quarta-feira, 10 de outubro de 2018

SERGIO FACCI – PIONEIRISMO NO THRASH METAL NACIONAL



É com imenso prazer que o blog ColoradoHeavyMetal apresenta nesta edição uma entrevista super legal com um dos maiores bateristas do Brasil.
Sergio Facci é simplesmente o batera pioneiro no estilho thrash metal no Brasil, e este dado toma uma conotação imensurável quando estamos falando de São Paulo, há muitas décadas atrás, que sempre foi um celeiro efervescente  e termômetro  de todo o processo do heavy metal no Brasil. E nesse contexto de tantas variáveis e opções  foram as baquetadas e os bumbos pesados desse batera que pavimentou todo um caminho pelo qual ainda hoje trilham bandas brasileiras que conquistaram o mundo. Sergio Facci nos atendeu de maneira extremamente cordial para falar do VODU, da Volkana, sobre seus outros projetos musicais e fatos marcantes de sua carreira de músico renomado e respeitado no cenário metal brasileiro. Preparados? Com vocês o pioneiro da batera thrash metal do Brasil:


1-Vc é o baterista pioneiro no estilo thrash metal nas bandas paulistas, tendo tocado em nomes consagrados deste gênero. Em que momento vc se identificou com este gênero enquanto músico?
Comecei a tocar bateria com 15 anos, formei uma banda na escola ! Na época existia um programa na TV chamado SOM POP, e passava alguns vídeos de bandas como Black Sabbath, Deep Purple, etc e comecei a curtir ... e com o show do KISS em 1993 – primeiro show que vi ao vivo,  percebi que era aquele tipo de som que iria seguir !! Em seguida começou a surgir King Diamond, Slayer, Metallica, e um colega me apresentou ANTHRAX... foi ai que entrei de vez no thrash...


2-Vc é um dos fundadores do VODU, um dos grandes expoentes do thrash metal brasileiro, que está na ativa lançando petardos após 30 anos de sua formação. Comente sobre este grande momento do VODU e como foi o reencontro de músicos de uma formação  tão expressiva no underground brasileiro?
Ahh ...o VODU praticamente foi a minha primeira banda !! Banda da escola, o BRUNO BOMTEMPI JR que era o guitarrista ficou comigo e chamamos um baixista, o André Pomba Cagni, e dai nasceu o VODU. Na verdade nosso reencontro se deu em uma festa do VIPER – Viper Day - 2015, quando por coincidência, André Gois, Jose Luis “Xinho” Gemignani e André Pomba e eu, fomos convidados a participar em alguma musica da banda, e no camarim, combinamos um ensaio... e a partir dai começamos a fazer novas canções e agora estamos gravando nosso novo CD.

3-A discografia do VODU é composta por discos antológicos da cena heavy brasileira (The Final Conflict, Seeds of Desctruction, No Way e Endless Trip). Alguma possibilidade dos fãs do VODU terem 100% desta obra histórica relançada em formato digital ou vinil?
SIM em CD !! The Final Conflict já esta a venda desde o ano passado. Os outros devem sair ainda este ano pelo selo Metal Classic Records.

4-Quem ouve o idolatrado Theatre of Fate do Viper talvez não saiba que vc é o baterista que gravou todas as músicas, porém seu trampo (magistral - por sinal) ficou restrito à gravação/estúdio. Como chegou esta oportunidade para vc?
Obrigado pelo elogio. O VIPER sempre foi uma banda irmã do VODU... ensaiávamos juntos, éramos da mesma gravadora – Rock Brigade Records, fazíamos alguns shows juntos, e qdo eles foram gravar, o produtor da banda alugou minha bateria. Qdo fui montar a bateria no estúdio, o convite surgiu para que eu fizesse a gravação. Aceitei o desafio e me orgulho muito do LP/CD ter chego aonde chegou !!

5-A Volkana retoma suas atividades e de forma muito sábia manteve vc como baterista da banda, pois os dois discos gravados e suas performances ao vivo sempre retrataram o poderio de fogo desta banda. Como vc chegou na Volkana à época dos lançamentos citados e como está sendo este recomeço em outra banda ´´cult´´ do heavy metal brasileiro?
A VOLKANA ensaiava em um estúdio que eu era sócio – DYNAMO. Elas estavam com problemas para encontrar uma baterista, e precisavam gravar o LP, me convidaram, aceitei na mesma hora ! E durante as gravações o convite para continuar o trabalho como baterista oficial da banda surgiu, e como o VODU já estava parando as atividades, também aceitei o desafio e foi muito bom !!
Este retorno está sendo sensacional, estamos fazendo alguns shows e começando a trabalhar em novas musicas.


5-Vc idealizou algo de qualidade ímpar (V Project) que é uma mescla do supra sumo de várias bandas que fazem parte da sua história (Vodu, Volkana, Viper) num repertório e participações sensacionais. Comente sobre este projeto.
Eu estava sem tocar metal, e queria voltar a fazer alguns shows. Idealizei este projeto e queria gravar com alguns grandes amigos que formei neste tempo todo. Chamei amigos da época do inicio e alguns também mais novos. Ficou DUKA !! Quis também gravar em alguns estúdios diferentes, para ter uma diferenciação mesmo nos timbres etc. Foi muito legal !! Cada musica tem uma característica diferente em termos de som.
Formei uma banda com amigos que também estavam querendo retornar e fizemos alguns shows. Foi muito legal !! Tenho a idéia ainda de regravar uma musica do VULCANO, banda na qual toquei na abertura do VENON e EXCITER aqui em SP, ano de 1986, e que por alguma coincidência também começa com V !! Por enquanto uma idéia ...

6-Percebemos hj que os grandes bateristas brasileiros, dentre os quais vc está incluído) possuem luz e valores próprios, e fazem uso disso com muita propriedade (algo digno e justo)  . Como é a percepção deste víés?
Então, atualmente como musico nós precisamos desta luz. Viver de musica aqui no Brasil é extremamente difícil. Não conseguimos divulgação de gravadoras, temos que correr atrás de tudo !! Então cada um do seu jeito vai tentando fazer isso. O Brasil tem um publico muito grande, mas por algum motivo, o heavy metal e suas vertentes não tem apoio de mídia, etc. Mas ainda tenho esperança que vai mudar, por isso ainda estou nesta luta !!
 
7-O baterista Sergio Facci tem ou teve o reconhecimento merecido?
Ahh cara ... SIMMM !! É muito gratificante quando vou tocar com qualquer das bandas que toco hoje – além de VODU e VOLKANA, toco com uma banda de rocknroll chamada FENICIOS – e a 3 In The Box, que toca rock variado, alguém chega e fala ...você é o batera do VODU, ou o batera que gravou o VIPER? Somos seu fã, vc é monstro, etc... é muito gratificante saber que fiz algo importante para a musica ou que influenciei alguém a tocar bateria ! E mais, quando vcs da imprensa/blogs, me pedem uma entrevista, fico honrado de verdade !! É sinal de que alguma marca eu consegui deixar para a história do metal brasileiro.

8-O que seus fãs e os fãs das bandas em que vc participa podem esperar de novidades para este final de ano ou para o ano que se aproxima?
Muitas .... VOLKANA deve lançar um single, VODU deve relançar o LP Seeds of Desctruction em CD, e talvez o CD inédito !! FENICIOS deve lançar um CD também este ano, e estou pensando no single do VULCANO !!


9-Quais os bateras do Brasil e do  mundo que um dia fascinaram o Sergio Facci?
Minhas principais influências e consequentemente as bandas que mais curti e ainda curto ...
Charlie Benante – Neil Peart – Dave Lombardo – Steward Copeland (Police)
(não necessariamente nesta ordem hehehe)
Tibério Correa (Harppia) / Paulão (Centurias) / Charles Gavin (Titãs) / João Barone (Paralamas)
Hoje, vejo o Eloy Casagrande como um dos grandes bateras da nova geração...técnico e veloz !!

10-Espaço aberto para suas considerações finais
Cara, Deixo um abraço para todos e quero agradecer muito a galera do Colorado Heavy Metal e toda a galera que apoia o metal nacional !! Nós (Bandas e Músicos) precisamos muito de vcs !! E fiquem ligados nas minhas redes sociais que sempre estou postando novidades sobre todas as bandas que trabalho !! Em meu site – www.sergiofacci.com tem links de todas as bandas, Youtube, Facebook, Instagram,etc. Valeu galera !!

Marcão Azevedo. 

COLORADO HEAVY METAL - PEQUENAS AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA!

Curtam nossa page no FACEBOOK:

Desde 2013 produzindo matérias e entrevistas para grande rede.
Editor responsável - Vitor Carnelossi

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

30 ANOS DE "MAIS PODRES DO QUE NUNCA"


“Mais Podres do que Nunca” é um lançamento de suma importância para o Punk Rock Nacional, os músicos da banda já disseram em entrevista  que o nome do álbum é relativo a qualidade da gravação do disco, que ficou pior que o anterior! Zueira total!!!!!  Com sua abordagem ácida, debochada e totalmente anarquista, esse disco goste você ou não do estilo, se tornou quase folclórico no Rock Brasileiro por sua facilidade em agradar através de sua sonoridade simples e das letras contestadoras! Afinal.... Quem não conhece “Papai Noel Velho Batuta”, com esse joguinho de palavra para escapar na censura! Aliás, segundo o vocalista “Mao” o som do GAROTOS PODRES chegou a ser bem divulgado nas rádios de SP pós ditadura e abertura cultural.... Por incrível que pareça era possível sintonizar alguma música da banda tocando na programação normal e diária das FMs. Isso não aconteceu com a faixa “Johnny” censurada e banida dos meios de radio-difusão, hoje creio que motivo de orgulho histórico para a banda (rsrsrsrs). O disco segue com as faixas, “Não Devemos Temer”, “Johnny”, “Insatisfação”, “Maldita Preguiça”,  “Vou Fazer Coco”, “Anarkia Oi”, “Eu Não Sei o Que Quero”, “Papai-Noel Velho Batuta”, “Miseráveis” “Ovelhas”, “Liberdade (Onde Esta?)” e “Führer”...essa uma pisada na bola meio de extrema direita... Destaco ainda além de “Papai Noel e Johnny” os sucessos inesquecíveis do punk rock brasileiro, “Insatisfação”, com sua melancolia genuinamente típica da juventude operária, a sincera e requintada “Vou Fazer Coco”, o hino “Anarkia Oi”... essa última “coverizada” pela maioria da molecada que montava  uma banda com tendências punks! 

Pode-se falar que “Mais Podres do que Nunca” ao lado de “Crucificados pelo sistema” e “Pela Paz em Todo Mundo” seja a trinca de ouro do Punk/Hardcore nacional. Hoje em dia o Hardcore está muito politicamente inserido em vários conceitos filosóficos, esquecendo-se que no passado as bandas que originaram a cena eram realmente mais ligadas a criticar o governo e a sociedade, e não tomar partido como fazem hoje em dia. Isso atingiu o próprio GAROTOS PODRES que está separado por visões partidárias... uma pena!! “Mais Podres do que Nunca” é um disco simples é direto que precisa ser revisado em tempos de tanta frescura e “mimimi”





Por Vitor Carnelossi

COLORADO HEAVY METAL - PEQUENAS AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA!
Curtam nossa page no FACEBOOK:

Desde 2013 produzindo matérias e entrevistas para grande rede.
Editor responsável - Vitor Carnelossi


quarta-feira, 11 de julho de 2018

ANATOMY CORRUPTION - O TÃO ESPERADO DISCO DE ESTRÉIA!

Das entranhas de Mato Grosso do Sul, mais especificamente da cidade de Mundo Novo o ANATOMY CORRUPTION se prepara para fazer o seu capítulo em prol da música autoral underground! Muito legal trazer esse bate papo com o já amigo correspondente de vários tempos Marcos e falar sobre tudo relacionado a gravação deste play de estreia, que segundo Marcos, já está a vários anos esperando a oportunidade de ser concebido! Juntamente com o grande vocalista Thiago (no melhor estilo Death Old School) e com o competente e altamente promissor produtor Emerson Pereira o ANATOMY CORRUPTION promete dar o passo definitivo pra sua existência e reconhecimento!


1 – Marcos, após alguns anos na labuta, parece que o ANATOMY CORRUPTION está próximo de colocar um material na pista não é mesmo?

Sim, estamos próximos de soltar nosso material de estreia, que será um EP contendo cinco músicas, sendo quatro próprias e uma versão que fizemos para Boneyard da banda norte americana Impetigo. 

2- Esse material vem sendo composto há muito tempo?

A música Anatomy Corruption é a composição mais antiga, eu já tinha um esboço dela mesmo antes de formar o AC, quando nos juntamos o Thiago (vocal) fez a letra e nós fizemos os arranjos. A Malegolbe surgiu quando os outros integrantes (baixista e baterista) já estavam desanimados, então nem chegamos a trabalhar nela naquela época, as outras duas, que são Homo Hominis e From the Dephts foram feitas já como um duo. Durante o processo de gravação descartamos a música Human Disease, substituindo ela pela From the Depths. Em resumo, estamos quase há quatro anos trabalhando nesse EP.

3 – No momento, pelo que acompanho a banda consta com você nas guitarras e Thiago Moreira nos vocais! Hoje em dia é muito mais comum vermos “duos” fazendo um som, como a banda organiza-se com esse número compacto de integrantes?

Os antigos integrantes foram perdendo o interesse e acabaram saindo, é algo normal no underground, até pelas dificuldades que este estilo de música tem, total falta de apoio, poucas oportunidades para tocar, etc. Os ensaios e as composições ficam de certo modo dificultados, mas vamos fazendo da melhor maneira possível. 

4 – Como está sendo o processo de gravação em estúdio, em relação ao baixo e bateria?

A gravação está ocorrendo sem maiores problemas. Estamos gravando no Studio Embrio em Cascavel-PR, com produção do Emerson Pereira que também é músico e toca guitarra e canta no Embrio. O Baixo e a bateria (programada) foram registrados pelo Emerson, mas atualmente estamos com um baterista Junior Ibanhes que aceitou participar do projeto. Posso dizer que está sendo um processo tranquilo, apesar de ser nossa primeira vez em estúdio. Quero ressaltar o excelente trabalho que o Emerson está fazendo em nossas músicas, além da produção, gravação do baixo e da programação, ele também fez arranjos e gravou alguns detalhes da guitarra. 

5 – O estilo adotado pelo ANATOMY CORRUPTION é o Death Metal Od School... na sua opinião quais os elementos que caracterizam uma banda com dentro deste estilo?

Costumamos dizer que fazemos algo como “Death Stoner” Metal. Eu pessoalmente não considero o AC puramente Death Metal, temos elementos desse estilo, como o peso, a velocidade em algumas partes, mas também temos algo de Doom Metal e um pouco de influência dos primórdios do Black Sabbath. 
Marcos (Guitarras)  /  Thiago (Vocais)

6 – O pioneiro SARCÓFAGO também teve uma experiência com 02 integrantes e bateria eletrônica em HATE por exemplo, hoje a sonoridade está muito melhor e parece que a galera não pega tanto no pé como no passado não é mesmo?

Sim, atualmente com a evolução das tecnologias envolvidas a sonoridade da bateria eletrônica é muito boa. E a maneira como foi utilizada no álbum citado causou estranheza, a velocidade extrema deixou a coisa artificial. 

7 – Qual a temática que o ANATOMY CORRUPTION adota para suas letras?

Os temas estão relacionados a corrupção e como ela está impregnada no homem e em sua alma desde seus primórdios. São abordados temas diversos com referenciais teóricos, da literatura e da arte. Exemplo disso, temos a música From the Depths, retirada da reflexão de uma pintura de William Balfour Ker (1905), que retrata nas profundezas de um calabouço um grupo de escravos sustentando o andar térreo onde a burguesia e sua luxuria constroem seu poder sobre a dominação e exploração de seres humanos. Assim, com este pensamento em mente, surge o tema do EP – Chronicles of the Anatomy Corruption  onde, através de crônicas, que analisam dentre vários aspectos, como a corrupção ocorre e vem acontecendo ao longo do tempo e através dos séculos sobre a humanidade.

8 – Como guitarrista, quais as suas referências do instrumento que você está usando para buscar a sonoridade deste trabalho de estreia?

Primeiramente não me considero um guitarrista de verdade. Rsrsrs Sou mais um Headbanger que curte tocar! Quanto a sonoridade tentei algo parecido com as bandas da Suécia dos anos 90, Dismember, Entombed, Unleashed e afins misturado com Black Sabbath e Paradise Lost. Não propriamente na maneira de tocar, mas nos timbres. Essa foi minha intenção desde o início. 

9 – Assim como minha cidade, a cidade que você reside (Mundo novo/MS) é relativamente pequena... Como é e curtir metal extremo no interior? Precisa ser guerreiro não é! Rsrsrsrsrs

Ainda sou visto por algumas pessoas como um adolescente rebelde. Aquele papo: Ta na hora de parar com isso ai; Isso não tem futuro. Mas não me importo com esse tipo de comentário e sigo meu caminho no Metal! 

Reais apreciadores de Metal?! Posso dizer que tem uns cinco aqui na cidade, isso contando comigo e com o Thiago. Aqui não existem eventos relacionados com Metal, absolutamente nada. 

10 – Quais os acertos e a previsão para o lançamento do “play” de estreia?

Final desse mês (junho/2018) vamos finalizar as gravações, e pretendemos manda o quanto antes as músicas para a mixagem. A capa está sendo feita pelo artista e músico Ricardo Necrogod, o que vai “pegar” mesmo é a prensagem dos CDs. Os valores são altos e como não temos qualquer apoio ou patrocínio temos que bancar tudo do próprio bolso. Então não temos uma data fixada para o lançamento. 

11 – Arte gráfica e nome do disco de estreia já estão definidos?

Como disse antes a capa está sendo feita pelo Ricardo Necrogod e o título será: Chronicles of the Corruption Anatomy. 

12 – O lance na música hoje é muito fácil de se contextualizar, é mais fácil gravar, ao menos na teoria... Por outro lado é mais complicado divulgar e trabalhar o material, principalmente de forma independente. Qual os planos para distribuir esse material ao maior número de interessados?

Esperamos ter o material físico em mãos, sei que atualmente esse nem é o mais relevante meio de divulgação, mas como sou muito nostálgico e curto muito CDs e LPs faço questão de ter nesse formato. Também vamos trabalhar nas mídias digitais e por último mais não menos importante contamos com Zines e entrevistas como esta que para mim é como a realização de um sonho, pois como fã sempre acompanhei entrevistas de bandas e tal, e agora  poder participar de um Zine é muito bacana! 
Dupla Death Metal juntamente com o Produtor Emerson do Embrio Studio (Cascavel - PR)

13 – Sei que você é colecionador, quais os seis 10 álbuns favoritos!

Pergunta difícil, mas vamos lá:

Iron Maiden – Killers
Paradise Lost – Draconiam Times
Viper – Evolution
Hermetica – Acido Argentino
Black Sabbath – Dehumanizer
My Dying Bride – As The Flower Withers
Dismember – The God That Never Was
Obituary – Slowly We Rot
The Mist – The Hangman Tree 
Orquídea Negra – Who’s Dead
No momento são esses, sem ordem de preferência. 

14 – Que banda no Brasil você acredita que merecia mais espaço e valor?

São tantas bandas fodas no Brasil, citar alguma é complicado. 
Mas acho que o The Mist é uma que merecia mais!

15 – Um CD/LP que você curte e é desconhecido pela maioria?

Orquídea Negra – Who’s Dead,
Não chega a ser totalmente desconhecido, mas vejo poucas pessoas “falando” desse álbum. Em tempo, a banda é de Santa Catarina. 

16 – O que é o ANATOMY CORRUPTION para você?

A realização de um sonho! 
Não espero retorno, não espero ficar conhecido, apenas estou fazendo algo que sempre sonhei. 

17 – Deixo o espaço aberto para suas considerações finais, muitíssimo obrigado!

Primeiramente gostaria de agradecer o espaço e o apoio que sempre recebemos de você.
Agradecer também as pessoas que se interessaram e tiveram o trabalho de escutar algum som nosso ou que simplesmente curtiram a banda.
E dizer que somos Headbangers; somos fãs de metal que gostam de tocar e curtir música. 



Por Vitor Carnelossi

COLORADO HEAVY METAL - PEQUENAS AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA!
Curtam nossa page no FACEBOOK:

Desde 2013 produzindo matérias e entrevistas para grande rede.
Editor responsável - Vitor Carnelossi



domingo, 17 de junho de 2018

DIVIDIR & CONQUISTAR - A OBRA PRIMA DA DORSAL!

.... “ Desde cedo, quando comecei escutar metal, por acaso me "jogaram na mão" o ousadíssimo "Dividir e Conquistar" e escutei com tanta atenção as letras que acabei sendo um fã do "entrelaço" literário de Mr. Carlos Lopes..."Dividir e Conquistar" me dividiu por completo em relação a sua dissertação tão profunda de letras como " VELHICE"... Era uma ousadia além das formulas costumam dar certo, era a fuga da banalidade lírica, algo proficiente e desapegado ao ideal de um grupo, de um movimento. Desde então me tornei um fã da Dorsal Atlântica” 

E com essa mensagem que enviei diretamente ao “pai da obra”, Carlos Lopes começo essa pequena matéria que fala nada mais algo como “chover no molhado”, mais minha necessidade inquietante de dividir o que gosto me fez revisar esse clássico!!! De maneira alguma me falta o respeito com o trabalhos da “Dorsal” que segue firme com o novo e espetacular álbum “Canudos”, que resenharei mais adiante... 

Dividir & Conquistar é antes de tudo na minha opinião é um trabalho de complexidade vanguardista, um Thrash metal com espirito hardcore , ainda com algo técnico e cortante! O “Discão” começa com a canção TORTURA com sua pegada frenética e riffs que dão gosto de ouvir, sempre com aquele baixo “gordo” com aquela textura dos baixistas “das antigas” Imagino a cara dos Bangers escutando as leras dizendo “O medo da dor é mais forte que a própria dor, Tortura não passa de um ato sexual” Era claro, havia a necessidade filosófica que inspirava a uma reflexão além do “Metal” e suas conotações tão usadas do obscuro e fantasioso. 

“Nascemos com a missão de fazer um sonho viver . Mesmo com pessoas e pedras fechando o nosso caminho” VITÓRIA é o segundo som que segue com a característica que que me capturou ao primeiro momento, a musicalidade! Sempre considerei o “Carlos Lopes” um puta guitarrista e sem querer causar polêmica melhor que os “figurinhas carimbadas”, aliás ele e o Claudio David do Overdose! Vitoria tem um solo muito legal e ótimos riffs, a batera sempre segue aquela peculiaridade que só o “hardcore” tem! 

“Viajando na estrada, um ruído seco 
Dentro de um ônibus atiraram em um inocente 
Por pura ignorância 
Ninguém esperava sentir como a vida é tão fugaz 
E a morte ronda todo cheiro de carniça”

Letra mais atual impossível, “Violencia é Real” tem uma passagem no segundo compasso que soa-me melancólico, emotivo, algo que vai mudando de sentimento até chegar ao conceito central da canção, a violência gratuita que nos pega despercebidos em meio ao cotidiano... Acho que é um retrato real das grandes capitais, profetizado e vivenciado décadas atrás! “Porque o que destrói a raça humana é a incompreensão de ser humano”, precisa falar mais alguma coisa?


“Absolutas certezas baseadas em nada” METAL DESUNIDO tem uma pegada rápida e riffs como sempre complexos e letais! Porém, como tudo na “Dorsal” tem um sentido mais profundo que a primeira impressão, “Metal Desunido” é um manifesto catedrático de quem vivenciou as primeiras épocas do underground e todas as suas ambiguidades, alias... ainda continuam mais do que nunca, incertas! 

O Heavy metal, pode ser bandeira ou simplesmente música, músicos e artistas podem se rotular ou não... A questão é.... há muito conteúdo nesse estilo musical! Quando escutei “LUCRÉCIA BORGIA” achei formidável, era a história descrita em riffs e levadas ensandecidas, momentos que acompanhavam o sentimento da música, Por isso esse disco merece tanto apreço, uma obra musical e lírica intensa. Tudo muito literário e sóbrio, é óbvio que a Dorsal realmente esteve a frente de seu tempo!

“Se essas ruas pudessem ser minhas
Eu poderia abraça-las
Senti-las vivas pulsando
Sugando a vida de quem passa nelas 
Ou se quisesse destruir tudo como um crime passional 
Para que isso? Por que não ir embora e esquecer? 
Estou aqui sei que vou ficar, porque aqui é meu lugar” 

MORADOR DAS RUAS é outra pérola, que conta de maneira intensa a vida de um morador das ruas, as vezes resumido a uma palavra que considero tão inapropriada, mendigo... Carlos conseguiu sintetizar muito bem mais esse experimento sonoro, retratando a vivencia expressiva e marginalizada das grandes capitais. É muito interessante verificar a complexidade musical da banda fluindo de maneira totalmente ligada aos acontecimentos das letras, isso é algo raro de se captar em bandas mais Thrash Metal.... detalhe, ouça o solo dessa música... fantástico!
E seguindo a sequência do disco, mais um tema surpreendente, VELHICE que segue afiada em todos os sentidos...


Se eu não trabalho então eu não existo

Se eu não servir de produção, estou morto estando vivo?
Não é assim que vocês raciocinam ?
Penso que ainda existe vida nos retratos amarelos 

Dividir e conquistar demonstra uma maturidade lírica fundamental para a construção da banda, acredito que esse fator há cada tempo que passa torna a DORSAL ATLÂNTICA mais vanguardista, pois o conceito de ser abundante em temas e opiniões sóbrias leva a enquadrar esse registro como no mínimo, genial!!!

“PRESO AO PASSADO” encerra essa aventura thrash em terrenos tão astutamente medidos palmo a palmo pelo maestro Carlos Lopes, coisa de quem sabia  que a ousadia era necessária!

Ahhhhh.... A Propósito quando mandei minhas impressões ao genial Carlos Lopes, recebi suas palavras... 
"Muito muito obrigado por suas palavras, Vitor. Poderíamos falar sobre tudo isso e muito mais, mas basta que seu coração seja tocado! Que bom que você percebe que a evolução é necessária e que a arte é fundamental."



Por Vitor Carnelossi

COLORADO HEAVY METAL - PEQUENAS AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA!

Curtam nossa page no FACEBOOK:

Desde 2013 produzindo matérias e entrevistas para grande rede.
Editor responsável - Vitor Carnelossi




quarta-feira, 28 de março de 2018

ROCKING RIDERS

Hoje aqui no Blog COLORADO HEAVY METAL vamos conhecer um pouquinho da banda ROCKING RIDERS! Do peso do Heavy metal a energia do velho rock n´roll essa galera leva a adiante a tradição Mineira de apresentar ótimas bandas! Sim amigos, tem muita acontecendo, muita banda legal batalhando seu espaço! Vamos trocar uma ideia com o Frontman LUCIANO ROBERTO (guitarra e vocais) e saber um pouquinho mais sobre o empolgante ROCKING RIDERS! yesss!

1 – Minha admiração em relação ao Metal mineiro é muito forte, sempre “troco” ideias e adquiro material de Minas, em especial a região de BH! É um prazer tê-los por aqui! Como você explica essa relação com o metal pesado no seu estado, com tradição desde os anos 80?
LUCIANO ROBERTO: Saudações Victor e leitores, satisfação em responder às perguntas para seu blog Colorado Heavy Metal!
Minas Gerais tem tido, desde a década de 1980, grandes bandas de Metal que explodiram não só aqui no estado, mas no Brasil todo e no exterior. Como principais expoentes, cito o Sepultura, Sarcófago, Chakal, Witchhammer e Eminence. Na época, surgiram muitas bandas em um espaço relativamente curto de tempo, o que levou ao aparecimento de muitos shows das mesmas e um foco maior da mídia daquele tempo. O reflexo do surgimento de tantas bandas por aqui no passado foi bom para BH e região, pois essas bandas e várias outras mostraram que BH foi e é um celeiro fóda de bandas autorais.

2 – O Rocking Riders iniciou as atividades em 2010, pelo que li vocês desde o início tinham uma inclinação mais para o lado do hard/heavy! Quais as principais influências da banda?
LUCIANO ROBERTO: Nós do Rocking Riders somos influenciados pela sonoridade do Black Sabbath, Motörhead, Metallica, Megadeth, Exodus, Ozzy, Iron Maiden, Mötley Crüe, Whitesnake, Mercyful Fate, Saxon, Testament... são bandas que têm estilos distintos entre si, mas que, agregados, compõem o nosso som que é o Heavy Rock.

3 – Cinco anos após o início da banda vocês soltaram na praça o álbum “Rock In The Night”, quais foram os desafios para conceder esse material, visto que foi um tempo relativamente longo?
LUCIANO ROBERTO: O maior desafio foi formar a banda. No início de 2010 eu e o Vinícius formamos o Rocking Riders com o propósito de fazer músicas autorais. Mas não tínhamos baixista e baterista. Procurávamos pessoas para ocupar essas duas funções e, ao mesmo tempo, começamos a compor e arranjar as músicas que estariam no álbum Rock In The Night. Isso foi de grande valia para a gente naquele tempo, pois o trampo de guitarra nas músicas ficou bem adiantado, uma vez que o Vinícius e eu somos a dupla de guitarristas do Rocking Riders. Paralelamente, as temáticas e as letras foram surgindo e sendo encaixadas nas músicas.  Sete das dez faixas presentes no nosso primeiro trabalho foram compostas nessa época até que, em maio de 2011, o nosso amigo Michael Euler juntou-se à banda como baixista e um outro amigo nosso do bairro segurou a onda na bateria. As sete músicas acima citadas com mais alguns covers foram o nosso set list no show de estreia do Rocking Riders, em julho de 2011. De 2011 até a gravação do CD já tínhamos um repertório de muitas músicas, sendo que selecionamos mais três para encaixarmos no álbum para a gravação.

4 – Ainda sobre a 3º pergunta, fiz essa observação, pois hoje em dia tem uma “molecada” que não se preocupa muito com a questão “entrosamento” e já vão para o estúdio, resultando em algumas coisas superficiais...
LUCIANO ROBERTO: De fato, isso acontece por aí. A gente busca tocar no tempo certo e usamos o metrônomo ao ensaiar as músicas individualmente para obtermos uma maior cadência nos ensaios, shows e gravações. A sonoridade de qualquer banda está estritamente ligada ao entrosamento de quem toca, não há muito sentido juntar um determinado número de pessoas e tocar “na lata”, sem obter um entrosamento.

5 – Ainda, me dando a liberdade, vejo que muitas bandas hoje em dia se rendem ao “impressionismo técnico”, o Rocking Riders me parece que é bem ligado a conceitos mais “orgânicos” nos riffs e bases, não é mesmo?
LUCIANO ROBERTO: Verdade. Como nosso som veio do Rock ‘n Roll, que por sua vez veio do Blues, prezamos mais o “feeling” de um riff, dedilhado, lick ou solo de guitarra e baixo e bateria com um certo “groove”. Não tenho nada contra quem segue a linha de composição decorando cada nota de uma partitura para obter um som “perfeito” tecnicamente. Eu particularmente gosto de compor partindo da ideia de que a música vem de dentro, da “alma” mesmo. Ouvimos muita coisa, absorvemos o que mais gostamos de nossas bandas e músicos favoritos e quando compomos e tocamos, damos o nosso máximo baseado naquilo que vem do coração. Esse é o nosso método de composição e de execução das músicas.

6 – Escutando o material que há disponível, há uma boa dose de influencias “Sabbathianas” na banda, porém, vocês não escondem as influências do hard rock e até rock n´roll nas composições, isso abre caminhos diferentes não é mesmo?
LUCIANO ROBERTO: Para todo mundo que toca o som mais pesado, não há como negar ou excluir o Black Sabbath, que é a mais importante banda de Metal de todos os tempos, no meu modo de ver. Tony Iommi é uma das minhas principais influências na guitarra, ele é o mestre dos riffs pesados!  A gente gosta muito do Black Sabbath, mas não só deles. Como o nosso estilo é o Heavy Rock, há a presença de outras vertentes do Rock e do Metal, como o Rock ‘n Roll mais “sujo” do Motörhead, o Hard Rock do Mötley Crüe, o Heavy Metal Tradicional de bandas como Saxon, Iron Maiden e Mercyful Fate e o Thrash Metal do Megadeth, Exodus, Metallica e Testament.

7 – O trabalho de estreia lançado pela MCK Multimidia, “Rock In The Night” oferece 10 canções! Quais impressões da banda sobre este primeiro material!?
LUCIANO ROBERTO: Sentimos muito orgulho do “Rock In The Night”. Nosso produtor, Maurício To Mega Therion, fez um trabalho ótimo nesse álbum obtendo a sonoridade que queríamos na época. Aprendemos muito com a gravação dele e penso que, no próximo CD, a banda estará bem mais madura e preparada, ainda mais com o nosso batera atual, Júlio César, que agregou bastante ao som da banda e que está com a gente desde dezembro de 2015.

8- A música de trabalho “VIPER” conta com um clip bem legal e muito bem produzido! Como a banda definiu que essa seria a música a ganhar um clip?
LUCIANO ROBERTO: Quem dirigiu o clip foi o pessoal da Aoki Produções, liderado pelo competente Denys Aoki, daqui da região mesmo. Queríamos um clip de uma música mais impactante e direta, por isso escolhemos a Viper. Como ela se encaixou na nossa proposta do primeiro clip do Rocking Riders, ela foi a escolhida.

9 – Além de um ótimo instrumental, o vocal também é um fator que difere a banda de suas referências, as vezes lembra um Dave Mustaine mais grave, outras parece até o finado Peter Steele! Ficou bem original!
LUCIANO ROBERTO: Valeu hehe a questão do vocal é sempre o mais complicado, na minha opinião. Desde o início eu tinha como referências Lemmy Kilmister do Motörhead e o Dave Mustaine no Megadeth, você percebeu bem a influência de Megadeth hehe. Meu timbre de voz é grave, acho que foi por isso que ele lembra o Peter Steele, que foi uma cara com um vocal único, bem como o Lemmy e o Dave. Contudo, em fins de 2016 o nosso baixista Michael Euler e o nosso produtor Maurício tiveram a ideia de abaixar mais meio tom na nossa afinação, pois desde 2010 nossas músicas eram afinadas em D#. Isso foi muito bom, além de dar mais peso às músicas, a afinação um tom abaixo é bem mais confortável para eu cantar. Desde então, tenho adaptado o vocal em D tanto nas músicas novas quanto nas antigas e explorado mais os graves da minha voz. Estou curtindo demais tocar e cantar nessa afinação.

10 – Pelo visto o Rocking Riders é uma banda que tem tocado bastante ao vivo, como é o espaço para fazer um som em BH e proximidades?
LUCIANO ROBERTO: Os dois últimos anos tocamos bastante, esse ano está sendo legal também. A gente conhece alguns produtores de eventos, donos de bares e casas de shows daqui da região de BH e sempre estamos à disposição pra tocar. Tocamos mais com bandas de outros amigos nesses lugares, onde colocamos à venda cópias do nosso álbum e camisas da banda também.

11 – Vocês apresentam algum cover na apresentação?
LUCIANO ROBERTO: Sim, tocamos Paranoid do Black Sabbath, Ace of Spades do Motörhead e Johnny B Good do Chuck Berry. Cremos que tocar dois ou no máximo três covers no repertório é um aperitivo a mais no nosso set list. Os covers ajudam ainda mais com a nossa interação com a galera.

12 – A Banda já está trabalhando em novas composições para um próximo material?
LUCIANO ROBERTO: Estamos com cerca de nove músicas novas, quase todas 100% ensaiadas.

13 – É bem interessante o trabalho das guitarras e a marcação do baixo, assim como o arranjo da batera! Nota-se uma forte base que “bebe” diretamente da fonte dos mestres dos anos 80, como começa a ideia de uma composição na banda?
LUCIANO ROBERTO: A ideia vem quase sempre com riffs de guitarra aleatórios. Posteriormente, eles são separados em riff para canto, refrão, base(s) de solo, duetos de guitarra, pontes que antecedem a um solo... A música é tocada inteiramente para a captação da temática que ela irá ter. Há músicas que são compostas em parceria, onde os riffs de guitarra ou de baixo formam a música. Por fim, a letra é inserida. Usamos bastante o Guitar Pro, que é muito útil para o armazenamento do som. Cada um da banda ouve a faixa no Guitar Pro e tocamos a(s) música(s) no ensaio, onde cada integrante põe a sua “cara” na música, obtendo a nossa sonoridade.

14 – Gostaria de saber qual os seus 5 discos favoritos, sei que é difícil! Mas é muito legal saber!
LUCIANO ROBERTO: A pergunta mais difícil da entrevista hahaha
Tenho muitos discos que gosto demais, mais vou separar cinco aqui numa lista de 50 hehe
- Master of Reality, Black Sabbath
- March or Die, Motörhead
- Master of Puppets, Metallica
- Dystopia, Megadeth
- Shovel Headed Kill Machine, Exodus.

15 – Quais os planos para o Rocking Riders neste ano de 2018?
LUCIANO ROBERTO: Mais shows e mais músicas novas. Um webclip gravado no estúdio do nosso produtor está pra sair, ficou bacana demais, creio que em breve ele já estará sendo lançado.

16 – Agradeço imensamente a participação de você em nosso humilde blog, deixo o espaço para qualquer coisa que tenha passado em branco e considerações finais!
LUCIANO ROBERTO: Eu quem agradeço pela oportunidade, cara! Gostaria de agradecer a todo mundo que apoia o som autoral de BH e região, às outras bandas daqui da área e à galera que conhecemos que curte o nosso som e que vai aos nossos shows. Obrigados a todos e keep rocking!

Rocking Riders:
Luciano Roberto: Guitarra & Vocal
Vinícius Santos: Guitarra
Michael Euler: Baixo
Júlio César: Bateria

PAGE OFICIAL - ROCKING RIDERS!
https://www.facebook.com/rockingridersband/?ref=br_rs


Por Vitor Carnelossi

COLORADO HEAVY METAL - PEQUENAS AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA!

Curtam nossa page no FACEBOOK:

Desde 2013 produzindo matérias e entrevistas para grande rede.
Editor responsável - Vitor Carnelossi



sábado, 17 de fevereiro de 2018

SCULPTURE - O METAL EXTREMO POR OUTROS CAMINHOS

Sculpture é um projeto instrumental envolto de diversas sonoridades tendo como base principal o Black Metal! Formada pelos músicos Willian Marante e Victor Prospero, a dupla desafia os padrões estabelecidos e executam firmemente suas ideias e experimentos dentro do metal extremo. Com seu Full-Length próximo do lançamento, conversei com esses genuínos músicos que buscam espaço para sua arte, livre e inspiradora! Confiram!


1 – Willian, como se deu a origem da projeto Sculpture?
Willian: Na verdade, não tem uma data muito específica. Eu passei anos sem estar em uma banda, mas todo esse tempo, sempre compus e toquei, praticamente todos os dias.

Como minha memória não é boa, sempre que componho algo eu gravo e passo pra tablatura, no Guitar Pro, senão é certeza, vou esquecer.

Mais ou menos entre o ano de 2008 até 2011 eu compus muitas músicas ou riffs isolados, que na minha cabeça seriam pro meu projeto one man band, Infernalium. No entanto, eu sentia que alguns daqueles riffs soavam muito bem na versão instrumental. Todas as linhas de vozes que eu imaginava em cima delas, não me agradavam, sempre achava que estava estragando a música.

Então eu abri uma pasta com o nome instrumental e lá eu ia jogando todos esses riffs e músicas que eu achava que soavam melhor, dessa forma.

Isso ficou lá, parado por uns anos, até que conversando com o Victor, comentei dessa minha idéia, ele achou interessante e então mandei as músicas. Ele gostou e achou que daria pra fazer. Então na próxima semana, nos reunimos e começamos a trabalhar na primeira música. Isso foi no ano de 2014.


As músicas não tinham nome e nem a banda tinha nome, tudo foi surgindo depois, pra lá da metade do processo de composição.

2 – A formação da banda se concentra em você e Victor Prospero, a ideia de manter o projeto em uma dupla facilita o funcionamento das composições?
Willian: Ah, sim. Com certeza, facilita e muito.
Nós meios que estávamos desencanados de banda. Meio de saco cheio. Não da música, não dos nossos instrumentos, mas do lance de estar numa banda, de tudo que aquilo onera (tempo, dinheiro, cobranças) e todas as responsabilidades envolvidas, etc e etc.
Eu mesmo, tinha na minha cabeça que não tocaria mais em banda e somente seguiria com o meu projeto one man band.
Mas como eu e o Victor conversamos bastante, vimos que éramos tranquilos pra trabalhar um com o outro, que tínhamos os mesmos objetivos e visões em relação a música, que resolvemos arriscar.
Logo de início percebemos que ia dar certo. Toda vez que nos reuníamos pra compor ou gravar, sempre era muito produtivo e divertido. Então começamos a ficar cada vez mais empolgados com o Sculpture.
Então assim, por mais que tenhamos outros grandes amigos que podiam fazer parte do Sculpture.
Fechamos nessa idéia de ser um Duo. Tudo funcionou tão bem, foi tão tranquilo e o resultado nos agradou tanto, que não vemos porque mudar essa configuração.

3 – Victor, a banda já está em atividade desde 2014, a liberdade de se projetar algo sem “pressão” pode trazer um certo perfeccionismo envolto neste trabalho de estreia?
Victor: Nossa ideia desde a primeira conversa sobre o Sculpture foi não ter pressão no sentido de não tornar estressante nenhuma atividade relacionada à banda. Sendo assim, durante o processo de composição, nós ouviamos várias vezes cada música e iamos lapidando até ficar da forma como os dois achavam que estava bom.
O risco que existe neste tipo de planejamento é não definir um ponto final e o projeto acabar se tornando uma “composição eterna”, pois o tempo vai passando e os nossos gostos musicais vão mudando (mesmo que pouco). Acredito que nós fomos bem sucedidos em administrar isso.

4 – Instrumental / Atmospheric / Progressive / Black Metal são referências apresentadas pela banda, vocês acreditam que o metal extremo está mais receptivo as inovações dentro do estilo?
Willian: Acredito que sim, acredito que se o Sculpture lançasse esse mesmo play, uns anos atrás, nós seríamos detonados.
Quando iniciamos o Sculpture nós tínhamos quase que absoluta certeza que não seríamos bem interpretados.
“Firuleira”.” Muito melódico”.” Muita coisinha”. “Não é metal de verdade”. Foram alguns dos adjetivos que achávamos que dariam ao Sculpture. Já meio que estávamos preparados pra isso.
Então, já que imaginávamos que teríamos um feedback negativo, ai mesmo que nos despimos de qualquer pudor e medo e experimentamos o máximo possível. O que deu na nossa cabeça, e o que entendemos que a música pedia, nós colocávamos, dentro das nossas limitações técnicas.
Sei lá, pode ser que essa autenticidade ou coragem em arriscar, que possa ter feito o pessoal entender nossa proposta.
Pra nós, foi de fato uma grande surpresa, o feedback extremamente positivo que tivemos e estamos tendo até agora.
O Sculpture foi idealizado e feito de forma totalmente despretensiosa, achávamos mesmo que não teria uma boa receptividade e nem que um selo iria se interessar em lançar, por ser algo um pouco diferente. Achamos que ninguém iria querer se arriscar. Ainda bem que erramos e recebemos uma proposta do Luiz, da Hammer of Damnation, antes mesmo de começarmos a correr atrás de selo. Fechamos com ele.


5 – "To Another Place" está prometido para 2018, como está o processo de finalização do material?
Victor: As músicas já estão todas mixadas e masterizadas e no momento o Willian está finalizando a arte para enviarmos para a gravadora fabricar. O lançamento oficial está agendado para o dia 05/05/18.

6 - Victor além de baixista é o produtor do disco de estreia, quais os desafios de se produzir o próprio material?
Victor: Acredito que o desafio foi a etapa da composição, porque eu e o Willian nunca tínhamos tocado juntos e não nos conheciamos musicalmente. Então até a gente criar uma sinergia, onde o Willian escrevia os riffs, já pensando no que eu iria sugerir pra alterar e vice-versa demorou bastante. Depois foi tudo simples pois eu havia planejado desde o inicio.
Conforme nós iamos compondo a música, já editávamos a bateria e iamos gravando e as bases no programa de gravação. Após terminar de compor, apagamos as cordas e regravamos tudo pra valer, riff por riff o mais preciso possível. A direção da gravação foi super tranquila porque o Willian já sabia como eu trabalhava. Na escolha de timbres e demais samples (teclados e etc), mixagem e masterização foi muito tranquilo também porque o Willian quase sempre pensa igual a mim.

7 - Como divulgado o Sculpture trata-se de um projeto instrumental, pelo que consta vocês já integraram bandas de metal extremo anteriormente. É desafiador expressar suas convicções e expressões fazendo um som inteiramente instrumental?

Willian: Sim, tanto eu como o Victor, já tocamos em diversas outras bandas de São Paulo, como:

Lost Graveyard, Evil Mayhem, Obscure Mind, Shantak, Necromesis, Infernalium, Synthesis, Thou Supreme Art entre outras. Temos um tempinho já nessa vida de bandas e shows.

Foi sim desafiador, nos expressar de forma instrumental e totalmente diferente de todas as outras bandas que já tocamos. Tanto que nós começamos a compor de uma forma e vinha rolando bem. Mas em um certo momento, as composições foram amadurecendo e ficando muito diferentes das 2 primeiras músicas que fizemos, digo a estrutura da música mesmo.
Percebemos que as músicas estavam ficando com estrutura e formato de uma música normal, (Introdução / Verso / Ponte / Refrão / Solo). Então tentamos romper com isso e estruturar as composições de forma diferente. Ai voltamos e refizemos tudo o que já tinha sido feito, pra depois seguir em frente. Tentamos equalizar as composições pra que todas ficassem no mesmo nível. Pra que soassem de forma mais homogênea.

8 – Sei que já com o pouco tempo de banda vocês devem ter já respondido inúmeras vezes se há pretensão de vir a ter um vocal futuramente (rsrsrsrs). Então a pergunta é esta, o Sculpture terá algum vocalista fazendo alguma participação futuramente?
Willian: Realmente, sempre nos perguntam isso. Hahahahaha. Mas é normal...
O Sculpture foi concebido, desde o inicio, pra ser uma banda instrumental. È assim que vemos o Sculpture e é assim que queremos que ele continue.
Mas pensamos sim, mais pra frente, em lançar um som, com um vocal convidado. Em uma versão com bônus, ou um EP, algo assim.
Até mesmo nós temos essa curiosidade, então pode sim rolar um dia. Mas será algo atípico.
Um play inteiro com vocal, não. Isso não vai acontecer sob o nome Sculpture.

9 – A bateria programada soa bastante coesa e orgânica, com certeza hoje em dia funciona bem melhor que na época do HATE do Sarcófago não é mesmo?
Victor: No caso do Sculpture além da bateria, todos os efeitos de sampler também são programados. Inclusive nenhum pedal de guitarra, amplificador ou microfone foi usado. Tudo foi feito 100% no computador.
Os plugins estão evoluindo em uma velocidade incrível. Para as guitarra do Sculpture por exemplo, eu troquei três vezes o plugin e cada um soava incrivelmente melhor do que o outro.
Hoje em dia, no metal extremo, a maioria das grandes produções usam alguma tecnologia de sampler na bateria. Muitas vezes substitui-se o som da bateria tocada pelo som de um sampler gravado a partir da própria bateria para tirar um pouco da dinâmica e dar mais punch.
Se as baterias programadas de hoje em dia estão melhores do que as de 5 anos atrás, imagine se compararmos às de 25 anos atrás, na época do HATE (risos).

10 – Bandas como Limbonic Art e Samael por exemplo usam o recurso de bateria programada há muito tempo, o Samael além do estúdio ainda se apresenta ao vivo sem maiores problemas. O Sculpture tem intenção de se apresentar? O que vocês pensam a respeito?
Willian: Há maneiras e maneiras de se fazer as coisas. Nunca vi problema no uso de bateria programada, desde que feito da maneira correta, de uma maneira que não fique tão evidente e robótico. Desde o começo, sabíamos que iríamos usar bateria programada e foi sempre uma preocupação nossa, deixa-la o mais natural e humanizada, possível. 


Quanto a se apresentar, isso nunca tinha passado pela nossa cabeça. Fizemos o Sculpture pra ser uma banda de estúdio. No entanto, o selo que nos convidou pra lançar nosso debut, deu essa idéia, de fazer uma apresentação de lançamento do cd. Aceitamos e ela vai acontecer no dia 05/05/2018 na sede da Hammer of Damnation.

Nos apresentaremos em quarteto ( 2  guitarras, baixo e bateria).  Está sendo bem trabalhoso tirar as músicas todas novamente, passar pros outros músicos, ensaiar e tudo mais. Mas ao mesmo tempo está sendo bem prazeroso. Acredito que conseguiremos fazer um boa apresentação. Estamos realmente empenhados nisso.



11 – Na música que vocês liberaram percebe-se momentos mais voltados para o Black Metal, influencias de Metal Tradicional, passagem acústicas! Isso torna a audição agradável e surpreendente! Quais as influências musicais em relação ao Sculpture?

Willian: Sem dúvida nenhuma, a imensa maioria dos plays da minha coleção e a maior parte da minha influência, vem do Black Metal.

È o que eu ouço 80% do tempo. Mas meu gosto musical e influências são bem grandes.
No Black Metal, dá pra citar. Dissection, Godkiller, Algaion, Sargeist, Impaled Nazarene, GBK, Song D´enfer, Woods of Desolation Sacrilegium, mais um milhão de outras bandas novas e antigas.
Ouço muito também Thrash Metal oitentista. Destruction, Exodus, MX, Tankard, Sodom, Kreator, Assassin, Razor, Violent Force...
Gosto muito de Heavy Metal Tradicional. Iron Maiden, Judas Priest. Black Sabbath, King Diamond, Mercyful Fate, Running Wild. Helloween...
Ouço umas coisas de jazz, fusion, principalmente discos de guitarristas. Progressivo também ouço, curto demais Rush. Demais mesmo.
Um estilo que não sou muito chegado é o Death Metal, escuto pouquíssima coisa. Engraçado que uma das melhores bandas do mundo, pra mim, é desse estilo. O Death.  Mas o Death e o Chuck acho que transcenderam os limites de qualquer estilo. Aquilo é único.

Victor: Acredito que essa mescla de estilos foi algo natural de se fazer pois a trajetória de influencias minhas e do willian são bem parecidas. Ambos começamos a escutar metal de berço, por influência de nossos pais e depois viemos descobrindo o som que nos agradava mais: metal extremo.
Eu ouvia muito Black Sabbath, Iron Maiden, Metallica e Helloween,  quando eu era criança. Depois fui indo para o Thrash, o Death e o Black Metal. Além disso já tive bandas de Prog e já toquei Jazz e Bossa Nova na noite. O Sculpture tem um pouco de cada uma destas influências que fomos adquirindo no decorrer da vida.

12 – O Material será lançado via “Hammer of Damnation”, pelo que consta CD vai ser muito caprichado! Recentemente adquiri uma cópia do novo CD do CAUTERIZATION e o acabamento é impressionante!
Willian: Estamos nos ajustes finais da arte de capa e encarte. Falta muito pouco e o material deve ir pra fábrica, ainda esse mês de fevereiro ou no máximo começo de março.
Tentamos caprichar no visual e tentar chegar numa arte e layout que conversasse com o tipo de música que fizemos, que fechasse todo o conceito do álbum. Procuramos fazer com que a arte, representasse a música do Sculpture. Creio que conseguimos isso e estamos bem satisfeitos.

O lançamento será também em formato digipack, mas num formato um pouco diferente do Cauterization (aquele lançamento realmente ficou lindíssimo). 



Escolhemos um formato pouco utilizado e que achamos que ficaria perfeito no tipo de arte e ilustração que tínhamos em mente.  Acreditamos que a arte, formato, acabamentos, conversam bem com a proposta e conceito do Sculpture.



13 – Willian e Victor, gostaria que listassem seus álbuns favoritos!
Willian: Bem difícil. Vou citar 10, mas eles mudam sempre e não será em ordem de preferência.
Bathory – Bathory
Iron Maiden – Killers
Exodus – Bonded By Blood
Woods of Desolation – Torn Beyond Reason
Dissection – Storm of the Lights Bane
Helloween – Walls of Jericho
Mercyful Fate – Don´t Break the Oath
Necromantia – Scarlet Evil Witching Black
Death  – Individual Thought Patterns
Impaled Nazarene – Ugra Karma

Victor: Realmente é uma pergunta bem dificil mas vou tentar citar os primeiros que me vêm em mente.
Bathory – Under the sign of the black mark
Destruction – Sentence of Death
Dissection – Storm of the light´s bane
Kreator – Pleasure to Kill
Rush – Moving Pictures
Death – Symbolic
Woods of Desolation – Torn beyond reason
Sivyj Yar – From the dead villages´ darkness
Desaster – Hellfire´s Dominion
Mercyful Fate - Melissa

14 – Quais os planos futuros para o Sculpture?
Willian: No momento estamos nos dedicando totalmente ao lançamento do debut. Divulgando da melhor forma possível, trabalhando em conjunto com o selo. Em breve divulgaremos mais um clipe com outro som na íntegra, temos também mais alguns vídeos pra liberar.


Além de estarmos muito focados nos ensaios e preparativos pra apresentação de lançamento do álbum. Queremos entregar pro pessoal, a melhor apresentação possível, como forma de agradecimento pelo apoio e suporte que temos tido, desde que começamos  divulgar o Sculpture.


Temos planos pra um próximo álbum, um EP... Não sabemos muito bem ainda.

Ficaram algumas músicas e riffs de fora desse álbum, porque achamos que era a hora de lançar e se continuássemos a compor e gravar, podia demorar bastante, porque nosso processo de composição é bem demorado e trabalhoso.


Entao, é isso. Nesse ano é foco total no lançamento de “ To Another Place” e fim do ano ou ano que vem, pretendemos voltar a gravar e finalizar algumas composições que ficaram em aberto.

15 – Deixo o espaço aberto pra as considerações finais!
Gostariamos de agradecer imensamente ao Vitor e seu blog Colorado Heavy Metal, pelo interesse e espaço concedido ao Sculpture.

Esperamos que curtam os outros sons do play e esperamos nos trombar por ai, pra trocar mais ideias e tomar umas cangibrinas.

Maiores informações:
https://www.facebook.com/SculptureInstrumentalBr


Por Vitor Carnelossi

COLORADO HEAVY METAL - PEQUENAS AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA!

Curtam nossa page no FACEBOOK:

Desde 2013 produzindo matérias e entrevistas para grande rede.
Editor responsável - Vitor Carnelossi