quarta-feira, 25 de novembro de 2015

ARTISTAS POP E SUAS FAIXAS HEAVY METAL.......É ISSO MESMO??????

Uma caixinha de surpresas o infinito e maravilhoso universo da música, não é mesmo?
Tempos atrás o guitarrista Vitor Carnelossi me visitou, e percebi sua surpresa quando mostrei para ele uma das faixas destacadas abaixo. Alguns artistas em dado momento colocaram um ´´peso extra´´ em alguma faixa específica, que compartilho com vcs leitores a partir de agora:


-GILBERTO GIL (ROQUE SANTEIRO – O ROCK) – esta foi a faixa que mostrei ao Vitor. Não associe Roque Santeiro à novela dos anos 80, nada a ver. Lançada em 1985, os primeiros 30 segundos desta música traz a introdução e um pequeno solo de guitarra de ninguém menos que Sergio Dias (Mutantes).  Com inteligência, Gilberto Gil navega na praia do rock com uma letra que homenageia várias bandas e artistas que militavam uma atitude mais rock naquele período. A guitarra pesada do Serginho Dias trampa durante toda a música.  Prestem atenção na última frase do Gilberto Gil, para o Serginho, quando guitarra e batera começam a marcar o corte final.


-ULTRAJE A RIGOR (PRISIONEIRO) – esta música tem o vocal do Maurício Defendi, baixista da banda na época, e na minha opinião, é a faixa-referência quando vejo ou lembro desta banda. Era um músico com atitude heavy metal, a ponto de bater cabeça até em programa de auditório de tv. tempos depois, fora da banda, mudou para os Estados Unidos e tocava numa banda heavy de lá. Diferentemente da conhecida proposta irreverente e irônica da banda liderada pelo Roger, Prisioneiro é pesada, contestadora, acusadora, um  tremendo de um som que passou despercebido sufocada pelas faixas mais comerciais que a própria banda emplacava nas rádios. Faz parte do álbum Sexo!

-RITA LEE (ON THE ROCKS)  -  gravada em 1983, a guitarra do marido Roberto de Carvalho mais o instrumental da banda americana Toto, esta música, com a impostação vocal da Rita Lee, provoca uma atmosfera muito legal. Percebe-se nitidamente a influência dos timbres usados à época,mas em momento algum tira o brilho e o peso desta música. Faz parte do álbum Bombom.
E tem mais – confiram Declare Guerra do Barão, com o baixo pulsante do Dé, além de Rock Estrela, do Léo Jaime, feita para um filme em 1985( a intro de teclado  e  o peso da guitarra é muito interessante).  Preste atenção no trampo de guitarra do Rogério Meanda  nas faixas Exagerado e Medieval II do Cazuza.
Fica a dica!
Valeu!!!


Marcão Azevedo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

GOLPE DE ESTADO - ZUMBI: ADEUS DA FORMAÇÃO CLÁSSICA EM GRANDE ESTILO

Neste exato momento ouço Mais ou Menos, do álbum Zumbi, do Golpe. Ouvi antes faixas como 35mm, No Entanto ( com a grande participação do Arnaldo Antunes), Zumbi ( com a participação da Rita Lee  - o baterista do Golpe, Paulo Zinner foi batera dela por muito tempo, mesmo quando já existia o Golpe), Hino de Duran, Gostar de você, o cover matador do The Who para My Generation.
Ouvindo, fico com a impressão de um disco feito com vontade, com criatividade. É o último disco com a formação clássica da banda (Catalau/Helcio Aguirra/Nelson Brito e Paulo Zinner).
Catalau cantando como nunca, muito inspirado, realmente um grande talento entre os vocalistas nacionais.  O entrosamento do Helcio e o Nelson Brito transcende, sendo pano de fundo para mais um trampo monstro de batera do Paulo Zinner (constumo dizer que seguir as levadas do Paulo Zinner chega a ser um exercício mental, que geralmente acaba num nó na cabeça (rs........).

A discografia do Golpe de Estado é muito rica, composta por trabalhos primorosos.  Hoje destacamos Zumbi – esperamos que vc conheça e tire suas conclusões.,
´´Faz pose para o próximo retrato, enquanto em sua veia gela o gelo, e com a língua alheia lustra seu sapato, e no entanto nada é mais singelo.....´´ (trecho de No Entanto).
Valeu!!

Marcão Azevedo

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

OS FINADOS DO ROCK BRASILEIRO....


Estava ouvindo um som e pensando na vida, na morte... Pensando que a pouco perdemos PERCY HISS,  grande “frontman” de  registros a frente do Made in Brazil, Harppia e Patrulha do Espaço...  Fiquei com algo na cabeça... Nossos pioneiros, desbravadores do rock no Brasil começaram a nos deixar. Parece que faz tanto tempo, mais o rock no Brasil ainda tem pouco mais de trinta anos... Aquele grito radical que fez o RAUZITO “botar fogo na musica brasileira” começava a brilhar lá nos anos 70, quando a maioria de nossos pais ainda eram jovens e provavelmente alguns falavam “desse tal rock n roll” como algo tão novo quanto eles... Pois bem, agora quando vemos alguns deles partirem e pensamos o quanto eles foram “loucos” e destemidos em outrora. Jovens senhores marcados pelo tempo e pelo esquecimento, tal como CORNÉLIO LUCIFER, a primeira voz do Made in Brazil que partiu a pouco para o outro lado, muito pouco lembrado em um mar de nomes que foram parte do passado... Antes dele mesmo o “Blues Man” CELSO BLUES BOY, nosso herói que levou o blues a música popular  brasileira...Eles voltam a ser “noticia” somente quanto são mencionados em alguma simples nota de Adeus...  Essa é a geração que abriu o espaço para “efervescência metálica” do Brasil, às vezes é tratada de forma debochada pelos mais “trues”, ou mesmo nem conhecido pela “molecada”. Quando se fala em guitarrista não são muitos os que se  lembram do saudoso  WANDER TAFFO, que passou por  1 dúzias de bandas, inclusive pelo Made in Brazil... O mesmo para o fabuloso HÉLCIO AGUIRRA, o herói do Hard Rock Nacional! A partida desse “senhor ” me deixa até agora com um nó na garganta... A discografia excelente do GOLPE DE ESTADO também é bem pouco lembrada quando o assunto é bandas nacionais. De forma precoce muita gente foi embora mais cedo, tais como REINALDO “CAVALÃO” (ex- The Mist, Gothic Vox), OSVALDO PUSSY RIPPER ( do lendário Sextrash), RONALD (do festivo Punk rock Gritando HC) PAULO SCHROEBER ( Almah, Astafix)... Ainda que a mídia só chore a morte de Renato Russo e Cazuza e lancem tributos ao Rauzito para fazer uma graninha, sabemos muito bem que existem muitas estrelas que brilham eternas em nossa história, em nosso underground... Sei que meu conhecimento é limitado, e existem muitos outros que já pegaram  a “Stairway to Heaven” e estão em alguma “Jam Session” Celestial.  Ao nos colocar em pensamentos enxergamos o legado dos mestres diluídos no rock nacional, abrindo as portas para Heavy Metal em uma época que a música brasileira não tinha acesso à estrutura, instrumentos ou mesmo dinheiro para se gravar um LP. Que os mestres descansem no infinito e que a próxima geração escutem seus trabalhos...

Por Vitor Carnelossi

domingo, 8 de novembro de 2015

HAMMERFALL: LEGACY OF KINGS – QUEM DISSE QUE O METAL MORREU?????


Lembro-me como se fosse hoje.......vivia um momento particular de grande correria, trabalhando/morando longe da minha cidade, e ao mesmo tempo o Tragedy Garden encarava uma série intensa de ensaios que visavam a gravação de  Enemy Time.
Num desses finais de semana atropelados deste período, meu amigo Umberto (sim- sem H) Calegari me mostrou o CD do Hammerfall – Legacy of Kings.
Ao escutá-lo, confesso que, ao mesmo tempo que não acreditava no que ouvia, uma dúvida já me ocorria: como uma banda, em plena época de guitarras nervosinhas e bandas pula-pula, assumiu o DNA do metal legítimo, bebido nas fontes e inspirações mais sagradas que só os bangers conhecem?  Como uma mesma banda conseguiu um vocal soberbo, com guitarras que soavam lâminas cortantes, backings que anunciavam a marcha avassaladora do heavy metal e bumbos que eram uma verdadeira ameaça à pescoços desavisados?


Os suecos do Hammerfall conseguiram isso. Um disco estupendo, desde sua capa maravilhosa , passando pela viagem ao berço do Metal, sem contar a execução soberana de cada petardo do cd.
Uma nota interessante, que certa vez li numa entrevista da banda:  o baterista que gravou este disco é Jesper Stromblad (muito bom, por sinal) e chegou a acompanhar a banda em alguns shows ao vivo na Europa, por ocasião do lançamento do álbum. A banda, porém, percebia o claro desconforto do Jesper durante os shows e no contato com os fãs, pois era um exímio baterista de estúdio, com baixíssima empatia em outros ambientes. Assume então as baquetas Anders Johansson, de 1999 a 2014.
Quanto às musicas que compõem o cd, o que dizer de At The End of the Rainbow, Legacy of Kings, Dreamland, entre tantas?

Sim, a banda passou por mudanças na sua formação ao longo de sua vitoriosa carreira, mas Joacim Cain e Oscar Dronjak continuam sua batalha, liderando um exército de defensores do heavy metal ao redor do mundo.
Podemos contar com você??
Um GRANDE abraço!!


Marcão Azevedo.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

HAGBARD - SANGUE NÓRDICO EM TERRAS BRASILEIRAS



As vezes somos pegos de surpresa, em uma aquisição de materiais que fiz com o Guitarrista e vocalista Peter Kelter (Thunderlord) ele advertiu, compre esse material pois é muito bom! Realmente, quando coloquei RISE OF HE SEA KING’’ respirei uma atmosfera nórdica profunda, lapidada e bem produzida. Quando comecei a folear o encarte me surpreendi pois acabava de adquirir mais um material nacional de primeira, diretamente de Juiz de Fora (MG) ao melhor estilo dos  mestres escandinavos, tão repleto de sentimento quando aos velhos medalhões nórdicos... Igor Rhein (vocal), Tiago Gonçalves (Guitarras), Danilo Marreta ( Guitarras), Daniel Soares (Teclados e Flautas), Rômulo Sancho”(baixo), Everton Moreira (Bateria) conseguiram conceber um ótimo disco que  orgulha o metal nacional e surpreende pela qualidade. A sonoridade é muito baseada no que hoje se diz “Viking Metal”, passagens de metal tradicional e folk metal permeiam todo o disco, e em alguns momentos também podemos notar referencias de Black Metal bem dissolvidos entre as várias canções que compõe o disco. Após a intro “EULOGY OF ANCIENT TIMES’’ podemos já nos empolgar de cara com a faixa WARRIORS LEGACY’’,a música de trabalho do HAGBARD  tem todos elementos muito bem distribuídos em sua estrutura, teclados marcantes , guitarras muito bem tocadas, vocais muitíssimos bem usados, culminando em um refrão que mexe com qualquer aficionado por Heavy Metal, ainda com uma ressalva para os ótimos solos que deixam a música completa! BEZERKS REQUIEM’’ confesso que é a que mais coloco no modo “REPEAT” no álbum, o som é muito foda, além de melodioso, possuem alguns elementos que fazem a música crescer e grudar em sua mente, um vocal feminino faz algumas intervenções que se encaixam perfeitamente no instrumental, tudo isso guiados por muitas “frases” de guitarras e teclados muitíssimos bem timbrados. MYSTICAL LAND’’ é um belo folk que faz você imediatamente querer mostrar para alguém, pois é muito bem cantado e tocado!

  LET US BRINGS SOMETHING FOR BARDS TO SING’’ é um hino empolgante aos bardos que segue recheada de ótimos vocais, contrapondo-se entre o gutural e aqueles backings entoados por dezenas de guerreiros. SAIL TO WAR’’ é aquele tipo de som que enaltece a coragem dos guerreiros e deixa evidente toda a grandeza do som da banda, esse som é guiado por teclados hipnóticos no qual a banda pode se orgulhar, pois não ‘’sobram’’em nenhum aspecto. MARCH TO GLORY” começa nervosa e rápida,  tudo é muito bem executado, os riffs e melodias são altamente empolgantes, talvez o caro leitor possa pensar que eu possa estar exagerando, uma dica, compre esse play e depois me diga! HIDDEN TEARS’’ é outra bela canção que traz os belos vocais Vitória Vasconcelos, simplesmente digna de estar em algum grande filme épico, muito emotiva! DETHRONED TYRANT” e UNTIL HE END OS DAY’’ fecham o disco com todas as qualidades citadas acima e  já me deixaram com aquela sensação, é isso que é o HAGBARD!!!   RISE OF HE SEA KING’’ é um puta CD e consegue ter “as moral” de ficar entre o extremo e o tradicional, podendo angariar fãs de ambas preferencias. Essa é minha opinião após escutar esse trabalho, curti pra caramba e posso também falar para vocês, compre... pois é muito bom!

Por Vitor Carnelossi - COLORADO HEAVY METAL

VÍDEO WARRIORS LEGACY’’


domingo, 1 de novembro de 2015

AMORPHIS – TALES FROM THE THOUSAND LAKES : A JUVENTUDE NÓRDICA DEPRESSIVA


Notas de teclado que penetram e rebombam na cabeça. É a introdução do segundo álbum dos finlandeses do Amorphis- Tales from the Thousand lakes.
Este disco conheci por intermédio do amigo Edson Flávio (Tiko´s) e lembro-me  de que fiquei surpreso com a juventude dos integrantes da banda. Como pessoas tão jovens puderam conceber  um álbum denso, carregado, que flertava com o death/doom e cujas letras retratavam a atração pelos oceanos  e suas profundezas?
Este disco traz verdadeiras pérolas, como Into the Castway, First Doom, Drowned Maid, sem contar com a cinzentíssima e maravilhosa Black Winter Day (se puder, confira o clip desta música, mas não se assuste com a palidez proposta......).

Um disco extraordinário. Por mais de 40 minutos, os vocais de Tomi Koivusaari te levam para uma  viagem sonora de muito bom gosto, sendo acompanhado pelo restante da banda totalmente alinhada à proposta sombria do disco.
Como dica de trabalho recentes da banda, fica a gestão para que confiram a verão para Light My Fire, do The Doors, e a hipnótica Alone, já dentro da proposta mais atual da banda.
Ouça bem alto!
Valeu!!!


Por Marcão Azevedo