domingo, 8 de junho de 2014

ENTREVISTA COM BILLY BELIERI

O Entrevistado de hoje é o nosso amigo Billy Belieri, um cara que acompanhou e participou da cena do rock em COLORADO, sendo como músico, sendo como apoiador da cena. Desde os primórdios pequenas ações contribuíram para o surgimento de um pequeno “foco de rock” em nossa cidade, desde meados de 1970 Billya acompanhou e fomentou essas ações e hoje aqui conosco da a sua contribuição para nossa documentação e curiosidade! Acompanhem!

1 – Billy, primeiramente obrigado por participar do nosso Blog. A primeira pergunta é: O que lhe fez despertar para o Rock n´roll?
Obrigado pelo convite, pra mim é uma honra pode colaborar.
Bem, eu ouvia rock desde os meus 7 anos, isso faz tempo rsrsrs...no rádio tocava versões de bandas internacionais, já que havia uma lei que permitia apenas 25% de música internacional  nas rádios e Tvs, isso em 1970.Os jovens em Colorado nessa época como em quase todo o mundo ouviam também Beatles,  Rolling Stones e Elvis e como sempre com um certo atraso, para se ter ideia as versões chegavam antes no mercado do que as originais. Eu ouvia o que meus irmãos e os amigos deles  ouviam. Depois disso eu encontrei uma fita K7 (objeto de museu hoje..rs) da banda Jethro Tull e tocava toda hora até um dia ela ser engolida pelo meu velho gravador via  programas musicais na Tv como por exemplo The Monkes ( uma banda americana que imitava os Beatles) os episódios eram incansavelmente repetidos na TV Tibaji que era afiliada da Rede Globo e também haviam programas do tipo “enquanto você espera” que passava clipes e festivais de rock. Então tomei conhecimento do que era realmente o som que faz  minha cabeça até hoje “Esse tal de Rock and  Roll” Rolava todo tipo de bandas mas principalmente as progressivas dos anos 70,
Talvez seja nessa época que vi que o rock não era só música , mas também um estilo de vida.

2 – Nos anos 70 os movimentos estavam se formando, quais as recordações de uma época tão prolífera para o rock?
Como disse na resposta anterior, me recordo desses festivais e concertos que via na tv e eu tinha apenas 12 anos. Meu contato maior e mais aprofundado foi no final da década de 70 e na década de 80, já adolescente saindo para bailes que inclusive tocava a Banda Raio de Sol dos irmãos Carnelossi e esperava pra ouvir sempre numa mesa na frente do palco essa e outras bandas de baile que tinham por obrigação ter uma seleção de rock.

3 – Quais bandas você pode destacar que abriram espaço para o rock no Brasil, pois naquela época ainda se tocava algo bom nas FMs.
Aqui no interior FM era novidade até os anos 80, mas falando de Bandas que abriram espaço acho que Raul Seixas, Rita Lee, Os Incriveis, Secos e Molhados, Pholhas, Casa das Máquinas, Made In Brazil, depois tivemos 14Bis, a Cor do som, Roupa Nova, Lulu Santos e só então Bandas como Titãs, Paralamas, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, RPM, Legião, Kid Abelha fizeram o movimento anos 80.No Underground surgiram uma série de bandas punks que não caíram muito no gosto popular mas que fizeram fãs que os acompanham até hoje e sofrem suas influências.

4 – Você teve um papel importante da difusão do pop/rock em Colorado como comunicador e Dj  das  “paqueras”, conte-nos um pouco desse período!
Odeio essas tal de “paqueras” kkkkkkkkkkkkkk Explicando: Paquera na avenida era um evento feito pela Fm Maringá e nós aqui na Rádio Colorado concorríamos com essa rádio na região.Nós levamos o rock para a programação da rádio AM, eu, Sérgio Alabi e Zé Roberto Bazzo  e fazíamos um evento que se chamava “TARDE DO ROCK” que começava às 13:00 hs e terminava às 22:00.
A Abertura era feita com a famosa Breaking all the rules  que em português seria” Quebrando ou violando todas as regras” que tem um Riff marcante de guitarra na introdução e a letra expressava o que sentíamos:

Breaking All The Rules

Violando todas as regras
Nós somos o povo, todo mundo
Da salvação até a queda
Da batalha e do calor
Para o nosso triunfo e derrota

Nós somos os jovens que estão gritando
Cheios de fúria, cheios de dúvidas
E estamos violando todas as regras
Nunca escolhendo sermos tolos


Nós estamos cansados de ser usados
Nós somos constantemente desculpados
Na batalha e no calor
Na sombra da retirada

Nós somos os jovens que estão gritando
Cheios de fúria, cheios de dúvidas
E estamos violando todas as regras
Nunca escolhendo sermos tolos

Nós somos o povo, todo mundo
Da salvação até a queda
Do áspero até o corajoso
Do berço até o túmulo


Nós somos os jovens que estão gritando
Cheios de fúria, cheios de dúvidas
E estamos violando todas as regras
Nunca escolhendo sermos tolos


Falar em quebrar regras no final da ditadura militar ainda era complicado kkkkkkkkkkkkkkkkk

5 – Além do papel importante na RÁDIO COLORADO você também participou de uma banda após essa época. Você pode recordar um pouquinho desse período para nós?
Formei a minha primeira banda em 80 sugeri o nome TITÃS por causa de um gibi da época e todo mundo detestou kkkkkkkkkkkkk Os Titãs só estreiaram em 82. Escolhemos então “Olhos do Universo” terrível de ruim até no nome kkkkkkkkkkkkkkkkk. Foram tantas formações, pessoas aprendendo e saindo, brigando e saindo que nem sei se lembro todos que passaram pela banda que começou chamando Olhos do Universo, que com esse nome tocou no cinema no aniversário da cidade cobrando ingressos e teve seu primeiro público, 107 boas almas, isso  com shows na rua  de graça no mesmo dia.Depois convenci a mudar o nome para “Fruto do Pecado” talvez influenciado pela maçã verde que era símbolo da gravadora dos Beatles a Aplle  records ,o interessante pra mim era a sigla FDP kkkkk. Depois alguns puritanos achava que esse negócio de filhas da puta ou do fruto do pecado não tava com nada e mais uma vez mudamos de nome para Trama, antes de existeir a gravadora com o mesmo nome.

Integrantes dessas Bandas por ordem de passagem pela banda: Eu Billy, Zé roberto, Sandro Moreira, Quarentena, Dalberto, Sérgio Alabi, Boca, Elder Moca, Fuzinho, Neymar Assoni, Flavião, Cezar Viais, Leandro Valério- Eu fui para o Japão e a banda continuou  com Sandrinho, Dalberto, Zé Roberto, Odinei Mostachio e até o Marreta baterista do Luan Santana passou por lá rs

Billy nos Vocais

6 – Como Vocalista quais os vocais que serviam como referencia para você?
Como sou um vocalista limitado, me inspirava em vocalistas limitados e minha vóz que era bem aguda lembrava John Lennon e eu até imitava kkkkkkkk . Isso era bom porque tocávamos bastante Beatles e rock nacional.Acho
Hoje meu conceito é outro admiro todos os vocalistas porque eles dão uma cara pra banda, eu gosto de não imitar ninguém até por causa das minhas limitações vocais, tento me encaixar no que a banda toca, no timbre e colocar minha marca nas músicas, as vezes dá certo e fica muito bom rs

7 – Como radialista em outrora, como você analisa a cena de pop rock dos anos 80 no Brasil?
Foi forte, pra mim a melhor época onde criaram o estilo rock nacional, underground também fervia nessa época. Hoje duplas sertanejas brotam do chão em qualquer lugar, nos anos 80 acontecia isso com as bandas de rock, talvez inspiradas no punk rock inglês que faziam um som menos técnico. Quero acrescentar que todo mundo ouvia rock e pra ouvir sertanejo o cara se escondia kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

8 – Por que o pop/rock não tem mais espaço na mídia Brasileira?
Acho que é questão de quem paga mais e também pela qualidade das bandas, rock pesado não tem e nem nunca teve  mercado no Brasil em termos de mídia, mas vejo com bons olhos movimentos como o Banda gaúchas e algumas rádios como aqui no Paraná 102,5 fm que toca só rock, blues e coisas do gênero.

9 -  Sobre o inicio do rock em Colorado, você chegou a acompanhar alguns shows das bandas “Raio de Sol” e “Os Alamos”,  há  algum detalhe legal que você pode deixar aqui como um relato de quem acompanhou essa fase longínqua e pioneira do rock em nossa Cidade?
Os Alamos eu nem acompanhei,porque eu era criancinha nessa época, mas vi muitas vezes os irmãos Carnelossi com a Banda Raio de Sol tocando bailes e sempre com uma seleção de rock.
Eu Digo que a primeira Banda voltada exclusivamente para o rock foi a Fruto do Pecado que tocava Beatles, Pink Floyd, The cure etc.. e muito rock nacional.

10 – Após anos no Japão você retornou e encabeçou a irreverente e talentosa banda “Vovô Madin” , como foi essa experiência de fazer um rock misturando gerações em uma mesma banda?
Foi legal até um certo ponto, gostava da guitarra pesada do Rodolfo que dava uma cara diferente nas músicas e eu acompanhava isso com o vocal mais “rasgado”, nosso interesse não era ser cover e sim botar nossa marca em músicas bastante conhecidas. A banda era uma salada mista que tocava desde Beatles, passando por Pink Floyd até música gravada pelo Metallica e também versões pesadas de rock nacional dos anos 80.
Quando começamos a ter que trocar integrantes a coisa desandou. Acho que a melhor formação foi: Eu Billy no vocal, Rodolfo- guitarra e vocal, Alexandre Higino na bateria e Gustavo Lazarin no baixo.

11 – Quais os sons do “Vovô Madin” que você curtia mais tocar ao vivo?
Eu curtia tudo, sempre era um desafio.

12 – Você e o Rodolfo “Rodox”, lutaram o quanto puderam pela atividade da banda, o que falta para melhorar o fluxo de bandas em Colorado?
Falta mais compromisso com as próprias bandas, tem que gostar realmente de tocar e ensaiar, tem que ser mais humilde e respeitar os limites de cada músico, mas principalmente ouvir os colegas e lembrar que você está numa banda e que tudo tem que funcionar, não é porque você tirou sua parte, que se foda o resto. Se for assim vá tocar sozinho!

13 – Mesmo sendo uma Cidade pequena, Colorado sempre mantem bandas em atividades, e isso sempre acaba deixando possibilidades abertas, você gostaria de novamente cair nos ensaios e se aventurar por algum projeto?
No momento não, eu tenho dois problemas sérios em relação a fazer parte de uma banda: eu tenho dificuldade para decorar as letras, só ensaiando muito e acho que tudo mundo chegar com a música tirada serve para banda cover, uma banda que quer ter personalidade tem que ter tempo para trabalhar as músicas nos ensaios, já que a maioria dos músicos de Colorado não tocam por partitura.

14 – Para alguém de fora, o que você poderia dizer de nossas bandas?
Acho que todos  são heróis, apoio zero, o gosto musical da galera  em Colorado é péssimo tanto que as bandas daqui tocam sempre fora e nem os músicos que tocam nas bandas são unidos.

Banda Vovô Madin
15 – Gostaria que você listasse seus álbuns favoritos!
Todos da segunda fase dos Beatles, do Rubber Soul pra frente.
Todos do Pink Floyd, menos os primeiros que são muito psicodélicos
Todos do Supertramp até que o Roger Hogdson estava na banda
Vou dizer dois um nacional que gosto muito e um internacional que marcaram e são super bem produzidos.
Um deles é o Cabeça dinossauro dos Titãs e o  The division Bell do Pink Floyd

16 – Diga uma música que gostasse que ligassem a sua pessoa.
Acho que The Logical song do Supertramp tem muito a ver comigo.
The Logical Song
When I was young

It seemed that life was so wonderful
A miracle, oh it was beautiful, magical
And all the birds in the trees
Well they'd be singing so happily
Oh joyfully, oh playfully watching me
But then they sent me away
To teach me how to be sensible
Logical, oh responsible, practical
And they showed me a world
Where I could be so dependable
Oh clinical, oh intellectual, cynical

There are times when all the world's asleep
The questions run too deep
For such a simple man
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am

Now watch what you say
Or they'll be calling you a radical
A liberal, oh fanatical, criminal
Oh won't you sign up your name
We'd like to feel you're
Acceptable, respectable, oh presentable, a vegetable

At night when all the world's asleep
The questions run soo deep
For such a simple man
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am, who I am, who I am, who I am

A Canção Lógica
Quando eu era jovem
Parecia que a vida era tão maravilhosa
Um milagre, oh ela era tão bonita, mágica
E todos os pássaros nas árvores
Estavam cantando tão felizes
Oh alegres, brincalhões, me observando
Mas aí eles me mandaram embora
Para me ensinar a ser sensato
Lógico, oh responsável, prático
E me mostraram um mundo
Onde eu poderia ser muito dependente
Doentio, intelectual, cínico

Tem vezes, quando todo o mundo dorme
Que as questões seguem profundas demais
Para um homem tão simples
Por favor, me diga o que aprendemos
Eu sei que soa absurdo
Mas por favor me diga quem eu sou

Agora cuidado com o que você diz
Ou eles vão te chamar de radical
Um liberal, oh fanático, criminoso
Você não vai assinar seu nome?
Gostaríamos de sentir que você é
Aceitável, respeitável, apresentável, um vegetal!

A noite, quando todo o mundo dorme,
Que as questões seguem tão profundas
Para um homem tão simples
Por favor, me diga o que aprendemos
Eu sei que soa absurdo
Mas por favor me diga quem eu sou


17 – Qual álbum você gostaria de poder voltar ao tempo  para acompanhar sua gravação de dentro do estúdio?
O Albúm Abbey Road dos Beatles.
18 – Deixou o espaço para suas considerações finais, muito obrigado por participar dessa matéria para o blog!
Achei muito legal essa entrevista, eu me prolonguei em algumas respostas, mas ainda ficou muitos detalhes de fora.Talvez pra algumas pessoas que acham que me conhecem pode ser uma maneira de ver um pouco do que eu realmente sou.

Abraços e até mais!


Por Vitor Carnelossi

COLORADO HEAVY METAL

domingo, 1 de junho de 2014

ENTREVISTA - DO PROTESTO A RESISTÊNCIA


Pra quem costuma se queixar dizendo que a música parou em década tal eu digo, está mal informado hein meu amigo!!! A cena underground se prolifera a todo vapor em cada quebrada, em cada periferia desse país, seja no rap, no rock, hardcore ou metal. Pra sacramentar o que digo, segue aí a entrevista com os manos do “Do Protesto a Resistência”, fazendo a junção muito bem sacada do rap com o hardcore e o metal, totalmente cantado em português e com muito sangue no “zóio” galera!!!
Falamos com um dos vocais da banda, Ricardo Stéfano, que respondeu na responsa e na humildade nossas perguntas, então se liguem aí...É D.P.R., hardcore de rua sem corte!!!


1. Fala galera, primeiramente aquele salve por nos conceder esta entrevista, gostaria que vocês nos contassem um pouco da sua história, como começou o D.P.R. e quem é o D.P.R.?
Salve salve! O D.P.R teve umas 3 ou 4 fases manja mano! O nascimento eu gosto sempre de dizer que foi numa festa de 2 manos nossos ali no Grajaú ( Márcio e Eduardo) e tava rolando uma banda já extinta (Delenda) e os manos soltaram uma base nóis catou os mic e começou a cantar Racionais em cima da base de hardcore ( eu Ricardo Stefano DPR e 38 MilManos, Vinão Dpr, Fábio Dpr , Márcio 38milmanos, Ulisses já falecido, entre outros vários manos!!! Eu voltei pra casa com aquela emoção no peito, ali pra mim brotou a semente do que viria a ser o DPR... Disse q teve varias fases porque a banda começou em Taboao da serra de fato um ano depois se páh! A convite do Sérgio (ex DPR) pra eu colar pra conhecer o projeto que eles estavam montando!! A banda já tinha alguns instrumentais mas não tinha nome, e eu já tinha as letras, e algumas idéias de título pro nome do projeto que eu já vinha desenvolvendo desde o role no Grajaú! E assim fechamos a primeira formação da banda Com o EP "filosofia de rua "Depois disso muitas águas rolaram !!! O" platoon" foi feito por uma formação totalmente diferente da primeira! Mas feito por manos que sempre correram com a banda mesmo sem ser dela!!!


2. Como vocês chegaram a essa sonoridade impar, apresentada no “Platoon” (2012)? A banda já nasceu com essa proposta de som?
O platoon foi o ápice do que não conseguimos fazer no "filosofia de rua" instrumental e letras! A idéia de montar uma banda com letras que trariam histórias e idéias voltadas pra periferia era meio turva, eu tinha muita vontade de expor, mas eu não sabia como!!! Como disse a formação influenciou muito, tanto nas letras como no instrumental! Os manos da nova formação tem uma pegada mais bruta voltada pro metal focada numa outra época musical coisa que a formação antiga era mais pautada no rapcore dos anos 90!!! Sobre as letras acho que a morte do nosso parceiro Ulisses acabou ampliando e abrindo minha mente pra chegar neste resultado de escrita, infelizmente!!

3. Hoje estamos presenciando a força da cena independente, o DIY está mostrando que funciona, como vocês observam esse crescente aumento de pessoas dispostas a fazer as coisas por suas próprias mãos dentro da música?
Mano quando não tem aquilo que as pessoas gostam a tendência e lógica é elas fazerem pelas próprias mãos!!! O advento da internet ajuda muito é permite divulgar trampos como nunca foi possível!!! E o mais loko é que só se escuta na internet aquilo que você quer escutar! Ao contrário das rádios e televisões que te induzem a gostar de algo!!! Ser independente quer dizer que você faz aquilo que bem entende sem influências de selo ou produtor... Quantos grupos ou artistas solo do grande mercado musical disponibilizam seu trampo por livre e espontânea vontade pra download? Diferente de quem corre por si só no Underground.

4. Vocês mostram que existe uma boa conexão entre o movimento hip-hop e o hardcore, transitando em eventos de ambas as vertentes, vocês acham importante essa cooperação, já que estamos falando de estilos que nascem de certa forma nos mesmos lugares e clamam pelas mesmas coisas?
Mano essa é a chave do bagulho! Ideologicamente somos iguais, cantamos as mesmas coisas só o instrumental que muda! O barato é mostrar que é possível fazer o instrumental ao vivo e cantar em cima. Da no mesmo que soltar uma base e cantar em cima!!! Agente já recebeu um salve de vários manos de varias vertentes da música e isso é FUDIDO pra nois. A periferia é o foco! Guitarra, baixo e bateria pode ser alcançado pela periferia!

5. Conte-nos sobre a concepção de “Platoon”, como foi o processo de gravação e como se deram as participações no disco?
Platoon porque nosso truta Ulisses era apaixonado por filmes de guerra e jogos de guerra! Ele usava este nome em suas redes sociais!!! E veio a calhar porque o filme Platoon retratou jovens morrendo no VIETNÃ tal como nossos jovens na guerra diária seja no tráfico! Nos assaltos, nos hospitais que se assemelham a açougues! As participações foram manos que sempre correram com nois não tinha como deixá-los de fora!!! E infelizmente vários ficaram de fora! Mas agente retrata isso nos próximos sons...

6. Suas letras retratam o violento cotidiano da capital, a realidade diária de milhões de pessoas em nosso país dá pra perceber que a indignação é algo que os inspira a escrever, e musicalmente falando, onde vocês buscam inspiração pra compor seus sons?
Mano escrever é um desabafo! É uma forma de retratar o que vemos sim e o que queremos que mude!!! Como foi dito "Infelizmente falamos de violência" queria eu poder falar de festa! Mas enquanto vejo o errado prosperando não da pra ficar calado e ser conivente a este sistema


7. Vocês acreditam que a música tem um papel importante no sentido de conscientizar as pessoas ou até mesmo em alguns casos aliená-las?
Sim mano a música tem este poder de derrubar ou levantar o indivíduo sou prova viva disso! A música transformou minha vida pro bem! E acredito eu que de todo o DPR
Diga-se de passagem, o que foi a jovem guarda! Brasil nos anos 70 sitiado o pau comendo
Gente morrendo e geral alienado com a JOVEN guarda. E estamos colhendo até hoje frutos desta época!!! Nossos pais.

8. Já conversei a respeito disso com a galera da Santa Morte aqui, mas como vocês são os criadores, gostaria que nos contasse um pouco mais sobre a De La Rua Crew? Do que se trata essa crew e quais os objetivos que envolvem esse lance?
Orra da hora! DELARUACREW Ou 412 foi a Crew que eu Stefano e o Sérgio antigo vocal do DPR criamos! No primeiro show da banda agente viu a força que já tinha nosso som! O EP tinha sido lançado há um mês se páh! Tivemos dois shows no mesmo final de semana Sorocaba e Campo Limpo Z/S São Paulo e mesmo com pouco tempo de banda agente viu que a parada ia tomar proporções que nenhum de nois imaginava a 5 meses no início da banda!!! Aí aproveitamos o momento pra criar nossa Crew que era a nossa banca de rua memo! Pra se organizar! Se movimentar! Conquistar respeito e identidade pra nossa banca!!! Eu convidei o Santa Morte pra Crew por identificar no corre dos mulekes a mesma essência que nos move a cultura de rua, cultura do submundo... Não somos Crew de treta! Somos uma Crew voltada pro progresso dos manos envolvidos!!! É nois por nois


9. Quais são os próximos passos que a banda pretende dar? Já existem novos sons pra um futuro disco de inéditas?
A banda ta se acostumando a trampar seria! Tem muitos shows, muitos eventos, o público!!! tamo tentando fazer nosso melhor tentando Levar pro lado profissional! Pra ser duradouro! O youtube é nosso alvo o clipe do som
DPR PART/2 foi lançado dia 23/03/2014 e já tamo nos preparativos pra dois outros!!! Já temos musicas novas estão mocadas aqui rs. Logo menos ta na rua.

10. Vocês têm um clipe para “Então sociedade” e recentemente soltaram um teaser de “D.P.R. Parte 2”, de que forma produzidos esses clipes e como foi à experiência em si de fazer esse corre? Já existe previsão pra lançar o novo clipe?
Então sociedade foi gravado o áudio final de 2012 ! E parece q foi uma premonição aos protestos de 2013!!! A gente precisou unir as imagens do que tava rolando com as idéias do som!!! Um parceiro do interior editou pra nois! Eu só gravei aqui em casa mesmo...o clipe do part 2 ta no ar no nosso canal do youtube!!! Ta pra sair o BOM DIA VIETNÃ e A QUEM EU DEVO MEU RESPEITO.

11. Mantendo o péssimo costume de fazer listas (RS), gostaria que vocês mandassem aí o seu top Five, com seus discos preferidos.
Vish mano a banda é eclética pra caralho! Do samba ao hardcore! Do rap ao funk se importando com a qualidade sonora e com as idéias da hora...


12. Deixo este espaço pra que mandem sua mensagem, a vontade!
Aquele salve pros parceiro e os aliados, aqui é o Dpr ta ligado em 2000 e FODA-SE nois ta no corre atrás do ouro e não do bronze... Do ouro pra periferia! Pra classe explorada do nosso país! Agente espera que nosso salve chegue em todas as quebradas e leve uma humilde palavra de fé até teu coração paz é DeLaRua e Do Protesto À Resistência...


Por Evandro Sugahara