quarta-feira, 10 de outubro de 2018

SERGIO FACCI – PIONEIRISMO NO THRASH METAL NACIONAL



É com imenso prazer que o blog ColoradoHeavyMetal apresenta nesta edição uma entrevista super legal com um dos maiores bateristas do Brasil.
Sergio Facci é simplesmente o batera pioneiro no estilho thrash metal no Brasil, e este dado toma uma conotação imensurável quando estamos falando de São Paulo, há muitas décadas atrás, que sempre foi um celeiro efervescente  e termômetro  de todo o processo do heavy metal no Brasil. E nesse contexto de tantas variáveis e opções  foram as baquetadas e os bumbos pesados desse batera que pavimentou todo um caminho pelo qual ainda hoje trilham bandas brasileiras que conquistaram o mundo. Sergio Facci nos atendeu de maneira extremamente cordial para falar do VODU, da Volkana, sobre seus outros projetos musicais e fatos marcantes de sua carreira de músico renomado e respeitado no cenário metal brasileiro. Preparados? Com vocês o pioneiro da batera thrash metal do Brasil:


1-Vc é o baterista pioneiro no estilo thrash metal nas bandas paulistas, tendo tocado em nomes consagrados deste gênero. Em que momento vc se identificou com este gênero enquanto músico?
Comecei a tocar bateria com 15 anos, formei uma banda na escola ! Na época existia um programa na TV chamado SOM POP, e passava alguns vídeos de bandas como Black Sabbath, Deep Purple, etc e comecei a curtir ... e com o show do KISS em 1993 – primeiro show que vi ao vivo,  percebi que era aquele tipo de som que iria seguir !! Em seguida começou a surgir King Diamond, Slayer, Metallica, e um colega me apresentou ANTHRAX... foi ai que entrei de vez no thrash...


2-Vc é um dos fundadores do VODU, um dos grandes expoentes do thrash metal brasileiro, que está na ativa lançando petardos após 30 anos de sua formação. Comente sobre este grande momento do VODU e como foi o reencontro de músicos de uma formação  tão expressiva no underground brasileiro?
Ahh ...o VODU praticamente foi a minha primeira banda !! Banda da escola, o BRUNO BOMTEMPI JR que era o guitarrista ficou comigo e chamamos um baixista, o André Pomba Cagni, e dai nasceu o VODU. Na verdade nosso reencontro se deu em uma festa do VIPER – Viper Day - 2015, quando por coincidência, André Gois, Jose Luis “Xinho” Gemignani e André Pomba e eu, fomos convidados a participar em alguma musica da banda, e no camarim, combinamos um ensaio... e a partir dai começamos a fazer novas canções e agora estamos gravando nosso novo CD.

3-A discografia do VODU é composta por discos antológicos da cena heavy brasileira (The Final Conflict, Seeds of Desctruction, No Way e Endless Trip). Alguma possibilidade dos fãs do VODU terem 100% desta obra histórica relançada em formato digital ou vinil?
SIM em CD !! The Final Conflict já esta a venda desde o ano passado. Os outros devem sair ainda este ano pelo selo Metal Classic Records.

4-Quem ouve o idolatrado Theatre of Fate do Viper talvez não saiba que vc é o baterista que gravou todas as músicas, porém seu trampo (magistral - por sinal) ficou restrito à gravação/estúdio. Como chegou esta oportunidade para vc?
Obrigado pelo elogio. O VIPER sempre foi uma banda irmã do VODU... ensaiávamos juntos, éramos da mesma gravadora – Rock Brigade Records, fazíamos alguns shows juntos, e qdo eles foram gravar, o produtor da banda alugou minha bateria. Qdo fui montar a bateria no estúdio, o convite surgiu para que eu fizesse a gravação. Aceitei o desafio e me orgulho muito do LP/CD ter chego aonde chegou !!

5-A Volkana retoma suas atividades e de forma muito sábia manteve vc como baterista da banda, pois os dois discos gravados e suas performances ao vivo sempre retrataram o poderio de fogo desta banda. Como vc chegou na Volkana à época dos lançamentos citados e como está sendo este recomeço em outra banda ´´cult´´ do heavy metal brasileiro?
A VOLKANA ensaiava em um estúdio que eu era sócio – DYNAMO. Elas estavam com problemas para encontrar uma baterista, e precisavam gravar o LP, me convidaram, aceitei na mesma hora ! E durante as gravações o convite para continuar o trabalho como baterista oficial da banda surgiu, e como o VODU já estava parando as atividades, também aceitei o desafio e foi muito bom !!
Este retorno está sendo sensacional, estamos fazendo alguns shows e começando a trabalhar em novas musicas.


5-Vc idealizou algo de qualidade ímpar (V Project) que é uma mescla do supra sumo de várias bandas que fazem parte da sua história (Vodu, Volkana, Viper) num repertório e participações sensacionais. Comente sobre este projeto.
Eu estava sem tocar metal, e queria voltar a fazer alguns shows. Idealizei este projeto e queria gravar com alguns grandes amigos que formei neste tempo todo. Chamei amigos da época do inicio e alguns também mais novos. Ficou DUKA !! Quis também gravar em alguns estúdios diferentes, para ter uma diferenciação mesmo nos timbres etc. Foi muito legal !! Cada musica tem uma característica diferente em termos de som.
Formei uma banda com amigos que também estavam querendo retornar e fizemos alguns shows. Foi muito legal !! Tenho a idéia ainda de regravar uma musica do VULCANO, banda na qual toquei na abertura do VENON e EXCITER aqui em SP, ano de 1986, e que por alguma coincidência também começa com V !! Por enquanto uma idéia ...

6-Percebemos hj que os grandes bateristas brasileiros, dentre os quais vc está incluído) possuem luz e valores próprios, e fazem uso disso com muita propriedade (algo digno e justo)  . Como é a percepção deste víés?
Então, atualmente como musico nós precisamos desta luz. Viver de musica aqui no Brasil é extremamente difícil. Não conseguimos divulgação de gravadoras, temos que correr atrás de tudo !! Então cada um do seu jeito vai tentando fazer isso. O Brasil tem um publico muito grande, mas por algum motivo, o heavy metal e suas vertentes não tem apoio de mídia, etc. Mas ainda tenho esperança que vai mudar, por isso ainda estou nesta luta !!
 
7-O baterista Sergio Facci tem ou teve o reconhecimento merecido?
Ahh cara ... SIMMM !! É muito gratificante quando vou tocar com qualquer das bandas que toco hoje – além de VODU e VOLKANA, toco com uma banda de rocknroll chamada FENICIOS – e a 3 In The Box, que toca rock variado, alguém chega e fala ...você é o batera do VODU, ou o batera que gravou o VIPER? Somos seu fã, vc é monstro, etc... é muito gratificante saber que fiz algo importante para a musica ou que influenciei alguém a tocar bateria ! E mais, quando vcs da imprensa/blogs, me pedem uma entrevista, fico honrado de verdade !! É sinal de que alguma marca eu consegui deixar para a história do metal brasileiro.

8-O que seus fãs e os fãs das bandas em que vc participa podem esperar de novidades para este final de ano ou para o ano que se aproxima?
Muitas .... VOLKANA deve lançar um single, VODU deve relançar o LP Seeds of Desctruction em CD, e talvez o CD inédito !! FENICIOS deve lançar um CD também este ano, e estou pensando no single do VULCANO !!


9-Quais os bateras do Brasil e do  mundo que um dia fascinaram o Sergio Facci?
Minhas principais influências e consequentemente as bandas que mais curti e ainda curto ...
Charlie Benante – Neil Peart – Dave Lombardo – Steward Copeland (Police)
(não necessariamente nesta ordem hehehe)
Tibério Correa (Harppia) / Paulão (Centurias) / Charles Gavin (Titãs) / João Barone (Paralamas)
Hoje, vejo o Eloy Casagrande como um dos grandes bateras da nova geração...técnico e veloz !!

10-Espaço aberto para suas considerações finais
Cara, Deixo um abraço para todos e quero agradecer muito a galera do Colorado Heavy Metal e toda a galera que apoia o metal nacional !! Nós (Bandas e Músicos) precisamos muito de vcs !! E fiquem ligados nas minhas redes sociais que sempre estou postando novidades sobre todas as bandas que trabalho !! Em meu site – www.sergiofacci.com tem links de todas as bandas, Youtube, Facebook, Instagram,etc. Valeu galera !!

Marcão Azevedo. 

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Desde 2013 produzindo matérias e entrevistas para grande rede.
Editor responsável - Vitor Carnelossi

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