segunda-feira, 28 de novembro de 2016

VLADIMIR KORG – A LENDA ATEMPORAL

Poucos artistas atingem o conceito da unanimidade. Vladimir Korg é um deles. Genialidade singular, que leva em cada banda ou projeto que participa a visceralidade que o eleva ao patamar de um dos grandes nomes da cena underground brasileira. Estupendo vocalista. Lestrista magistral. Mestre das letras e poesias metafóricas. Vladimir Korg conquistou uma legião de fãs Brasil afora ao participar das formações matadoras do The Mist e do Chakal, onde seu vocal único comandava locomotivas thrashs produzindo discografias em ambas as bandas até hoje cultuadas por quem curte o heavy metal de primeiríssima qualidade. Vladimir Korg atendeu ao ColoradoHeavyMetal de maneira muito cordial, e conversou conosco sobre suas ex-bandas e sobre sua nova empreitada ao lado de músicos consagrados, como Paulo Jr, do Sepultura, que formam o The Unabomber Files. A partir de agora você que navega nas páginas do ColoradoHeavyMetal curte esta super entrevista com o Mestre do underground brasileiro:


-Korg, na discografia do The Mist, há quem considere inacabada a trilogia que iniciou-se com o disco Phantasmagoria e teve o segundo ato com o extraordinário The Hangman Tree, uma verdadeira obra-prima do rock nacional. Você acredita que haja a possibilidade de um ´´reunion´´ para concluir este capítulo fabuloso do heavy nacional?
Acredito que não tem nada inacabado. A última música é pontual: Leave me alone. Havia uma possibilidade de uma trilogia. Haveria uma passagem, por eu perceber mesmo que a banda estava passando por uma transformação musical, decidimos fazer um EP, o Ashes to Ashes, mas acabei não participando do trabalho e ficou uma conversa de uma trilogia. Mas terminei o que me propus a fazer. Não foi uma época muito boa para mim e decidi escrever sobre isso e sangrar isso em versos. Não acredito que eu estava na minha melhor fase vocal, mas estava em uma fase muito interessante para o desabafo. Uma reunião é cada vez mais improvável. Não me colocaria na frente de um projeto se ele não fosse um projeto verdadeiro. Com pessoas que sangrassem por esse projeto. Uma banda de fim de semana não me interessa. Não é justo com o nome do The Mist e com os admiradores desse trabalho. Tive a oportunidade de ver esses admiradores enquanto estava na estrada com o Chakal. Não é justo com eles que eu não seja verdadeiro enquanto eu estiver cantando temas como Scarecrow ou Like a bad song.

-Os fãs do The Mist sempre referem-se à banda de uma forma muito carinhosa e saudosista. Como ex-integrante, você acreditaria que há uma sensação de orfandade e ansiedade em torno do nome The Mist, pelo que representou?
Como disse anteriormente, eu sinto isso. Orfandade é um termo meio dramático. Acredito que o The Mist fez grandes shows e muitas pessoas não viram a tour do Hangman Tree. Ela foi muito bem cuidada. Hoje não sei como seria. Os admiradores do The Mist sempre foram muito carinhosos. Eles sabiam o que a gente estava falando e por isso acho que tinha uma cumplicidade maior. Eles são diferentes dos admiradores do meu trabalho com o Chakal, que são mais viscerais. É claro que essa distinção é bobagem pois todos sempre foram calorosos e tenho sorte de ter sempre respaldo de produtores, críticos e público. Isto é muito importante para mim.

-Suas letras carregam uma carga de densidade e linguagem metafórica muito fortes, de altíssimo nível, por sinal. Quais suas inspirações e influências?
Muito obrigado. Eu trabalho muito nisso. As coisas mudaram. Você tem que ser um pouco mais sofisticado para escrever. Não dá para escrever letras como Children Sacrifice, pois são narrativas muito datadas. Eu estava começando a compor e criar texturas vocais. No Chakal escrevi The island of the dead, para o Destroy!Destroy!Destroy!, falo basicamente as mesmas coisas que falo na Children Sacrifice mas com um outro direcionamento. Estou falando sobre uma pintura homônima do pintor suíço Arnold Bocklin. Uma pintura muito especial.Essa pintura  tem citações recorrentes em várias linguagens artísticas e tem uma aura de mistério sobre a sua criação e muitos artistas a usaram como elemento lírico para suas obras. Aqui no Brasil, a escritora Lya Luft a citou em seu livro  O quarto fechado . Como há várias referências musicais para essa pintura, pensei em fazer uma versão metal e que a letra se aproximasse do Black Metal. Já no The Mist as letras estão interligadas. Muitas delas estão se conectando a outros trabalhos também. O que mais me dá arrepios é sobre a interpretação que as pessoas dão para as letras e as conexões com o trabalho gráfico. Eles criam histórias e como eu estava escrevendo sobre mim, eu fico aterrorizado com as interpretações que elas dão. Para escrever, você necessariamente tem que ser um leitor e mesmo assim, muitas vezes você pode não ser um bom escritor. Eu leio, não tanto quanto eu deveria e nem as coisas que eu gostaria de ler, mas leio. Ler certas coisas dói. Quando estava me graduando em Filosofia, Hegel era o cara que me fazia sangrar pelos ouvidos. Agora conseguir escrever poemas para atingir outras pessoas é uma outra história. A primeira coisa é você ter uma carga dramática que seja suficiente para que o ouvinte fique instigado a saber o que você está querendo dizer. Para realmente entrar na sua história. Muitas bandas não se preocupam com isso, acham que isso é secundário. Muitas vezes conseguem fazer um ótimo som, mas sucumbem em um vocal sem expressão ou letras pouco inspiradas. Um vocal ruim e sem expressão é desastroso para qualquer trabalho.

-Os fãs do Chakal foram agraciados com seu retorno, anos após o histórico Abominable Anno Domini, e lançamentos  avassaladores desde então, dando a nítida impressão de que o tempo foi generoso com a banda, propiciando um reencontro extraordinário. Compartilhe com nossos(as) leitores(as) como é escrever mais estes capítulos valiosos no thrash metal nacional:
Foi muito interessante. Eles são muito ligados no heavy metal tradicional. Eu me considero um cantor de Death Metal. Acredito que a minha textura vocal se aproxima mais desse estilo. Ainda não consegui fazer um trabalho nessa vertente. Essa união do heavy/thrash metal do Chakal e minha voz conseguem sempre um bom resultado final. Tenho liberdade para criar minhas letras e o meu caminho vocal trabalhando com eles e por isso consigo me sentir mais em casa. Acredito que o Destroy foi o melhor álbum que eu fiz no Chakal. O Abominable, é claro, foi o primeiro e tem aquele carinho especial, mas o Destroy consegui escrever o que eu realmente queria escrever sobre os monstros que eu sempre gostei de ver nos cinemas ou ler a respeito deles. Acho um álbum de heavy metal legítimo, com pedigree.

-Você lançou projetos bem diferentes de sua musicalidade mais conhecida, porém de bastante qualidade. Talvez incompreendidos à época, hoje são itens de colecionadores (referimo-nos ao The Junkie Jesus Freud Project, com uma musicalidade mais psicodélica, e NUT, este com um som mais direto).  Seus fãs estavam preparados para estas facetas, visto sua forte imagem do Korg do The Mist e Chakal? Como você avalia hoje estes projetos, décadas depois?
Consegui minha liberdade como compositor e com os que acompanham meu trabalho. Quando você caminha por outras trilhas e explicita isso para todos, você está dizendo que é livre para fazer o que quiser. Isto é a arte ! Foi uma época magnífica para mim. Estava realmente saindo de uma fase negra que eu passei com o The Mist. Uma fase difícil comigo mesmo. Esses trabalhos foram bem interessantes porque estava cercado por amigos que estavam mais ou menos na mesma frequência. Eu estava fazendo imersões intensas com o uso de ayahuasca. Foi uma época inesquecível e tive muito apoio da Cogumelo que bancou os projetos sem questionar.

-The unabomber Files tem uma sonoridade atual, energética e matadora. Como se deu esta reunião com músicos consagrados de outras bandas nacionais?
Eu sempre fui muito inquieto e meu timing é muito diferente do Chakal, a banda que eu estava tocando na época. Tinha muita curiosidade em tocar com o Alan Wallace por causa da sua palhetada precisa - meio Anthrax - e como eu o conhecia e sabia das suas influências, fiquei entusiasmado em fazer um trabalho com ele. Eu o convidei, ele trouxe o André do Eminence e chamou o Paulo do Sepultura. Ele fez alguns riffs e vi que era aquilo mesmo. Base na cara, vocal cuspindo como uma metralhadora e rapidez. Acertei em cheio.

-A julgar pela excelente receptividade ao The Unabomber Files, há previsão de um trabalho contínuo, até  com tours ou somente registros pontuais?
Estamos acabando nosso segundo trabalho “The enemy of my enemy is my bestfriend”, serão mais cinco músicas. Temos convites para tocarmos e estamos tentados a aceita-los, mas como o Paulo estará em tour, pode ser que usemos outro baixista. Queremos convidar alguém de outras bandas, que sejam amigos, é claro. Seria interessante uma interação diferente com outros músicos.
-Quais os atuais e futuros projetos do Vladimir Korg? Com tamanho talento lírico, você já publicou ou pensa  em algum projeto literário?
Uma vez um crítico aqui de Minas Gerais disse que eu não faço álbuns, eu escrevo livros. Achei interessante essa abordagem e fiquei entusiasmado com isso porque indica que você está na margem entre literatura e música. Tenho algumas ideias para escrever sim, mas antes tenho que aprender a usar as vírgulas.

-Vladimir Korg, receba do ColoradoHeavyMetal um sincero muito obrigado por nos atender com tamanha generosidade, e tenha certeza que  seu legado no heavy metal nacional está escrito nos capítulos de maior destaque. Você é realmente um talento diferenciado, e é uma honra para nosso blog poder compartilhar sua trajetória com seus fãs e com quem  conhecerá a partir de agora. Deixamos este espaço para suas considerações finais:
Eu sou sempre agradecido pela generosidade com que todos recebem os trabalhos que eu faço. Sou um cara de muita sorte. Muito obrigado e espero vê-los por aí.

Por Marcão Azevedo

COLORADO HEAVY METAL - PEQUENAS AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA!

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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

FABIO LAGUNA – O GRANDE TECLADISTA DO HEAVY NACIONAL


O tecladista Fábio Laguna há muito frequenta o time de músicos de primeiríssima linha da música brasileira,  tendo seu talento propiciado trabalhos marcantes ao longo de sua carreira, sendo requisitado e admirado pela elite da qualidade na produção musical, em estilos diversos. Fávio Laguna nos atendeu de maneira muito cordial, e fala com o blog ColoradoHeavyMetal sobre capítulos pontuais que despertaram  a notoriedade para seu nome, e também sobre  o Hangar, banda da qual é tecladista, e que acaba de lançar mais um disco matador. Você que navega nas páginas do ColoradoHeavyMetal fica a partir de agora com o maior tecladista do rock brasileiro:

1-Fábio, você foi considerado ´´integrante informal´´ das bandas Angra e Shaaman, ambas idelizadas pelo André Matos, principalmente nas apresentações ao vivo e durante longas turnês. Como se consolidou esta parceria e este nível de confiança em seu trabalho, considerando a excelência dos resultados obtidos?
FL: Olá Marcos e leitores do ColoradoHeavyMetal. Fazendo uma pequena correção, fui tecladista apenas do Angra. E na verdade, era mais um trabalho do que uma parceria. E como qualquer trabalho, você tem que estar apto a realizá-lo, ser pontual, pró-ativo, etc..., senão a fila anda. Eu acho que fiquei este tempo todo no Angra porque fazia meu papel e o mercado permitia. Hoje em dia muitas bandas não conseguem contratar um tecladista pois realmente  não tem condições. Esta é a realidade do momento.

2-Muitas bandas não sobrevivem à ascensão individual de um determinado integrante, e por vezes, acabam prematuramente. Temos vários exemplos disso. Curiosa, e felizmente, o Hangar soube lidar com a exposição do Aquiles Priester, inclusive consolidando-se como uma das grandes bandas do heavy metal brasileiro.  Como esse processo trafegou dentro da banda?
FL- Amigo de verdade é aquele que, quando vê outro amigo dando certo, faz de tudo para apoiá-lo. E dentro do Hangar é assim. Temos autonomia para trabalharmos com quem quisermos fora da banda e pouco dependemos financeiramente do Hangar. A receita que a banda gera permite que ela sobreviva. Ou seja, aqui dentro todos somos integrantes com os mesmos direitos e obrigações. Assim, admiramos e respeitamos demais todas as conquistas profissionais de cada integrante. E o Aquiles é uma exceção, um caso à parte. Um cara que toca pra caralho e é extremamente agressivo e focado nos negócios. A exposição que ele alcançou, por mérito dele, é muito maior do que a da banda. Mas como dizia o sábio Martinez, temos aqui a fábula do herói, que foi à guerra e retornou, e sua glória respinga em todos à sua volta. Mas mais do que isso, o Aquiles é um dos fundadores do Hangar, tem um carinho muito especial pela banda e vejo isso pela batalha dele para manter a banda viva. Não é fácil.

3-A formação do Hangar é jovem e extremamente técnica, porém muito experiente. O Hangar, hoje, atingiu a maturação vislumbrada lá atrás?
FL- kkk...Obrigado pelo jovem!  Não acho que atingimos a maturação. Nunca tem fim. Aliás, o que vai acabando é justamente a nossa lenha rssss...Fazemos um som extremamente técnico e espero que ainda consigamos tocar essas encrencas por mais uns dez anos antes de começar a baixar tons ou andamentos rsss..

4-Os clips do Hangar são verdadeiras super-produções, quer pela qualidade nas imagens e áudio, bem como pela naturalidade da banda atuando (literalmente – verdadeiros  atores!!),  . Em que momento a banda despertou para este cuidado em produzir uma videografia com a mais absoluta qualidade?
FL-  É fundamental que as bandas produzam videoclipes. Antes só havia a MTV, agora temos acesso total e irrestrito a toda produção cultural do mundo através da internet. E esse formato multimídia de som mais vídeo, o vídeoclip, garante que sua banda seja conhecida sem que a pessoa saia de casa. Por isso temos tanto cuidado com a qualidade do material que produzimos. A primeira impressão é a que fica, né?


5-Infallible  (2009)  é um disco extraordinário, com melodias e técnica da melhor qualidade. Junção feliz da melodia com o peso na medida exata, abrilhantada por um vocal inspiradíssimo do grande Humberto Sobrinho . Compartilhe com nossos(as) leitores(as) como foi a concepção deste trabalho;
FL- O Infallible é um disco mais leve, se você comparar com os outros trabalhos da banda. Foi um disco feito nos moldes do Stonger Than Ever. Todo mundo na sala, ´´vomitando´´ idéias, depois sugestões de linhas melódicas, etc.. O mais legal desse disco é que foi feito em um estúdio que era numa fazenda, isolada da civilização, padrão Big Brother  rsss....então a gente realmente imergiu na produção, foi muito legal.

6-O Hangar lançou agora em Julho de 2016 um petardo batizado  Stronger Than Ever,  um inédito trabalho de estúdio após 07 anos. Como está o lançamento e tour a nível Europa e América?
FL-  Temos recebidos críticas e resultados muito positivos! O Stronger Than Ever também foi lançado no Japão,  em uma edição especial que contém nosso disco acústico de bônus.  Ainda é cedo para saber qual o resultado real e se finalmente conseguiremos visitar esses continentes em condições razoáveis que não seja uma turnê financiada pela banda somente pelo status de tocar lá fora. Isso não funciona mais com a gente. Passou a época em que trocávamos cebola.

7-Stronger Than Ever nos apresenta em disco o talentoso Pedro Campos ,mantendo a tradição de  grandes trabalhos vocais ao longo da discografia do Hangar. Com se deu a entrada do Pedro Campos no Hangar?
FL- É muito bom ter o Pedro na banda.  Ele é pelo menos dez anos mais jovem que o menos velho do Hangar rsss...Além do talento que todos puderam notar, ele tem aquela gana, aquela curiosidade que nós já perdemos um pouco. E isso é contagiante.  O mesmo acontece com o Cristiano, que voltou para a banda já não mais tão recentemente. Ele está muito feliz em estar de volta, e nós também.

8-Os arranjos do Hangar soam intrincados, técnicos, porém  não enfadonhos. O heavy metal em primeiro lugar, em que pese o poderio de fogo individual de cada integrante na banda. Como funciona o ´start´´ no processo de criação da banda?
FL- As músicas nascem em um violão, ou piano, ou através de uma levada. Depois que temos um esqueleto dela, começamos com a perfumaria...arranjos, solos, partes instrumentais, etc.;

9-Fábio, como tecladista, e ao analisar a estrutura da escrita musical, como você avalia algumas bandas serem execradas pela inclusão de linhas de teclados em alguma faixa específica, ou incluí-las em sua sonoridade?
FL-  É muito relativo cara. Eu prezo  pela sinceridade e bom senso no som.  Geralmente arranjos enfadonhos são aqueles forçados, que não soam naturais. Só que no fim das contas a música é um universo sem limites.  Se os  Sex Pistols resolvessem usar arranjos de teclados em suas músicas, qual o problema com isso? Pode ficar legal, ou não.  Existem centenas de músicas que foram regravadas em outro estilo e ficaram boas, com ou sem teclado. Se a música é boa, não será pelo arranjo de um determinado instrumento, mas pelo conteúdo que ela carrega, seja lírico ou musical.


10-Fábio Laguna, o blog ColoradoHeavyMetal agradece sua atenção e cuidados dispensados para com seus fãs e os amantes da boa música em geral, que acessam o blog ColoradoHeavyMetal, parabenizamo-no pela brilhante carreira, e deixamos este espaço para suas considerações finais:
FL-  Obrigado ao blog pelo espaço. Aproveito para fazer um apelo a todos que leram até aqui.  Quem escreve a história do rock somos nós, em cada pequena ação que fazemos. Seja mantendo um blog como o ColoradoHeavyMetal, seja gravando discos,  indo a shows,  respondendo entrevistas, vestindo uma camiseta de sua banda favorita, etc.. Peço que meus queridos leitores valorizem as bandas que seguem, de alguma forma.  O Hangar agradece demais por todo apoio que vem recebendo! Vocês são os responsáveis por nossa existência. Acompanhem nossas novidades no www.hangar.mus.br  Nos vemos por aí! Grande abraço.

Por Marcão Azevedo

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