terça-feira, 23 de setembro de 2014

ENTREVISTA CONFRONTO

E aí galera, é com grande satisfação que trazemos para vocês esta super entrevista com a banda Confronto, são 15 anos de carreira, grandes discos lançados, turnês na Europa e na América do Sul e sempre representando muito bem o underground brasileiro, mostrando o porquê de ser uma das maiores bandas de metal/hardcore da atualidade, falamos com o vocalista da formação, Felipe Chehuan, que nos contou um pouco da história e dos planos da banda, portanto confiram logo menos, que o registro ta feito e vale a pena dar uma sacada!!!



Fala Felipe, nós gostaríamos de agradecer pelo tempo concedido ao Colorado Heavy Metal Blog, partindo do material atual do Confronto, como tem sido a recepção ao “Imortal”?
Fala amigos do Colorado Heavy Metal Blog, muito obrigado pela entrevista, por essa oportunidade, e respondendo a pergunta, a recepção do Imortal está sendo muito boa, desde o final do ano passado quando ele saiu, até hoje não paramos de tocar, não paramos de responder entrevistas e divulgar nosso trabalho, já fomos para várias partes do Brasil tocar e ano que vem estamos planejando uma turnê européia e como vocês sabem o Imortal saiu aqui no Brasil, saiu na Argentina, e agora no segundo semestre vai estar saindo na França, isso tá sendo muito bom pro Confronto, é nosso terceiro álbum, terceiro full, porém é o disco que nós lançamos que teve mais divulgação e a gente tá vendo toda essa dimensão no dia a dia, o Confronto hoje ta, depois do lançamento desse disco, teve grandes oportunidades, de grandes shows, a gente tocou com o At The Gates, Brujeria, agora vamos tocar com o Cavalera Conspiracy, mês que vem com o Sepultura e no norte do país junto com o Municipal Waste também,(A tour do Municipal Waste na América do Sul foi cancelada e o Confronto passou a ser headliner desse evento que acontecerá no dia 19/09/2014) resumindo o Imortal está sendo perfeito, a gente tá muito satisfeito e pronto pra continuar todo esse trabalho e dá prosseguimento a ele.
Shows pelo Norte do Brasil (Apresentção do Municipal Waste foi cancelada e o Confronto ficou como headliner do evento.) E cartaz do PMW Rock Festival que rolou em Palmas-TO
Quais músicas do “Imortal” vocês tem tocado ao vivo, e como tem sido a reação do público aos sons inéditos?
Nós temos tocado Imortal, que foi o primeiro single, foi o primeiro clipe também, Flores da Guerra que tem o liricy vídeo, Inferno que também tem o liricy vídeo, Eu sou a revolução, Levante e Emissário, são as músicas do Imortal que nós temos tocado nos shows e a reação está sendo muito boa, nós temos percebido que o público tem cantado junto às músicas, tem acompanhado, conhecem as músicas, e quando tocamos já não é tanta novidade, já faz parte mesmo do cotidiano dos fãs do Confronto, lembrando também nós tocamos 1 hora, que é a música que teve a participação do João Gordo, essa não pode faltar.

Confronto ao vivo em Bangu-RJ
Esse novo disco vem recheado de participações especiais, como foi trabalhar com tantos nomes de peso e como vocês definiram os convidados?
Esses convidados foram pessoas que a gente admira em especial o João Gordo, a gente criou uma amizade, em poder dividir vários shows com o Ratos de Porão, a gente criou esse contato, não só com ele, mas também com todos os membros do Ratos, foi muito natural, na composição da música 1 hora, a gente na nossa sala de ensaio, eu tive a sacada e a idéia de sugerir a participação dele, porque o inicio da música é bem a cara do Ratos de Porão, aí eu falei, pô vou convidar o cara, o que que vocês acham? Todo mundo achou ótimo, fui no dia seguinte, convidei ele, e ele respondeu na mesma hora que aceitaria e que seria o maior prazer, aí a gente fez a gravação no estúdio do Pompeu, em São Paulo, já o Carlos (Lopes “Vândalo”, Dorsal Atlântica, Mustang) foi quando estávamos gravando os vocais do Imortal, a gente encontrou o Carlos na porta do estúdio, porque ele tava gravando esse último do Dorsal lá também, e ele tava saindo do estúdio quando a gente tava entrando, e rolou aquela saudação e tudo mais, e na hora também eu tive a sacada de convidá-lo, falei cara a gente ta gravando aqui os vocais, de uns coros de umas músicas, você quer participar? Ele falou pô, porque não? Aí ele foi entrou e fez os coros lá com a gente, e foi na hora ali, pegou tudo na hora, foi fantástico, e a participação dos nossos irmãos do Lacerated e do Unearthly foi algo que a gente já tinha planejado que na hora da execução dos coros dos refrões, a gente queria contar com a presença tanto do Jonathan quanto do Eregion assim como dos outros membros das duas bandas, e eles rechearam aí com essas participações o Imortal, que todo mundo tem elogiado bastante e particularmente eu tô muito feliz, achei que casou perfeitamente.


O Confronto já tem uma grande experiência em shows no exterior, e também excursionam com freqüência na América do Sul, vocês são um grande nome da cena independente e representam muito bem o underground brasileiro mundo afora, que lugares vocês gostariam de tocar que ainda não rolou? E que histórias ficaram marcadas depois de tantos giros?


Realmente foram muitas turnês, tanto na América do Sul quanto na Europa, e teve muita coisa que marcou na nossa vida, a primeira turnê em 2002 na Argentina e no Chile, nós fomos praticamente com o dinheiro da passagem de ida, e com sessenta camisas que a gente estampou aqui, e com o dinheiro que nós recebemos lá, conseguimos comprar as passagens de volta, foi muita coragem na época, a gente era muito novo, depois na Europa também, teve uma vez que em 2005, que a gente foi tocar na República Tcheca, numa cidade chamada Most, e nos países do leste europeu é aconselhável sempre que for tocar, dormir alguém na van, pra tomar conta por que tem muitos furtos, e não deu outra, eu tava dormindo na van depois do show, era meu dia do rodízio lá que a gente fez e de repente eu acordo com um estrondo no vidro, um estrondo enorme, era alguém quebrando o vidro da van, o cara quebrou rapidamente o vidro da van e quando ele me viu lá dentro, só deu tempo dele meter a mão e pegar uma mochila que tava lá, e essa mochila tinha meu passaporte cara, aí foi uma merda, a gente perdeu dois shows por conta disso, teve que ir pra Praga que era duas horas dali, pra poder ir à embaixada e tirar um novo passaporte, deu tudo certo, perdemos dois shows mas no final das contas resolveu, ah cara tem muita coisa boa também que aconteceu que marcou, a gente foi tocar uma vez num festival num lugar longe da Rússia, e do nada chegaram um monte de fãs nossos russos no show e pô aquilo marcou muito, cara muita coisa legal, tocar com o Testament no Quito Fest, pra sessenta mil pessoas, marcou, entendeu? Tocar ao lado de bandas como Agnostic Front, Madball, The Haunted, bandas que marcaram nossa vida né, Sepultura, Napalm Death, Brujeria, tudo isso foi muito importante pra todos nós, todos esses shows marcaram, tocar ao lado do Ratos de Porão, tudo isso foi muito legal durante todas essas turnês, tem só coisa boa pra lembrar.
De que maneira vocês chegaram ao nome de Patrick Wittstock, para conceber a arte gráfica de seus trabalhos? De que forma foi desenvolvida essa arte? A banda se envolveu nessa concepção?
Então o Patrick Wittstock sempre foi um fã do nosso trabalho, e mais ou menos em 2005, 2006 se não me engano, ele fez umas artes de camiseta pra gente, na época ele já trabalhava com o Heaven Shall Burn, Caliban e muitas bandas da Europa, e desde então a gente gostou muito do trabalho dele, e o primeiro convite formal de trabalho de arte foi pro Sanctuarium, desde então a gente tem trabalhado com ele, a gente trabalhou no Sanctuarium, ele fez a concepção da idéia dos escravos, da favela, foi tudo idéia dele, a visão de um alemão sabe, isso foi muito legal, e logo depois foi o DVD, 10 anos de guerra, a capa dele também ele criou tipo um escudo, um brasão do Confronto, a gente gostou muito daquela idéia, e pro Imortal a gente até pensou em fazer com outros designers, mas aí a gente já tem uma sintonia tão grande com ele, e querendo ou não ele fez parte dessa característica gráfica e essa estética gráfica que o Confronto levanta, usa que a gente não conseguiu fazer com outra pessoa, a gente insistiu no Patrick e falou não tem que se ele cara, o cara realmente tem tudo a ver com nossa linguagem visual, e além dos trabalhos dos discos ele também fez o site e vários banners, trabalhou fotos enfim, o cara é um excelente profissional, nós gostamos muito do trabalho dele, sem contar que ele fã da banda, ele já viu show do Confronto na Alemanha, e se relacionar com ele é muito fácil, é muito simples e além de muito profissional, ele é amigo, muito legal trabalhar com ele, certamente a gente ainda vai fazer muitas coisas juntos.


No DVD, Confronto – 10 anos de guerra, vocês fizeram um grande registro histórico da banda, conte-nos como foi desenvolvido esse grande projeto, que é sem dúvida um dos melhores registros ao vivo do underground nacional?
O DVD foi um dos melhores registros que nós tivemos da banda durante todos esses anos, até hoje, ali foi a celebração não só nossa como de uma geração, de uma galera que viveu e fez parte da cena durante muitos anos e faz parte da cena, hardcore e metal nacional, ali foi a celebração de tudo isso, não só dos dez anos do Confronto, mas de todo um contexto, ali foi o desabafo e a oportunidade de colocar registrado tudo que a gente sonhou um dia fazer como banda, banda de verdade, banda séria, comprometida, e a gente conseguiu através daquele DVD expor isso naquele determinado momento da nossa carreira, praticamente tudo foi projetado por nós da banda junto da produtora Toro de São Paulo, e com o suporte e o desejo da gravadora Seven Eight Life Records que é também de São Paulo, que se não fossem eles nada daquilo seria possível, nós escolhemos o galpão do Jabaquara, que era um lugar que rolavam vários shows, vários festivais em São Paulo, e já tinha uma história com o Confronto, o Confronto já tinha tocado várias vezes ali, pra públicos gigantescos, shows realmente cheios e metemos a mão na massa mesmo, a gente chegou lá dois dias antes pra montagem tudo, tudo foi alugado, o galpão era só um galpão, ele não tinha estrutura pra shows, tudo que aparece no DVD foi alugado, adaptado para aquela realidade, a gente conseguiu transformar uma quadra numa casa de shows, você vê no DVD, você tem um aspecto que parece de uma casa de show mesmo, enfim esse DVD foi um sonho que nós realizamos, como todos os lançamentos, mas eu tenho um carinho muito especial pelo DVD, foi uma época muito importante da nossa carreira e a gente conseguiu celebrar de uma forma verdadeira e íntegra, e com uma recepção muito grande do público, foi muito intenso, o show você assistindo você vê que foi muito intenso, não tinha muita divisão entre público e banda e os fãs e a galera conseguiram transpor isso na energia que demonstraram durante a execução das músicas, foi algo fantástico, até hoje algo bem falado.
DVD - 10 anos de guerra
Traçando uma linha ligando os trabalhos do Confronto, como você avalia a evolução da banda desde “Insurreição” até “Imortal”?
Traçando uma linha ligando todos esses discos, eu digo que o Confronto sempre foi uma banda que tentou explorar muito o lado metal, antes de existir uma terminologia dentro da cena, que era o metalic hardcore ou moshcore, enfim a gente nunca se ligou muito nesses rótulos, a gente sempre quis fazer um som muito pesado, e os primeiros discos, o Insurreição principalmente tem uma influência muito grande de death metal, tem muita coisa no vocal, nas guitarras, daquelas bandas européias e tal, já agora nos últimos trabalhos, no Imortal principalmente, a gente resgatou muito do metal anos 90, muito do Groove metal, muito do Sepultura antigo, Machine Head, Pantera, coisas que nós sempre gostamos, porém não colocávamos como influência na banda, no início, nos primeiros discos, era muito mais brutal, a brutalidade sonora era muito grande tanto no Insurreição quanto no Causa Mortis, já no Sanctuarium e no Imortal a gente prezou mais pela técnica, mas sem deixar a brutalidade de lado, mas a gente prezou muito pela técnica e a galera evoluiu musicalmente falando, todo mundo aprendeu a tocar melhor seus instrumentos, todo mundo fez aula, e isso ficou explicito na composição das músicas, trabalho de refrões e tudo mais, eu vejo dessa maneira, uma maneira evolutiva, foi muito evolutivo pra nós desde o primeiro disco até hoje.
Você também tem feito ótimas participações como convidado em discos de outras bandas, como por exemplo, no “Do Protesto a Resistência” e no “Mais que Palavras”, de que trabalhos além desses você participou ou vai participar?
Sim cara, eu participei recentemente do disco do Protesto Suburbano, que é uma banda aqui de Macaé-RJ, uma banda de hardcore punk que completou 18 anos, participei também do disco do Ágona, uma banda de metal aqui do Rio, do Lacerated e Carbonized, do último disco do Unearthly aqui do Rio, participei também de uma música dos franceses do In Other Climes, que vai sair num split com o Confronto esse ano ainda na França, e essa música vai estar nesse spilt que terá quatro sons do Confronto e quatro sons dos franceses, já participei no Dead Fish naquele Contra Todos, nós fizemos os coros lá em várias músicas, em 2001 quando a gente tava gravando o Insurreição, eu tive a honra de ter a minha voz em uma música do Ratos também, chamada Mi canto libre, participei do Psicomancia, que é uma banda de Natal-RN e foi muito legal essa participação porque foi quando a gente tava lá em turnê no Nordeste e eu fui lá no estúdio dos caras e gravei com os caras, foi muito legal ter feito parte desse projeto dessa banda, também participei do disco Medellin que ainda não saiu que é a banda do Badauí, uma outra banda do Badauí do CPM22, junto do Hóspede, do Dias, e do Carioca do Worst, foi muito legal fazer parte desse disco, foi muito foda, e cara, muita coisa que rolou durante todos esses anos, eu me sinto muito honrado de ter feito parte da história de outras bandas, de ter eternizado e ter contribuído para que o trabalho de outras bandas também ficasse bons, fico muito feliz com todos esses convites.
 Lembrando que agora semana que vem, vou estar participando do disco dos argentinos do No Guerra, que é uma banda de metal lá de Santa Catarina, periferia de Buenos Aires, e vai ser uma honra participar do disco dos nossos hermanos aí, vai ser muito legal, eu to muito empolgado pra isso daí rolar.
           
Além do Confronto, você também faz parte do Norte Cartel, qual a proposta de som nessa banda e como você concilia os dois trabalhos?
É eu estou no Norte Cartel desde 2007, e comigo foi lançado o disco Fiel a Tradição onde nós divulgamos e fizemos muitos shows pelo Brasil também, esse ano o Norte Cartel não tem tocado, por que o tempo livre que eu tenho com o Confronto e a oportunidade de estar com os caras do Norte Cartel a gente ta optando por compor músicas novas pra um novo disco e eu concilio na medida do possível, realmente a agenda do Confronto é muito grande, mas sempre que tem uma brecha, sempre que eu posso, eu to tocando, eu to junto dos caras do Norte Cartel, seja para ensaiar, seja pra fazer música, compor música, ou mesmo pra tocar, por que é um prazer enorme estar com eles, a proposta de som é um hardcore old school bem influenciado por bandas de NY como Sick of it all, Madball, Agnostic Front, Cro-Mags, bandas como Warzone, influenciam o som do Norte Cartel, e essa pegada aí mais NY, mais NY old school, eu gosto muito desse tipo de som e gosto muito do Norte Cartel, e em breve vamos ter um próximo disco, nós estamos trabalhando num próximo disco do Norte Cartel.

Norte Cartel, novo disco a caminho.
Como vocalista, quem são as suas referências musicais?
Cara referências de vocais putz, são muitas cara, Layne Staley do Alice in Chains, Phil Anselmo do Down, Pantera e Superjoint Ritual, Max Cavalera, em todos os trampos, no Soulfly, no Sepultura e no Cavalera Conspiracy, gosto muito do trabalho de vocal dele, acho que ele tá sempre evoluindo, João Gordo, admiro muito o vocal do Jonh Tardy do Obituary, nossa são muitos cara, mas a principio, Johnny Cash, a voz do velho influenciou muito a minha composição, este espelho de colocar os graves, Johnny Cash realmente cantou muito, Joe Strummer do The Clash, nossa são muitas influências cara, mas basicamente são esses aí.
Mantendo nossa tradicional plagiada na Roadie Crew, você poderia listar seus cinco álbuns preferidos?
Cara são muitos álbuns, eu vou listar cinco aqui que eu considero muito importantes na minha vida, é o Reing Blood do Slayer, Chaos A.D. do Sepultura, Cowboys from hell do Pantera, One Voice do Agnostic Front e Rubber Soul dos Beatles.
Quais as expectativas para a apresentação junto ao Cavalera Conspiracy, Krisiun e Test dia 11 de setembro? (N.E. Entrevista foi realizada 04/09/2014, semana anterior a apresentação)
Cara as expectativas são as maiores possíveis, a gente vai estar realizando aí dois sonhos, tocar ao lado Krisiun no Circo e ao lado do Cavalera Conspiracy cara, é algo assim indescritível, principalmente por conta do Cavalera né, sonho de moleque dividir o palco com essas duas lendas que são Max Cavalera e Iggor Cavalera, vai ser fantástico tocar no circo voador nesse showzão aí e muito me surpreendeu ouvir a chamada no rádio agora essa semana e é muito legal, muita gente ouviu aqui no Rio, e ta todo muito ansioso por esse show, nós principalmente, vai ser do caralho, vai ser animal!!!

Cartaz e imagem da apresentação com o Cavalera Conspiracy, Krisiun e Test no Circo Voador no RJ e Felipe Chehuan ao lado dos irmãos Cavalera (11.09.14)
Felipe gostaria de agradecer a atenção e reservar este espaço para que deixe sua mensagem para os leitores do blog e fãs do Confronto!!! Valeu!!!
Eu gostaria de agradecer a oportunidade aí da entrevista, agradecer todos os fãs do Confronto que estão lendo essa entrevista, todos os leitores do Colorado Heavy Metal Blog, dizer que hoje nós fazemos parte de uma revolução, uma revolução musical, uma revolução social, uma revolução do povo, e o Confronto é a trilha sonora de tudo isso, somos todos a revolução e essa é a nova cara do metal latino americano, Imortal turnê 2014 ganhando o Brasil e o mundo, muito obrigado a todos vocês e Confronto!!! Confronto 15 anos, um abraço!!!
Gostaria de dizer também pra que a galera fique ligada na página do Facebook que muitas novidades serão anunciadas nesses próximos dias, lançamentos, discos, splits e muita coisa nova ta acontecendo, tamo junto, valeu!!!  

Contatos Confronto:



terça-feira, 16 de setembro de 2014

SEXTRASH - ENTREVISTA COM O BATERISTA LUCK ARNOLD

          Representante genuíno dos primórdios do Heavy Metal Brasileiro e do Metal Extremo mundial, o  Blog COLORADO HEAVY METAL tem a honra da participação no grande baterista Luck Arnold.  Em uma entrevista bem  legal vamos poder saber das preferencias e um pouquinho da trajetória desse grande músico, que  na minha opinião registrou um dos principais “massacres” sonoros da história do Death Metal, o álbum  “FUNERAL SERENADES”.
            O SEXTRASH  que  hoje conta com: KRUEGER - BASS  / DANIEL MEDICI – GUITARS / LUCK ARNOLD - DRUMS  / DOOM – VOCALS,  esta em plena atividade e logo mais participará do grande festival ZOMBIE RITUAL OPEN AIR 2014 – Sem dúvidas uma grande chance para a galera presenciar essa lenda tocando os antigos clássicos do metal extremo mineiro.

LUCK ARNOLD - NAS BAQUETAS DO SEXTRASH
1 – Luck Arnold, é um imenso prazer ter o batera do legendário SEXTRASH em nosso humilde meio de comunicação! Diga-nos, como foi inicio de sua carreira como baterista,e sua principal influencia nesse período?
Luck Arnold: Obrigado pelo espaço e o prazer é todo meu. Sempre convivi com bateristas na minha família. Assim, adquiri gosto pela batera. Aos 12 anos, comecei a tocar em algumas bandas com amigos. Aos 14 anos entrei numa banda chamada Drunkard, de Sampa, juntamente com o guitarrista Daniel Médici, em 1989.
Minhas principais influências na época foram Dave Lombardo, Mick Harris, Pete Sandoval, Ken Owen entre outros do cenário Death da época.

2 – Em termos mundiais o SARCOFAGO escreveu um capítulo a parte na história da música pesada. É impossível desligar o nome do SEXTRASH ao do SARCOFAGO, seja pelos fundadores quanto por seu pioneirismo. Qual seu sentimentoao  levar um legado tão grande  nos dias de hoje?
Luck Arnold: Para mim é uma grande honra em fazer parte da história do SexTrash, pela banda ser uma das pioneiras do estilo tanto no Brasil quanto no mundo.

3 – Os Materiais "XXX" (EP, 1989) - "Sexual Carnage" (1990), são clássicos que ajudaram a definir o metal extremo. Como a banda trata esse material nos shows atuais, que segundo ando lendo, estão “bagaçando”com os atuais membros.
Luck Arnold: Tratamos com muito respeito e honra esses trabalhos, e tocamos grande parte desses materiais ao vivo, praticamente metade dos nossos shows são dedicados a eles.
CLÁSSICO VANGUARDISTA DO DEATH METAL MUNDIAL 
4 –O disco “Funeral Serenades” é um dos melhores discos de Death Metal já lançado no mundo. Sem exageros,como é escutar  esse disco gravado em 1992 e ainda tão atual e desafiador em termos de execução ?
Luck Arnold: Na época buscamos fazer algo parecido com o que gostávamos de ouvir (Carcass, Morbid Angel, Death), assim fluiu naturalmente o som do Funeral Serenade. E mesmo hoje, nós membros da banda, escutamos o som do álbum e achamos bem atual.

5 – Mostrei esse disco para muitos amigos e sempre todos ficaram espantados com a velocidade e técnica das composições. Muitos comentavam “ Que batera foda!!!”... Eu digo sem rodeios que você merecia um destaque muito maior como um exímio baterista que é, como você analisa sua carreira?
Luck Arnold: Bom, em primeiro lugar, nunca tive muita grana para investir na minha carreira. Gosto de tocar batera, nunca busquei status no social e no financeiro, sempre curti o underground. E, apesar de tudo o que rolou no decorrer desses anos, família, trabalho, filhos,  nunca deixei de fazer o que gosto que é tocar Death Metal. Então me sinto feliz com a minha carreira e com o reconhecimento dos meus fãs., e isso me basta.

"FUNERAL SERENADES" FANTÁSTICO E BRUTAL  DISCO DE 1992 
6 – O SEXTRASH éuma banda de músicos legendários . O Vocalista “OswaldPussyRipper”, lamentavelmente se foi,  porém deixou sua marca como vocalista e letrista.  Em “Funeral Serenades”assim como em seus outros registros ele sempre me pareceu o cara responsável pelo visual “pervertido” que se tornou uma marca registrada da banda. O que você pode dizer nós sobre Oswald e o conceito do SEXTRASH?
Luck Arnold: Quando conheci o Oswaldo (1990) ele já era como você descreveu. Ele era o letrista e o frontman da banda, porém todos nós tínhamos o mesmo conceito, luxúria, festas e o obscuro. Isso todo mundo curtia na época, mas o Oswaldo deu voz a isso por meio das suas letras e pelo visual.

7 – Ainda sobre o “Funeral Serenades”, asguitarras dão um show à parte no disco com um som encorpado e nítido, com bastante qualidade para a época. Quais as lembranças na gravação desse trabalho que alinha grandes composições com uma ótima qualidade de gravação?
Luck Arnold: Na época não era comum gravações de estúdio com muitos recursos, por exemplo, bateria com triggers, amplificadores e pedais bons para a guitarra, e conseguimos esses recursos com o nosso produtor, o João, da Cogumelo. Ele investiu na banda depois que ouviu nossas músicas no ensaio, e achou que valia à pena investir na banda com os recursos tops da época, por isso esse trabalho é atual até hoje, pela qualidade sonora, técnica e velocidade tanto da banda, quanto do estúdio.
Me lembro que a banda estava bem entrosada e bem ensaiada, matei a gravação em 45 minutos. Ninguém acreditou que consegui gravar tão rápido o som. Mas isso foi o resultado de muito ensaio de todos nós. Isso foi o que mais me marcou dessa gravação. Virou lenda no estúdio em BH (rsrsrsrs).

8 – Você e o ótimo guitarrista Daniel Médici já estão juntos há muito tempo como parceiros de banda. Além do SEXTRASH vocês também integraram o PENTACROSTIC, porque você não esta integrando mais o PENTACROSTIC?
Luck Arnold: Eu e o Daniel de fato sempre caminhamos juntos, desde o Drunkard. Tocamos juntos também no Unreal. Entrei no Pentacrostic para dar uma assistência para o Marcelo (vocal e baixo). Por sermos amigos e nos conhecermos desde o Drunkard, banda na qual ele era vocal, acabei ficando um pouco mais na banda. No entatanto, por motivos pessoais e de estilo musical, optei por continuar somente no SexTrash, que segue a linha mais brutal do Death metal.

9 – Após um hiato de muitos anos a banda lançou o álbum “ Rape fromHell” .Você tinha contato com a banda nessa época? E qual sua opinião sobre esse álbum?
Luck Arnold: Desde a morte do Oswaldo perdi totalmente o contato com os outros membros da banda, pois eu morava em São Paulo e os demais em BH.
Acho o Rape from Hell um álbum de composições pesadas, mas que foge um pouco da essência dos outros álbuns do SexTrash em termos musicais.
FORMAÇÃO DO "FUNERAL SERENADES"
10 – Quais são suas principais influencias como baterista?
Luck Arnold: O John Bohan foi a minha primeira influência como baterista quando eu era criança. Com o decorrer dos anos surgiram novos bateristas com uma maior velocidade e técnica que me impressionaram de cara, tais como : Witch Hunter, do Sodom, Dave Lombardo, Slayer e Pete Sandoval (Terrorizer). Eles foram a minha principal influência.

11 – Se não fosse abusar de sua paciência, gostaria que listasse seus álbuns preferidos para nossos leitores!
Luck Arnold: Persecution Mania – Sodom;
Reign Blood – Slayer;
Altars od Madness – Morbid Angel;
Necroticism Descutimg Insalubrius ­ - Carcass;
Simbolic – Death.
SEXTRASH 2014 - A FORMAÇÃO ATUAL PROMETE UM NOVO "PLAY"

12 – Quais os planos dos SEXTRASH para o futuro?
Luck Arnold: Atualmente estamos trabalhando as composições do novo álbum e pretendemos montar algumas turnês no Brasil e exterior.

13 – O que você acha da atual fase do Heavy Metal brasileiro?
Luck Arnold: Com muitas bandas de músicos com muita teoria e técnica mas sem o brilho da essência do metal. Hoje em dia, muitos headbangers tocam instrumentos pela facilidade de comprá-los e, também, é muito fácil agora conhecer muito som em pouco tempo, pois na minha época havia poucas bandas de grande nome.
LUCK ARNOLD - FORÇA E BRUTALIDADE NAS BAQUETAS
14 – Agradecemos imensamente sua participação e tempo despendido para nos atender!Deixo o espeço pra suas considerações finais! Muito Obrigado!
Luck Arnold: Primeiramente, gostaria de agradecer a você, Vitor, pelo espaço concedido.
Quero dizer que o SexTrash está trabalhando um som porrada e com a mesma essência de antes.

Os fãs que se preparem, vem Death Metal pesado por aí! Vamos todos apoiar o metal nacional!

Por Vitor Carnelossi