver errado), no entanto esse o festival conta com a presença do Castellica fazendo um Heavy Metal tradicional, além de bandas de Thrash, Death, Black Metal e Doom Metal, demonstram uma diversidade interessante para o festival. O que você acha da união dessas vertentes  no Festival?

Vander na época do Obscure Side
Vander -Realmente  o  festival tem como característica as vertentes mais extrema, porem apresenta uma diversidade de estilos! Acredito que todos os estilos tem  bandas e algo de interessante, além de ter  pessoas que  curtem diversos estilos e não se limita a apenas um. Além disso  o evento fica bem diversificado  .porem como você mencionou mais   voltado  para o lado extremo.

3 – Apesar de o Festival ser em Tupã, o “Cast” conta com bandas de várias localidades, inclusive com banda do Paraná.  Como você escolhe as bandas que irão participar?

Vander -Geralmente analiso o material das bandas e escolho as bandas na qual se identifica com a identidade do festival e procuro chamar as bandas  na qual o publico  gostaria de ver tocando no evento e é claro  que o meu gosto pessoal influencia também.

4 – O Underground de Tupã e Colorado já está em seu terceiro evento com a interação de ambas as cidades, como você avalia esse intercâmbio entre os municípios através de suas bandas.

Vander - Bem lembrado, acredito  que isto é fundamental  para o  fortalecimento da cena, e quem ganha com isso são  as bandas e o publico. Além de sempre ser muito bom rever os amigos de outras localidades!

5 - O Tupã Underground  Union já contou com os percursores do Death/Doom no Brasil, o pioneiro Pentacrostic. Existe em especial alguma banda underground brasileira  que você gostaria que participasse desse evento?

Vander - Foi muito gratificante ter o Pentacrostic tocando aqui, assim como outras bandas que já se apresentaram por aqui! Tem várias bandas que gostaria que tocassem no evento, e com certesa muitas delas ainda tocarão! Porem  alguns fatores  como    bandas  serem  de uma localidade muito distante daqui, cachê,quantidade de publico  limitada nos  eventos,  etc,  acaba   inviabilizando um pouco a apresentação  destas  bandas por  aqui .

6 – Gostaria que você comentasse sobre as bandas que participarão nesse ano em uma breve apresentação.

Vander - O evento contará com a banda Castellica que faz um heavy metal e conta com músicas próprias  e tocam alguns covers, Tragedy Garden que  faz um Death Doom metal com umas passagens   atmosféricas, Celebração Funebre que  faz um Black Metal com a utilização de teclados, Hecatomic de Death Metal, Nuclear trash de Thrash Metal e Abusive de Grind Core.

7 – Inevitável não perguntar. O Obscure Side, banda que você era guitarrista, tem alguma chance de ser reformulado e voltara a atividade?

Vander - Acredito que  não, foi  uma época massa,  acredito que cada um dos   integrantes  tomaram  rumos  diferentes  e sem  alguns dos  integrantes  a banda  perderia a sua essência.


Ricardo "Vândalo!", Vitão  e Vander em  2008
8 – Copiando a ROADIE CREW, quais seus 05 álbuns favoritos?

Vander - Amorphis – Tales from the thousand lakes , Dark tranquillity – Haven , Death – the sond of perseverance,  Angra – Angels cry, Paradise Lost - Gothic

9 – Quais as expectativas para o  VI Tupã Underground Metal Union em 2013?

Vander - As melhores possíveis! Este  ano  o  evento está  com  um cast legal! Estrutura  bem  montada  para atender da melhor  forma  possível  ao público e as bandas! Tem tudo  para  ser  um grande evento!

10 -  Deixo o espaço aberto para suas considerações finais, e saudações por ser um guerreiro na Cena Underground!


Vander - Gostaria  primeiramente de agradecer a você Vitor e ao  blog  http://coloradoheavymetal.blogspot.com.br/ pelo espaço e dia 07 espero  vocês   e a todos os   headbangers  da região  no  evento !



Sua dose de informação  sobre o nosso underground!


ENGENHEIROS DO HAWAII EM CAMPO MOURÃO, COLORADO MARCOU PRESENÇA!

Em mais uma colaboração  com o Blog Colorado Heavy Metal, Igão nos conta quais suas impressões do show que Gessinger e seu acamado Engenheiros do Hawaii. Confira como foi esse show em Campo Mourão o a presença de nossos amigos por lá.

Por Igor Bertoni
Engenheiros do Havaii, resistindo ao tempo com o comando de Gessinger ,  em Campo Mourão -  PR
Depois de anos curtindo uma banda mais sem ter visto um show ao vivo , eis que surge a noticia que o Humberto faria um show da nova turnê em Campo mourão Paraná.
Apesar das tentativas de fazer uma van pra mais gente participar o  que acabou não dando certo, fomos em dois carros entre amigos  chegamos bem cedo fiquei bem na frente do palco depois de esperar mais de uma hora na fila fiquei mais uma hora na frente do palco parado sem poder sair nem  pra pegar um cerveja , isso tudo pra não perder o lugar. Nesse tempo todo deu pra notar os roadies preparando tudo com muita perfeição para um grande show. Eis que surge Rafael Bizogno ( batera) Estebam Tavares (guitarra) e Humberto Gessinger  (vocal, baixo, gaita, sanfona e teclados) e abrem o show com uma energia de um ‘’garoto’’ Humberto tocando como nunca seus clássicos muito bem executados no baixo como nos velhos tempos coisa linda de ver.
Igão, Hudson e Jonatam - Galera  de Colorado fã do Engenheiros, fazendo por merecer
a oportunidade de ver seus ídolos de perto , show inédito na região!
Fiquei arrepiado de ouvir ele tocando “a Violência Travestida faz seu Trottoir” que tem um som arrepiante no baixo como a musica inteira é , destaque também para as duas musicas inéditas que ele tocou que estarão no novo disco “Insular”,  a musica “Tudo esta Parado” e ‘’Tchau Radar’’ a canção, musica com parceria de Esteban Tavares .
No meio do show  ele assume a sanfona reproduzindo clássicos muito bem executados no acordeon  e por incrível que pareça ficaram incríveis . E pra encerrar depois de ter saído do palco duas vezes dando o show por encerrado ele volta pra matar a noite com as musicas “hora do mergulho” e “Infinita Higway” e assim ele se despediu deixando na minha mente uma noite inesquecível,  pode apostar  . E pra não perder o costume comprei na banca o cd novo do Duca leindecker ( ex- parceiro do Humberto no projeto  Pouca Vogal), o calendário q ele lançou esse ano e uma caneca que ainda não tinha .

 “A Violência Travestida faz seu Trottoir” 
ao vivo em Campo Mourão


Valeu galera do blog de novo pelo espaço, e sempre que puder podem contar comigo. VALEU!

Igor Bertoni

HOLDER - DE MARINGÁ PARA O BRASIL LEVANDO A BANDEIRA DO METAL EXTREMO


Falar sobre o Holder é citar um referencial do metal extremo paranaense, pioneiros da nossa região, de extrema importância para o underground do interior, tanto musicalmente falando pela sua influência, quanto pela representividade da banda junto ao cenário nacional, tendo discos lançados e distribuídos mundo afora e realizado turnês de abrangência nacional.
Os caras estão na estrada desde 1999, praticando seu Brutal Death Metal impiedoso sem se render a apelos comerciais, tendo como itens de sua discografia o saudoso  "Merciful Scourge" (2001), e o excelente "Eternal Flame"(2007), vale citar que na tour de promoção deste último disco, tive a oportunidade de vê-los se apresentar em Manaus-AM, onde morava na época, no festival Extremo Norte em setembro de 2007, fiquei muito orgulhoso de ver uma banda da minha região alcançando um público tão distante.
Enfim, como todos sabem, sou um grande entusiasta do metal nacional, ainda mais quando se trata de pratas da casa como é o caso do Holder, que tem todo o meu respeito, infelizmente a banda recebeu um duro golpe recentemente com o falecimento do baixista Laércio “Lord Holder”, uma perda lastimável para a cena underground como um todo, fica aqui o registro de admiração dos membros do Colorado Heavy Metal pelo Holder, e o nosso lamento por perder esta figura emblemática que foi o Laércio, esperamos que a banda continue trilhando seu caminho e estaremos sempre apoiando quem se presta a árdua tarefa de levantar a bandeira do metal no Brasil!


MERCIFUL SCOURGE (2001)


MERCIFUL SCOURGE (2001)

1. Merciful Killers
2. Inssurrection Luciferian
3. Warriors of Fire
4. Triumph of Steel
5. Lovers of the Evil
6. Immolation of Souls
7. Nothing to Lose
8. Sons of the Shadow
9. Apocalyptic Harvest

Muita sujeira e brutalidade imperam neste disco, em seu debut o Holder chegou mostrando a que veio, despejando nos auto-falantes o mais puro death metal, com todos os elementos que o estilo pede, muito peso e velocidade, a produção está um pouco abaixo da média, o que não compromete a audição, lançado através da Mutilation Records, este é um lançamento de respeito, já demonstrando o grande potencial que os caras possuem. Destaque absoluto do disco pra mim, sem dúvida é “Apocalyptic Harvest”, não recomendado a ouvidos despreparados.


Eternal Flame (2007)

1. Eternal Flame
2. Time of Crucifixion
3. Black Evil
4. Deathlords
5. Infernal Abomination
6. March of Faith
7. Prisoner of the Mind
8. Dethroned God
9. World in Desolation

Não tenho ressalva em falar que este é o meu disco preferido do Holder, e um dos meus favoritos de death metal nacional, lembro de que comprei esse disco em um show com o Laércio, e não me arrependi, há uma latente evolução em relação ao “Merciful Scouge”, tanto em termos produção como de composição, e ao vivo essas músicas soavam desgraçadamente matadoras, curte metal extremo? Item obrigatório!!! Destaques? Tem muitas faixas fudidas aqui, mas eu deixo como destaque “Black Evil”, ouça com moderação!!!


Pra quem não conhece o som do Holder ficam aí algumas formas de ter acesso:



Confiram também o vídeo clip de “Morbid Hell”:

(N.E. A faixa “Morbid Hell” faz parte de um terceiro disco do Holder, sobre o qual não consegui muitas informações, por isso não foi comentado na matéria, mas deixaremos isso pra quem sabe uma entrevista com os integrantes da banda, que poderão dar detalhes mais aprofundados)


Evandro Sugahara

domingo, 23 de junho de 2013

O DISCO QUE MUDOU MINHA VIDA – MARCÃO AZEVEDO

O DISCO QUE MUDOU MINHA VIDA – MARCÃO AZEVEDO



Muitas vezes, o disco que mudou nossa vida não é necessariamente nosso preferido dentre tantos e tantos de nossas coleções gigantescas, em mídia ou mp3. Isso acontece comigo, por exemplo. Se alguém me pergunta qual meu disco preferido, respondo sem pensar: Arise – Sepultura.
Mas, se vc  pergunta qual disco me provocou uma espécie de transformação na filosofia de vida, preciso pedir licença ao Vitor, que me pede esta indicação, para indicar um disco e um EP, que ne verdade era um LP e um vinil.
Por quê?  Porque simplesmente fui apresentado a ambos os discos numa única noite. Conhecer GOTHIC do PARADISE LOST, e  o compacto do AMEN CORNER, debut da banda, que tem SON OF CAIN provocou um ´´estrago´´ irreparável (rssss)......
Descobri ao mesmo mesmo, naquela noite, a combinação letal do angelical com o mórbido, na faixa GOTHIC, e nem menciono ETERNAL, com sua introdução num teclado insano que até hoje não me canso de ouvir, e de quebra o slow black metal paranaense,do AMEN CORNER,  com sua capa preta e os andamentos/batidas/voz que me transpôs naquele momento a outro patamar de busca musical. Um estágio além do metal tradicional de até então, regado a Judas, Wasp, Accept, Scorpions e outras guitarras cortantes.
A proposta do disco GOTHIC foi levada à maestria pelo Tristânia em WIDOW ´S WEED, e  pelo THEATRE OF TRAGEDY em AEGIS,enquanto o compacto do AMEN CORNER era o cartão de visita de algo radical e obscuro do mais alto nível musical, consolidando a banda como primeiro escalão do black metal brazuka, ao lado de outros nomes consagrados.

Tenho ainda na memória esta noite,.Foi na antiga casa de madeira onde ainda morava com o Marcio e nossa falecida Mãe. Tenho dúvida se recebi o material do BIG ou do PIRU,pois não me lembro deste detalhe, mas a posição do som no quarto e a cara de alucinados minha e do Marcio tenho gravado na memória, ao nos deparamos com ´´aquilo´´, e algo mudou. O tempo e o curso da vida cuidaram de aprofundar as mudanças.

Por Marcão Azevedo 


Participe, conte para nós o disco que mudou sua vida!

Colorado heavy Metal!


ENTREVISTA COM VITÃO (TRAGEDY GARDEN / GUILHOTINA HC


Vamos saber o que pensa e os projetos do idealizador do COLORADO HEAVY METAL.
Pois bem, tocando em 02 bandas como membro fundador, e convidado em outros projetos, o guitarrista Vitor Carnelossi consolidou-se como um dos grandes guitarristas do metal regional. Auto-didata na música, possui musicalidade apurada e refinada, viajando por vários estilos com precisão e efeitos devastadores. Como diria seu ex-companheiro de banda Marcão: Vitor - o mestre dos riffs insanos. Confira:

1-Vitor, quais guitarristas e bandas vc mais admira?

Vitor: Na época do Enemy Time respondi um questionário citando alguns guitarristas que curti no momento, hoje é claro que conheço muito mais para poder responder de maneira mais convincente. Ainda continuo admirando David Gilmour pela riqueza de sentimentos, feeling e bom gosto. Porém também citaria Chuck Schuldiner (Death), Randy Rhoads (Ozzy), Paul Masvidal ( Cynic, Death, Master), Gregor Mackintosh (Paradise Lost)  Jon Petrucci (Dream Theater) entre outros....


2-Algum nome em particular pode ser considerado sua influência?

Vitor: Em Particular os guitarristas Rafael e Eduardo (Confront) foram minha primeira influencia, me interessei pela guitarras nessa época, pois era baixista. Após algum tempo acabei sofrendo bastante influencia do Gregor Mackintosh (Paradise Lost) nas melodias do Tragedy Garden e Carlos Vândalo  (Dorsal Atlântica) no Guilhotina HC.

3-Vc nunca abriu mão da melodia, mesmo em trabalhos mais ríspidos, como o Guilhotina.

 Qual a razão? Vitor: Creio que o “lance” ríspido veio mais por falta de técnica de conhecimento no começo do Guilhotina HC, além disso queríamos fazer puramente um som “raivoso” inicialmente sem muito acabamento. Claro que as músicas foram com tempo se polindo e hoje estão muito mais expressivas! Mais as melodias fazem parte de minha formação, sempre gostei de algo melodioso, mesmo em pequena escala e sem intenção, o Guilhotina HC tem seus momentos mais “melodiosos” que dão um toque especial a meu ver.

4-Aceitando ser um dos fundadores do Tragedy Garden, vc se deparou com o desafio da criação numa banda autoral. Como foi esta experiência?

Vitor: Confesso que nem tinha muita noção do que estava acontecendo. Achei confortável inicialmente criar algo que pudéssemos tocar e senti um gosto especial em criar algo meu. Devidamente estimulado pelo Marcão e Márcio, apenas fui criando sequencia de melodias e riffs sem me preocupar com que o “mundo” e os outros guitarristas iriam achar, algo livre e solto. Acho que os estímulos principalmente do Marcão conseguiram me levar de encontro à criatividade, musicalmente o Marcão foi o responsável por eu ser um compositor no Tragedy Garden e um melhor músico em outras bandas!


5-Como vc separa a musicalidade do Guilhotina, Tragedy Garden e demais projetos na hora de tocar e compor?

Vitor: A proposta de cada banda é muito diferente e isso ajuda a não embolar as influências nas composições. O Tragedy Garden tende a ser melancólico e sombrio, por isso uso muito melodias para passar um sentimento condizente com o estilo da banda, tento na medida do possível desenvolver algo emotivo sem abrir a mão do peso. Geralmente procuro motivações criativas em bandas clássicas do Doom/Death/ Black Metal e seus híbridos, até mesmo no Heavy Metal Tradicional, mais é claro que a “mistura” de influências do Tragedy Garden é muito mais abrangente que isso. No Guilhotina HC trabalho com texturas mais ríspidas oriundas do Thrash metal e Punk Rock, a melodia em demasia já se torna prejudicial para a mensagem final do Guilhotina HC, o que difere totalmente a maneira de compor em relação ao Tragedy Garden. Me inspiro muito em Dorsal Atlântica, Sepultura (antigo), RxDxP, bandas com guitarras mais “crus” e som mais visceral, com aquele “drive” mais seco na guitarra.

6-Como é seu processo de criação?

Vitor: Acredito que o principal fato para criação é se aceitar como um compositor e não ter medo ou timidez de se expor as criticas e opiniões variadas que podem surgir. No inicio quando comecei a compor para o Guilhotina HC e o Tragedy Garden era um processo mais isolado, fiz a maioria das minhas partes de guitarras sozinho e chegava no ensaio com o Riffs para serem trabalhados mais confortavelmente. Hoje tenho mais versatilidade e já fiz músicas com o Guilhotina HC por exemplo só nas “Jam Session” e improvisos. Porém, é importante dizer que eu apenas sou uma parte do processo, os outros músicos também sempre imprimem suas características e influências.

7-Vc conquistou a admiração de outras bandas/músicos da região. Comente sobre o processo inicial e sobre o atual estágio.

Desde o início carrego características que continuam sempre com a minha musicalidade. Sou um músico autodidata e tenho muitos “vícios” herdados de meus métodos errados para tocar o que eu ouvia, sem teoria nenhuma. Quando me envolvi com o rock comecei como baixista e isso me deu uma boa base rítmica ajudando a entender as melodias de forma mais simples. Meu estágio inicial foi muito bom porque na minha “inocência musical” produzi bastante material sem aquela cobrança que a experiência traz. Hoje em dia me considero um músico bem mais experiente e com mais facilidade de desenvolver aspectos polidos em novas composições. Em resumo, minha preocupação sempre é melhorar para que meus companheiros de banda tenham um bom guitarrista.


8-Vc teve a oportunidade de gravar em duas oportunidades com assessoria de profissional do ramo. Como vc avalia e o que representou para vc?

Vitor: Através do empenho do baterista Marcão o Tragedy  Garden sempre se manteve em constante evolução buscando resultados profissionais para suas atividades. Achei muito interessante gravar com um produtor experiente e técnico. Tinha muitas dúvidas quanto a minha musicalidade, o produtor me deixou muito confortável e elogiou minha honestidade musical. Procuro sempre ser humilde e discreto quanto a minha postura como guitarrista, nas ocasiões em que gravei me senti valorizado e feliz por meus companheiros e pelo produtor.

9-Mesmo ao vivo, o som do Tragedy Garden soa denso, mesmo com uma única guitarra. Como?

Vitor: Desde o Inicio investi em uma sonoridade com muito efeito de Delay e Reverb para preencher as lacunas. Ao vivo sempre funcionou muito bem, pois o Tragedy Garden precisa de uma camada sempre trabalhando a melodia. Quando chega o momento do solo os “rastros” de ecos encobrem a crueza do baixo e bateria. Sempre fiz isso e quando pego um pedal que não me proporciona “ecos” já descarto seu uso para o Tragedy Garden, são detalhes que fazem o som ficar mais melancólico.

10-O Guilhotina é uma proposta pesada aliada a identificação dos demais músicos com o crossover/hardcore. Como está o trampo da banda hoje? 

Vitor: O Guilhotina Hc assim como a maioria das bandas de nossa região sofrem com um Underground interiorano e pé frio. Alguns dizem que o caminho é a internet para divulgação e promoção, mais na maioria das vezes o conteúdo fácil baixado da internet nem é escutado. Então no Guilhotina HC tenho a filosofia de primeiramente agradar a nós mesmos. Fazemos ótimos ensaios, estamos compondo novas músicas e projetando materiais e curtindo o que fazemos. Acredito que não exista uma pressão exterior, apenas queríamos mais chances de tocar ao vivo, o que nem sempre é possível. Mais a filosofia é ser feliz com o que se tem em mãos, no meu caso pouco importa o que o Guilhotina HC representa para a região, lutei muito por essa banda para ficar esperando aprovação de “muleque” ou qualquer outra pessoa que procura motivos para apoiar a banda. Quem curti o Guilhotina Hc , tem material por ae é só procurar, quem não curte ou não conhece, foge as minhas pretensões e pouco tenho a acrescentar. Existe um CD que esta pronto para ser liberado de forma total, será nosso primeiro registro oficial, já era pra ter saído mais ainda restam detalhes que preferimos ajustar e liberar no momento propício.


11-Como vc vê hoje o metal brazuca e também as bandas mundo afora? 

Vitor: O Heavy Metal do Brasil esta muito bem representado pelos leais praticantes, bandas como Pentacrostic, Genocídio,  Headhunter DC, Golpe de Estado, Krisiun, Eternal Sorrow, DR.Sin, RxDxP,  e muitas outras continuam ao luta pela bandeira do metal nacional. Eu poderia escrever várias folhas e nomear lutadores da cena, mais englobo a todos com uma merecida saudação. Bandas como Sepultura, Angra que eram destaque hoje estão perdidas em negócios, papeis e rixa de egos, algo que repercutiu em lançamentos medianos e pouco inspirados. Porém quem curte Heavy Metal de verdade sempre tem ótimas bandas para apoiar, o saudosismo existe, mais o metal esta sendo feito no Brasil e no mundo, escolha alguma banda e curta!


12-Como está a aceitação e divulgação do coloradoheavymetal?

Vitor: No calor do momento até muito bem! Os acessos foram significativos! Mais não me iludo quando o interesse da grande maioria, em muito breve só restarão nós mesmos. Empenho-me horas nisso e juntamente com meus colaboradores sempre estamos com alguma ideia para resgatar ou divulgar algo relacionado à nossa cena local. Como eu disse ao Evandro no inicio, não espero nada das pessoas, apenas faço minha parte. Não vou cobrar para ninguém ler o que aqui escrevemos, é uma questão de identidade. No mais, a divulgação basicamente é feita via facebook. O blog esta “on line” e o endereço sempre esta sendo postado em locais onde os frequentadores podem saber se há conteúdo novo. Quem não apoia e não nos ajuda sendo um apreciador do gênero, não me surpreende, cada um tem sua vida e seu tempo para empregar em coisas que lhe agradem, mais deixo a dica, heavy metal precisa de lobos e não de ovelhas, é necessário partir para o ataque.


13-Qual dica vc daria para um garoto que pensa em comprar e aprender um instrumento?

Primeiramente, comprando o instrumento, aprenda a tirar o som dele.  Eu até hoje só tive uma guitarra, você não precisa ter uma guitarra de 7 mil pra tocar legal, você precisa respeitar seus companheiros de banda e tentar junto com eles aprender a fazer um som que some para o grupo. Agradeço o  Eduardo Jorge, ele sabe ressuscitar instrumentos. Nem sei o que seria se não fosse o Eduardo me acudir com as panes que surgem durante os anos de ensaios, show e desleixos... Se você quer ser músico, tenha humildade e boas amizades, vai precisar disso.

14-Quais seus 5 álbum favoritos?

- Paradise Lost - Gothic
- Dream Theather – Images & Words
- Viper – Theatre Of Fate
- Savatage – Edge of Thorns
- Death _ Symbolic

15-Suas considerações finais.

Vitor: Primeiramente coloco que o Blog é uma tentativa de união ao menos ideológica entre os apreciadores do som pesado. Agradeço meus parceiros do passado e presente nas bandas em que participei. Agradeço meus colaboradores Evandro, Marcão e Rodolfo por abraçarem esse projeto e doarem seu tempo para nossa causa. Agradeço aos frequentadores do Blog que doam minutos de sua atenção para nosso espaço. No mais, curto muito ser um Headbanger  e vou seguir essa estrada até o final!

COLORADO HEAVY METAL 

domingo, 16 de junho de 2013

TRAGEDY GARDEN - 10 ANOS DO CD "ENEMY TIME" EM TUPÃ (SP)


Em julho de 2008 o Tragedy Garden pela primeira vez estaria se apresentando em Tupã (SP) na 1º Soul of Darksess Fest, a convite do então organizador Vander, o evento foi muito bem organizado e com a presença satisfatória de tupã e região.
 Nesta segunda passagem pela cidade, o Tragedy Garden mostra novas mudanças de formação. Agora o grupo conta com o baixista Rodolfo Santana que já esta há algum tempo segurando as bases e riffs no baixo, e o baterista Alexandre Hygino, que é o membro mais novo da banda e faz a sua primeira apresentação nesta ocasião. A filosofia e conceitos ligados ao Heavy Metal Sombrio continuam intactos e estão sendo continuados pelos membros originais Márcio Valério e Vitor Carnelossi.
Tragedy Garden em  Tupã (SP)  na sua primeira passagem em 2008 com Leandro Francelino
no Baixo e Marcão Azevedo na Bateria
A apresentação será muito especial e intensa por parte dessa nova formação que marca os 10 anos do CD “Enemy Time”, o disco será tocado na integra e agrega um valor muito importante para o underground de Colorado. Agradecemos desde já o convite do pessoal de Tupã que prioriza o underground em seus eventos, também agradecemos a todos que irão conosco na excursão. Os interessados em partirem no “Enemy Time Caravan” entrem em contato através dos telefones: (44) 98117606 (Márcio) ou (44)99283422 (Alexandre) para mais detalhes. Aos amigos que não puderem ir, já deixamos um grande abraço, sabemos que a viagem será longa e nem todos podem estar presentes, porém representaremos em Tupã a causa de todos nós através do Tragedy Garden. O custo da Van será de R$ 20,00 reais e pediremos um desconto no ingresso para os que irem conosco. Partiremos por entre as 9:00 ou 9:30 da manhã e regressaremos as 19:30 para colorado. “ENEMY TIME CARAVAN”
Nova formação: Márcio Valério ( Vocal), Vitor Carnelossi (Guitarra) Rodolfo Santana ( Baixo ) Alexandre Hygino ( Bateria)

Colorado Heavy Metal/Tragedy Garden
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 COLORADO HEAVY METAl

INTROSPECÇÃO (INTROSPECTION)

Formam-se os pares...
Os amigos se foram, todos,
Convido agora o silêncio
A introspecção é como morfina
Faz-me tão estranho
E não tenho estado bem
Sabe, há pessoas com as quais
Gostaria de falar
Bater um longo papo
Perguntá-las "lembram-se de mim?"
Um dia, acreditei em sonhos
Um dia, plantei flores no jardim

Tragedy Garden / Letra - Marcão Azevedo.

DISMAL FORESIGHT - E SUA MARCA NO UNDERGROUND EXTREMO DE NOSSA REGIÃO


O tempo passa e alguns feitos com o passar dos anos tornam-se mais emblemáticos. Os dias passam ligeiros e não parece que há mais de 10 anos se passaram após a concepção brutal  de  “Shadows of the Wisdom”, um álbum que veio para carregar a afirmação do “Brutal Death Metal Brasilian” em nossa região.
Apreciando esse material do Dismal Foresight  nos dias de hoje duas constatações me parecem bastante claras; A qualidade das composições e a honestidade em representar o  seguimento da música extrema em nossa região
Começando pela parte gráfica já notamos um questionamento bem inteligente ilustrado por um labirinto escuro e frio, simbolizando talvez a complexidade de nossa vida em nossas escolhas. Após uma intro para condicionar o ouvinte  em um clima bastante obscuro,  o crescente terror sonoro culmina na primeira faixa e título do CD DEMO. “Shadows of the Wisdom” começa a rolar com os acordes super rápidos de  Marcos. No momento inicial um impacto é causado pela extrema velocidade do baterista Marcelo, a música surge com uma técnica apurada guiada por riffs que me remetem diretamente a antiga escola brutal de Chuck Schuldiner  (Death). O Solo em meio as mudanças de andamento surge com uma melodia  contrastante e  muita personalidade. Embora a velocidade seja extrema em alguns momentos, pode-se ouvir a capacidade do “ Dismal” em imprimir sua musicalidade e suas referencias de maneira muito evidentes.

“War For life “ é a  3º faixa do CD DEMO,  a velocidade dos “Blast Beats” de Marcelo impressionam , o Dismal Foresight   sempre soube  dosar muito bem a velocidade e os andamentos mais cadenciados com uma eficácia digna dos grandes mestres do “Metal da Morte”, não deixando as musicas soarem “maçantes”. Os Riffs de “War For life “ são muito marcantes,  e levam a musica por momentos “intrincados”  onde o trio deixou muito evidente o grau de entrosamento durante essa fase da banda. 
Chegamos à minha opinião o ponto alto da DEMO “Shadows of the Wisdom”, “Roads of the Evil” sem exageros é uma música perfeita para o estilo. Sou obrigado a novamente fazer uma analogia às influencias da banda Death, sei que muitos consideram o “Dismal” mais influenciados por Cannibal Corpse, Malevolent Creation, Morbid Angel, mais esse não é meu caso, os riffs de guitarra sempre me fazem lembrar o estilo de Chuck Schuldiner . “Roads of the Evil” se inicia com  acordes acústicos e introspectivos explodindo rapidamente  em uma sequência matadora de riffs e andamentos totalmente inspirados .O Baixo de Juarez aparece muito bem em sua função preenchendo muito bem os momentos mais cadenciados da música. Ao final da faixa e término da DEMO , ainda temos a agradável finalização com um belo tema instrumental, finalizando sequência altamente brutal com um clima de certa maneira melancólico. Ainda vale ressaltar o vocal de Marcos são perfeitos para o estilo e as letras que se diferem de muitas bandas do gênero com um conteúdo ligado as indagações sobre a humanidade.

Fazendo parte da “trinca” do Metal extremo de Maringá ao lado de No Blest e Holder o  Dismal Foresight  marcou a cena com esse trabalho . Estive escutando vários  dias  a demo “Shadows of the Wisdom” até escrever esse  texto, e asseguro que  não há exageros em dizer que o Dismal Foresight  fez um grande trabalho nessa demo. O Resultado foi shows ao lado de bandas como Krisium, Torture Squad, Drowned, Abomination, Ancestral Malediction, com a presença mais do que merecia desses maringaenses.
 “Shadows of the Wisdom” também teve um papel importante para o Underground  da região, no caso de Colorado proporcionou o primeiro convite para o Tragedy Garden se apresentar em Maringá provando seu  idealismo na expansão da “cena”. Conversando  certo dia com o Felis ( ex- Abuso Verbal) comentamos a importância que o  Dismal Foresight  teve para o fortalecimento da cena, inquestionável.
O Dismal Foresight há algum tempo não esta mais ativo, porém fica registrado nas paginas do COLORADO HEAVY METAL, sua importância para nosso Underground.


“ Lutando para não ser consumidos pela ignorância da humanidade” (Dismal Foresight)



COLORADO HEAVY METAL
Um projeto que documenta nossas lutas, preferencias, e valoriza nossa cultura!

sábado, 8 de junho de 2013

ENTREVISTA COM EVANDRO SUGAHARA

Hoje nossa entrevista é com o principal colaborador, além de redator e divulgador do COLORADO HEAVY METAL.  Vamos saber de suas preferencias e opções através desse bate papo no qual nos da a chande de nos conhecermos de uma maneira diferente!
COLORADO HEAVY METAL

Evandro Sugahara
1 – Evandro, como e quando você começou a curtir um som?

Evandro: Sinceramente meu primeiro contato com rock, foi com a banda RPM, com o disco Rádio Pirata ao vivo, meu pai tinha o vinil e eu colocava no toca discos da Sharp que tinha em casa pra ouvir, isso lá pelos 9 ou 10 anos de idade, em seguida conheci várias bandas do rock nacional dos anos 80, como Titãs, Paralamas, Legião, um pouco mais tarde, as bandas em evidência em minha época, como Raimundos e Charlie Brown Jr.,  circulava nesses meios, até que conheci a galera do metal aqui de Colorado, como o Vitor, o Humberto, Alexandre e comecei a ter contato com um som mais pesado, a partir desse momento me identifiquei com o metal e desde então venho caminhando no underground, pois além de ser música, pra mim é ideologia e estilo de vida também.

2 – Que bandas e quais fatos foram determinantes para você ser um grande admirador de Thrash metal?

Evandro:Inicialmente, dentro desta vertente do metal conheci duas bandas que curto até hoje inclusive, o Nuclear Assault com o Handle With Care e o Overkill com o Taking Over, álbuns clássicos do estilo e das próprias bandas citadas, porém, acho que os principais responsáveis por minha intensa admiração pelo Thrash Metal, são o Slayer e o Sepultura, os primeiros álbuns do Slayer que conheci, nem foram os clássicos, foram dois discos da fase em que Paul Bostaph comandava as baquetas, mas que pra mim foram chocantes e causaram grande impacto na época, o Divine Intervention e o God Hates us All, achei tudo muito furioso, contestador e polêmico devido as temáticas violentas e anti-religiosas, a partir dali fiquei fanático não só pelo thrash metal, mas também pelo Slayer, o Chaos A.D. do Sepultura me deixa boquiaberto até hoje, mesmo depois de tanto tempo, foi o golpe definitivo pra mostrar o estilo próprio do metal feito no terceiro mundo e não poderia deixar de citar como outro grande responsável pelo meu gosto por esse estilo o Pantera, Cowboys from hell e Vulgar Display of Power dispensam comentários!!!

3 – O Guilhotina HC começou a organizar eventos criando uma nova cena juntamente com o Tragedy Garden e Invaders. Como você sendo uma participante do ”movimento” na época enxerga essa ebulição da cena em nossa cidade?

Evandro: Acredito que naquele momento vivemos o auge do negócio, uma fase bem legal, que houve um apoio e participação significativa nos eventos e demais acontecimentos envolvendo as bandas, fico feliz por ter participado disso e por continuar a participar agora, essas bandas tiveram e tem um papel importante, pois além de criar a cena, tudo o que envolve o underground de Colorado é movimentado por elas, por intermédio de integrantes dessas bandas (Guilhotina e Tragedy principalmente) é que a galera de Colorado teve a oportunidade de ver outras bandas da região tocando por aqui em eventos com uma proposta voltada para nossa cultura, por isso sou grato a esses caras, por serem pioneiros nesse sentido também. Cito estes momentos como o auge da cena, porque obviamente hoje estamos numa fase de declínio infelizmente,  o que se deve principalmente a falta de atitude de alguns e de união da maior parte, mas nem por isso vou desanimar né, a jogada é continuar a apoiar essas bandas e juntos tentar mudar essa atual condição.

4- O Anistia HC foi uma experiência muito interessante e inaugurou a primeira edição do Futty Rock fest. Como você encara esse projeto nos dias de hoje, você acredita que o Anistia Hc deixou sua marca no underground de Colorado?

Evandro: Acredito sim que deixamos nossa marca, a proposta do Anistia era muito boa, pena na época eu estar saindo da cidade, mas gostaria de ter levado esse projeto mais longe, tínhamos um repertório muito bom, um grande tributo ao punk rock nacional, acima de tudo pra mim, foi um grande aprendizado, tanto na parte de saber como é fazer parte de uma banda, quanto no prazer de tocar as músicas que curtíamos, e no que diz respeito a como eu encaro tudo isso, só posso dizer que tenho muito orgulho de ter feito parte desse lance, pois foi uma parada feita entre amigos, sem brigas , nem intrigas, pura atitude e vontade de tocar, o que torna tudo mais visceral, enfim, tivemos nossa participação na história do underground local!

5 – Após o show do Anistia HC você morou por alguns anos em Manaus. Como é  o Heavy Metal em uma capital?

Evandro: Todos os lugares enfrentam os mesmo tipos de problema, em menor ou maior escala, mas fiquei surpreso com a cena que encontrei lá, a principal diferença entre  o underground daqui e o de lá, está na participação das pessoas, claro que dadas as devidas proporções, já que estamos falando de uma capital, mas resumindo, é muito bom, tem vários shows no decorrer do ano, nacionais e internacionais, e muitos lugares voltados para o público headbanger, quando eu queria sair pra tomar uma beer não precisava ficar ouvindo sertanejo. (rs)

6 – Você é um grande apoiador do metal nacional, quais bandas você destacaria no momento?

Evandro: Bom, como sempre costumo ressaltar, as bandas brasileiras nada devem em termos de qualidade às bandas gringas, ocuparia a página toda falando sobre isso, mas vou me ater a uma safra mais recente e destacarei os seguintes nomes, “Surra”, banda de hardcore/crossover violentíssima de Santos-SP, que tem um EP muito legal na praça, o “Bica na cara”, “Hibria”, banda gaúcha de Power metal, os caras já tem três discos lançados e vem obtendo ótimos resultados no mercado japonês, “Cursed Slaughter”, com seu recente “Metal Moshing Thrash Machine” uma porrada Thrash metal/Crossover como já entrega o nome do álbum, enfim existem mais uma infinidade de bandas que poderia citar, mas quem tiver interesse em conhecer mais a cena nacional, é só usar as redes sociais de forma útil, lá eu costumo encontrar muitas coisas desconhecidas e que merecem ser ouvidas.
7- Quais suas metas como colaborador do COLORADO HEAVY METAL?

Evandro: Bom, além de manter o propósito inicial do blog, que é divulgar nossa cena e nossa cultura, quero romper a barreira do ambiente virtual e em um futuro próximo organizar algum evento em parceria com as bandas que divulgamos fazer um lance mais multimídia, enfim, como se trata de um veículo de comunicação vamos exercer a função que fato nos cabe, disseminar nosso estilo de vida e mostrar do que realmente é feito esse movimento e que nossa cidade tem algo além de rodeio e bares sertanejos a oferecer. Existem muitas possibilidades e idéias a serem exploradas, e tenho intenção utilizar todas possíveis.

8 - Quais seus cinco álbuns favoritos?

Evandro: Pergunta ingrata essa, existe muita coisa boa por aí, minha opinião sobre essa lista pode até mudar semana que vem, mas fica aí a lista que me vem em mente hoje:
1° - Slayer – Reing in Blood
2°- Sepultura – Arise
3°-Pantera – Vulgar Display of Power
4°- Death – The sound of perseverance
5°- Exodus – Bonded by Blood
No momento são esses!

9 – Que álbum você indicaria para uma audição cautelosa, um álbum despercebido pela maioria?

Evandro: Bom, nesse quesito eu indicaria o Tiger Cult, uma banda meio esquecida, no momento está vivendo um hiato, que já dura bastante tempo, porém o debut álbum dos caras é definitivamente um clássico do metal nacional pra mim, Cold and Terrible(2004) é a minha indicação, disco super variado, Power/Thrash/ Heavy, uma grande mistura, mas feito com muito bom gosto e tocado de forma muito coesa, espero que a Marina Takahashi(Guitar) ainda tenha interesse em reativar esta banda, pois eles merecem reconhecimento.

10 – Obrigado Evandro, suas considerações finais.

Evandro: Gostaria de agradecer pela oportunidade de expor minhas idéias, agradecer ao Vitor Carnelossi pelo convite para participar deste projeto, que tem sido um imenso prazer fazer parte, e convidar a todos que participem mais ativamente de sua cena, apoiando iniciativas como a do Colorado Heavy Metal, apoiando as bandas locais e acima de tudo, curtindo um som é claro, espero poder contribuir pra que possamos fazer nosso underground crescer, continuaremos aí na luta!!! Keep it rock!!!!


Colorado Heavy Metal é:
Vitor Carnelossi - Design do Blog, Publicações e Editor Responsável (Heavy Metal Colorado)
Evandro Sugahara - Divulgações no facebook, Redator e Marketing
Marcão Avezedo - Colaborador e redator
Rodolfo Adriano - Colaborador e redator
 COLORADO além da ótica caipira... COLORADO além das imposições modistas. 

QUANDO OS SONHOS PASSAM PELA AVENTURA........

 Dorsal Atlântica - Disco da época que tocaram em cascavel em Cascavel.
Se eu te convidasse para irmos de ônibus daqui a Cascavel, com  baldeação em Maringá, em pleno inverno, com grana contada e sem ter a certeza de que teria de fato o show, você aceitaria sem gaguejar???
Este convite insano eu e o Umberto Pirú nos fizemos há muito tempo atrás, e fomos.......
Dorsal Atlântica – esse era o sonho a ser realizado. A banda iniciava a divulgação nacional do petardo ALAEA JACTA EAST, sucedendo ao estupendo e complexo Musical Guide From Stelium.
Partimos de buzão numa viagem longa e gelada, lembro da janela do ônibus a bela entrada de Corbélia, com flores muito bonitas e não dormíamos pelo risco de passar do ponto. Como a net não existia naquela época, e usando o fone público das cabines da antiga Telepar, tudo que tínhamos sobre o show era uma informação do próprio Carlos Lopes – vocalista da Dorsal, numa carta que me respondeu, dizendo  provavelmente tocariam em Cascavel, informava uma data sugestiva a confirmar e não descrevia o local, e quem conhece Cascavel sabe que a cidade é grande demais. Tentamos as várias confirmações e na dúvida, fomos. Chegando em Cascavel procuramos um táxi e pela bênçãos das almas o cara nos indicou um local que segundo ele era ´´esquisito´´ e fomos para lá, e eis que sim!!!! A Dorsal tocaria sim lá naquela noite gelada do sudoeste paranaense. Manuseando uma sacola com a capa de todos os vinis da banda lançados, encontramos a banda já no local. O Carlos Lopes, seu irmão, o baixista Cláudio e o baterista Guga nos receberam muito bem autografaram nosso material. Pessoas bem simples e estavam acompanhados por um roadie parecido com um índio, que tava  ´´meio doido´´ e deu um stage durante o show que quase se mata......

Marcão Azevedo
Umberto - Peru
O local parecia o Tribos´s. Abertura a cargo do Kreditor, de Cascavel. Assim que entrou  a Dorsal Atlântica despejou todos seus clássicos, desde Dividir e Conquistar, passando pelo Musical from...até o então caçula Alea.....sendo um set matador de uma banda extremamente coesa, com uma única guitarra e uma cozinha de altíssimo nível. O local permitia que vc ficasse em pé atrás do palco, e ver o Guga em ação a menos de meio metro foi muito, mas muito legal. Antes de lançarem o cd seguinte, Straight, os irmãos Lopes de desentendem e Cláudio não é mais baixista da Dorsal, sendo substituído por Ângelo Arede (Gangrena Gasosa).
Voltando a pé do show, um carro passou jogou uma garrafa na gente, que triscou a perna do Umberto em alta velocidade e explodiu na calçada. Se acerta quebraria a perna. Esperamos o ônibus de volta com o Marcio, vocalista do Tumulto.
 Quando passaram por Santo Anastácio, anos depois, o baixista era o Alexandre, antigo fotógrafo da banda.
Arte da Inesquecível turnê que Marcão e Peru presenciaram
Sepultura na sua formação clássica!
S E P U L T U R A – outro sonho – outra aventura. Após cravar a bandeira brazuka no primeiro lugar do podium do metal mundial com o disco Arise, que para mim supera a todos de Slayer e Metallica (minha opinião – respeito as demais) – formando assim com estas duas bandas a trinca de aço do thrash metal mundial, a CHAOS AD TOUR chega a Curitiba na pedreira Paulo Leminski, e lá vamos eu, Umberto Pirú, Tikinho e Dinei.
Fomos salvos dos apuros antecedentes ao show pelo Paulo, cunhado do Dinei, senão estávamos fritos. Enquanto esperávamos para irmos para a Pedreira,  passou por nós no bairro o Mane, baixista do Amen Córner, a quem o Umberto conhecera tempos antes. A convite dele, pudemos assistir ao ensaio deles, para nós um show vip. O vocalista Paulista estava com a perna quebrada, era funcionário da Copel e ensaiou sentado. Aquele ensaio foi sensacional – muita técnica e profissionalismo. Fomos então para o show, após sermos quase pisoteados pela cavalaria da PM, conseguimos adentrar o local, onde um público imenso já tinha visto o Viper e Raimundos abrirem o evento. As luzes de apagam e a introdução de Refuse/Resist, de forma repetida, acompanha a chegada dos músicos do Sepultura no palco, vindos de elevador panorâmico. Uma avalanche sonora toma conta do local, que depois fecharia a noite com Ramones.

 Eis que um dilúvio assola o local com pouco mais de 20 minutos de Sepultura no palco. A multidão saiu procurando abrigo, tomando choques nos cabos e, encharcados, ficamos com medo de não nos deixar entrar no ônibus. Abandonamos tudo, então e fomos de circular em pé pois não poderíamos sentar. Passamos uma noite de cão na rodoviária de Curitiba, onde os seguranças não permitem que vc sente ou encoste nas paredes, ou seja, precisa estar em movimento. Todos encharcados com o calçado minando água. Eu mais um, que acho que era o Umberto, compramos uma calça de moletom para diminuir a friagem daquela noite. Uma calça era pink a outra  cor de diarréia, os outros dois tiraram sarro da gente, mas no frio da madrugada queriam ´´negociar´´ as calças de moletom conosco porque só nós sabemos quantas horas teve aquela noite.....
A capa que marcou o Heavy Metal nacional
A N G R A  - outro sonho – nova aventura – o Umberto me convida para irmos a Prudente ver nova banda do ex vocalista do Viper. Eu e ele sempre nos respondemos de bate-pronto – não tinha essa de ´´vou ver´´ ou ´´sei lá..´´. e fomos......
Como sempre a prioridade foi achar o local. Depois fomos na sessão de autógrafos de uma loja, onde tenho o que considero troféu, que é a magnífica capa de Angel´s Cry e um pôster com aquela ilustração autografados pelo que considero o dream-team do metal nacional.
Angra - Em seus primórdios, quando Marcão e Peru conheceram a banda recém formada
 Com tempo vago até o horário da passagem de som, fomos num shopping do centro, onde lembro-me que passava um jogo da Copa de 90, na Itália. Como sempre sobrava uma fumada, uma lojista nos achou ´´suspeito´´ e nos botaram para correr.......eis que chega a passagem de som – muito legal a banda, antes do estrelato. Para vcs terem uma idéia, quem montou o pano de fundo do palco foi o Confessori, que de cima de uma escada gritava pro resto da banda  ´´ajuda aí putada!!!....´´ nessa hora o Rafael Bittencourt estava comigo e com o Umberto na entrada do local e correu para ajudar. O show, como só poderia, foi impecável. Tenho 03 lembranças deste show:
1-queda de energia no local, e o Confessori introduz no escuro ´´Painkiller`` - sem execução;
1-o cover da Kate Bush foi tocada em pé pelo Confessori;
3-no domingo, já em casa, quase furei o vinil tanto ouvi-lo;
Tantos anos depois, fico me perguntando se tivesse refugado aos convites e aos sonhos....se não houvesse estas boas recordações.......e fica a certeza de que repetiria cada uma delas, como muitos de vcs com suas experiências e seus sonhos. Acredito que deve ser muito chato vc chegar no fim da sua estrada sem ter o que contar.....
A vida é curta.


Marcão Azevedo