domingo, 25 de agosto de 2013

TRAGEDY GARDEN NO: TRIBUTO AO LAÉRCIO LORD HOLBER

No dia 10/08/2013 o Heavy Metal Norte-Paranaense ficou marcado por um evento solene, o TRIBUTO AO LAÉRCIO HOLDER. Lá várias bandas se apresentaram com um único intuito de homenagear o saudoso LÁERCIO HOLDER, uma pessoa que foi muito importante para o underground sempre a frente do HOLDER, um grande expoente do cenário extremo do Brasil.

Continuando nossa saga de  retratar o Heavy Metal na região, em especial nossa cidade de Colorado, o TRAGEDY GARDEN esteve por lá representando juntamente com todos os amigos que se deslocaram para Sarandi (PR) o underground de nossa Cidade.
Chegando por lá, o evento já estava ocorrendo, várias bandas já tinham passado e o publico marcou presença de forma muito satisfatória. Assim como outras bandas, o TRAGEDY GARDEN foi tratado com muito respeito pelos organizadores, mostrando que o planejamento deu resultados ótimos para o tributo.
O local estava cuidadosamente decorado com banners do Láercio Holder, havia um estúdio onde o público poderia fazer fotos com imagens do saudoso guerreiro e no telão ao fundo do palco vários momentos de Laércio eram projetados em fotos, algo muito emocionante e digno de elogios para organização. Dez bandas passam pelo palco no TRIBUTO AO LAÉRCIO HOLDER além do próprio Holder como o grande momento da noite. Na perspectiva do COLORADO HEAVY METAL o representante de Colorado nesse fez uma boa apresentação na ocasião. Sendo a 9ª banda a entrar no palco o grupo conseguio um bom resultado com o público. Antecedido pelo INNERSELF (Sepultura), um dos melhores grupos cover do Brasil, o tradicional HAZY HAMLETY com seu Heavy Metal tradicional totalmente “true”, e o estreante HYNCYPTY com seu DEATH/THRASH empolgante que lembra às vezes SADUS, ATHEIST com um alto grau de técnica dos músicos, era a vez do TRAGEDY GARDEN se apresentar. Com o set list reduzido para o evento o grupo entrou de cara com três músicas do EP “ENEMY TIME”, “Endless Dreams”, “Enemy Time” e “November 2nd”. 

As músicas do TRAGEDY GARDEN ao ver dos integrantes caíram muito bem no contexto do Tributo, com uma cadência da escola do Doom Metal a banda conseguiu deixar o ambiente com um clima bastante denso. Em “Mysteries of Pain” as referencias mais soturnas do TRAGEDY GARDEN ficaram evidentes lembrando em alguns momentos as influencias dos antigos medalhões do estilo como; My Dying Bride, Paradise Lost e Anathema. Ao final da apresentação a banda executou um cover do PARADISE LOST, a clássica “Eternal”. Ficou evidente que o TRAGEDY GARDEN esta em um ótimo momento, sendo muito bem digerida pelo público, honrando a bandeira levantada há 13 anos pelo grupo de COLORADO. Após o TRAGEDY GARDEN é a vez do grande momento da noite, a apresentação do brutal HOLDER. Em uma apresentação que priorizou os vários momentos da discografia, a banda recebeu a participação de alguns músicos convidados da cena para executar as obras extremas do grupo. O guitarrista barba mostrou toda sua técnica em solos extremamente difíceis de executar acompanhado pelo baterista Gilson que assumiu as baquetas em determinada faze da banda e esta literalmente destruindo seu kit de bateria. O show finaliza com o já clássico som “Morbid Hell” a ultima obra do saudoso LAÉRCIO LORD HOLDER que pode ser acompanhado em um CLIP muito legal disponível na youtube.

Finalizamos essa matéria com as palavras de um dos organizadores, MARCOS DISMAL:
“Obrigado a todos que compareceram no evento em Tributo ao Laercio Lord Holder,. As bandas que se empenharam e sem hesitar aceitaram participar dessa homenagem, e todos que contribuíram para realização do mesmo. Foi memorável, inesquecível, tanto quanto o Laercio Lord é para aqueles que o conheciam de alguma forma, tanto por meio da música ou pessoalmente. Vamos continuar na certeza de que seu legado será sempre lembrado! Metal Sempre! (Marcos Dismal, Roberto Death e Família).”
COLORADO HEAVY METAL


domingo, 4 de agosto de 2013

RAIO DE SOL - PIONEIRISMO NA MÚSICA EM COLORADO

Em um passado bem distante, escondidas nas frestas do tempo, enterradas no mais profundo porão do esquecimento, existem historias para serem contadas e divididas. Nos longínquos meados de 1970 existiu uma banda em Colorado chamada “Raio de Sol”, e incrivelmente sem saber o que faziam, tocavam rock.
Na foto - Raimundo (Teclado), Gerson (guitarra), José (Baixo e Vocal), Canário (guitarra e Vocal)
Tudo teve inicio na tradicional família Carnelossi, pioneira na colonização da cidade, desde as derrubadas de matas até a construção a estrutura primária de nosso município. Os irmãos Carnelossi (Raimundo, José, Gerson, Luiz) após uma criação com bastante contato como os parentescos músicos e instruídos pelo seu avô João Carnelossi começaram desde cedo a exercitar a musicalidade em instrumentos como o acordeão e violão. João Carnelossi era um “afinador de sanfona”, pessoas de lugares distantes vinham até Colorado para afinar esse instrumento, no qual dizem ser extremamente complexo para sua manutenção.  Assim os irmão citados acima começaram a pegar gosto pela música. João Carnelossi tocava bailes pela região de colorado com seu acordeão e sempre dizia ser perseguido por onças, que eram comuns e em nossa região tomadas por uma mata densa antes das derrubadas,  ele se protegia sempre das onças ascendendo um fosforo entre as trilhas que levavam as colônias que tocava. As onças pelo que consta tem bastante medo de fogo, por isso não se aproximavam. É muito louco pensar que isso realmente acontecia por onde hoje vivemos “urbanizados” e conectados as tecnologias diversas.
Após essa breve introdução no pioneirismo musical nos primórdios da antiguíssima Colorado, que resgata o nome de meu Bisavô (Vitor Carnelossi que vos escreve), chego aos primórdios da banda “Raio de Sol”. Uma banda que saiu da roça para o rock!
Após uma noitada tocando,  Raio de Sol, com Samuel de azul na esquerda.

Meu avô Ângelo Carnelossi na década de 70 era um médio produtor de café que com sete filhos trabalhando sem o amparo de leis trabalhistas lucrou muito bem! Na colheita de café, com bastante grana sobrando e sabendo das aptidões musicais de seus filhos colocou duas opções de escolha para eles fazerem: A primeira era um FUSCA novinho em folha, o outro uma banda com todos os instrumentos e equipamentos para tocarem bailes, obvio que escolheram a segunda opção, mesmo sem noção nenhuma de como gerir o presente.
Em uma época que  em que a “Jovem guarda” estava em evidencia  justamente pela influencia avassaladora  dos Beatles,  o tropicalismo mostrava seus híbridos como bandas tipo “A Cor do Som” e o Rauzito estava em pleno vapor, meu avô partiu para Presidente Prudente juntamente com Sidinei Gil (sim ele mesmo), comprar o equipamento, quase todos das marcas Staner, Giananni e Gope, além dos instrumentos meu avô também comprou uma Perua Kombi e a entupiu com novidades. Realmente acho que deve ter sido fantástico a chegada de tudo isso em um sítio cheio de pessoas sem acesso nenhum anteriormente a esses equipamentos. Após alguns testes com uma galera, de Presidente Prudente veio o cara que iria estruturar a banda, um tal de Samuel, que na sua bagagem trouxe muitos discos de vinil de bandas como Nazareth, Beatles, Rolling Stones, Creedence...isso foi o diferencial para a banda tocar rock!
No período que a banda este em atividade eles tocaram em muitas cidades e eram muito bem recebidos, sempre priorizando as músicas “internacionais”, como chamavam o rock da época, cantadas pelo guitarrista Samuel. Além dos irmãos Carnelossi  e Samuel também participava da banda o Guitarrista Cláudio “Canário” e um tal de Russo Vocalista. Também seguindo a “veia” da Jovem Guarda rolava muito The Fevers, Pholhas, Os Incríveis,  entre outros artistas.
José Pedro Carnelossi, com o Giannini 4 cordas que  esta na familia até hoje. 
Meus tios e meu pai, que era baixista, nunca tiveram muita noção do que tocavam, simplesmente executavam de maneira muito natural, sem o conhecimento necessário pra evidenciar as musicas as bandas que tocavam ou músicas. Suponho as musicas que tocavam porque meu pai cantarolava algo ou fazia algum acorde no baixo quando relembrava o passado. A banda era de baile e não propriamente uma banda de Rock, mais como existiam algumas músicas no repertório que eram rock n´roll, isso tornava a banda diferente para muitos que se impressionavam com a energia vibrante desse som guiado pela guitarra. Toda minha relação com a música nasceu da inspiração que o “Raio de sol” proporcionou em relatos de meu pai e da historia da minha família tem com a música. Achei  interessante contar esse fatos e concretiza-los, pois  é algo muito pioneiro em nossa cidade contaminada pelo conceito que rodeio é a única coisa que se teve por aqui.  Deu trabalho pra sintetizar tudo isso em um pequeno texto, mais a tarefa de salvar memorias do Rock n’ roll de nossa Cidade mais uma vez esta concluída!

Vitor Carnelossi - COLORADO HEAVY METAL