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quarta-feira, 22 de novembro de 2023

RONILDO PIMENTEL – UM BAIXISTA NA HISTÓRIA DO UNDERGROUND PARANAENSE


 Esta edição do Colorado Heavy Metal traz um convidado muito especial. Um baixista que, tendo participado da formação matadora do Tumulto  - uma das maiores e melhores bandas do underground parananense –  tendo gravado as quatro cordas de Conflitos Sociais, um petardo sonoro que pudemos assistir ao vivo quando da passagem deles por Maringá nos anos 90 numa das edições do FEMUCIC. Sua atual banda é a REAÇÃO QUÍMICA – banda formada por músicos competentes e que disparam em alto nível  a fúria contestatória e revolta contra a hipocrisia do sistema que nos cerca. Recomendo que você conheça o trampo desta banda – é sonzeira. Jornalista por profissão, o baixista Ronildo Pimentel atendeu o Colorado Heavy Metal de forma muito receptiva. Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente, uma pessoa muito gentil, culta, mas, e acima de tudo, ainda mantém fortes vínculos com a atitude rock em seu estilo de vida.

CHM – Você participou da formação do Tumulto como o baixista que gravou o petardo Conflitos Sociais. Como se deu aquela formação e a gravação deste clássico do underground paranaense?

Ronildo Pimentel - Em 1991, tinha acabado de sair da minha primeira banda chamada Caos Nuclear, quando fui apresentado ao Márcio Duarte (baterista) pelo Nilton Bobato, vocalista do Morthal e abrimos um diálogo. Ele conhecia o Maurício, que na época planejava ser baixista, mas aceitou mudar para a guitarra, pois já dominava bem as seis cordas do violão e virou maestro. Os primeiros ensaios até tentamos um outro integrante, inclusive eu no vocal, mas não deu certo. Então, num show do Cólera em Foz, encontramos o Paulão que topou fazer o teste no vocal. Encaixou dentro da proposta. Num segundo momento começamos a discutir um nome, daí tive a ideia de buscar no dicionário em inglês e numa das sugestões que anotei, o Maurício chamou a atenção para Tumulto, tradução de um dos nomes selecionados. Pegamos firme nos ensaios e logo em seguida a estreia com 4 sons próprios e 4 covers, set curtinho. No final tivemos que repetir tudo. Ao final daquele ano recebemos o convite do Bobato para gravar o split LP, um lado Tumulto e outro Morthal. E o mais legal, é que encaixou do Redson Pozzi, fundador e lenda do Cólera (em memória), conduzir as gravações e a produção. A captação do instrumental fizemos em duas noites com muito café, mesmo tendo que acordar de madrugada para trabalhar normalmente.

CHM – Pude assistí-lo ao vivo nos anos 90 durante o FEMUCIC onde vcs colocaram o ginásio Chico Neto abaixo. Que lembrança tens deste período-evento?

Então, apesar do pouco tempo para a gravação, a banda tinha uma química muito legal ao vivo. O repertório saía mais rápido e agressivo e, como cantávamos um português bem claro, apesar da pancada, a aceitação foi muito legal. Aquela vez do FEMUCIC foi uma surpresa, nosso maior público até então e, de repente, a galera simplesmente veio para a frente do palco ensandecida, bem ao estilo. Ainda hoje lembro com muito carinho daquela noite com muitas bandas, o que levou todos fazer sets curtos, no máximo 25 minutos. Mas foi incrível, até porque conhecemos muitas pessoas e bandas do país.

 

CHM – REAÇÃO QUÍMICA é sua atual  banda – pude conferir trechos de sons bem responsa. Qual é a formação e influências?

Sim, Reação Química. A banda tem mais de 10 anos, foi fundada pelo Giovani Fagundes, o Lixo (vocal). Quando voltei para Foz em 2018, ele me convidou, faziam basicamente covers de bandas punks dos anos 1980. Minha estreia com eles foi no primeira Megarock, que reuniu Cólera, Replicantes, os mestre do metal Korzus e uma renca de bandas locais. Foz sempre teve uma tradição de bandas de vários estilos. Uma das condições para permanecer na Reação foi o lance de investir em repertório próprio. No começo não foi fácil, mas hoje dá para dizer que a parada deslanchou e estamos num caminho com influências de Punk Rock, HC, Crossover, quase um ThrashCore. A formação atual, além do Lixo e eu no baixo, tem o Ratão (guitarra) e o Carlos Ivan Misty (bateria).

 

CHM -  O material postado pela banda nas redes sociais é bem profissional – sons em estúdio – etc... – Mostra uma banda coesa formada por músicos experientes. Como está a cena no oeste do Estado? Tem rolado eventos? Vcs tem tido espaço para tocarem ao vivo?

Em relação a qualidade das gravações, deve-se a dois fatores, galera experiente, que já tocou em várias bandas e o estúdio bem qualificado. Ah, o detalhe é que gravamos ao vivo, ou seja, valendo todos os instrumentos. Aqui em Foz do Iguaçu e na região tem rolado bons e variados festivais, muitos bares abriram as portas para bandas de rock em geral. O nosso maior problema com as apresentações ao vivo é com relação ao tempo mesmo, como todos tem suas vidas profissionais, família,… filhos e netos, no meu caso, não conseguimos conciliar sempre os horários. Mas vamos fazendo, com amor pela música, sempre.

CHM – A crítica ao sistema, o contestatório, a revolta contra o meio são marcas bem latentes do rock, principalmente punk rock, hardcore e crossover. Comente sobre isso.

Ah, quanto a isto, é isto mesmo. Não dá para você se propor a fazer um som agressivo sem contestar as coisas como elas estão postas, simplesmente aceitar as regras e ideologias goela abaixo. Acho importante ressaltar a questão social, as mazelas, o amor entre as pessoas sem distinção, situações do dia a dia, tudo bem atemporal. Quem tiver interesse pode buscar nas redes sociais, a Reação Química tem perfis no Youtube e Facebook.

 


CHM – Você já viajou para vários países. Qual sua percepção sobre a cena underground brasileira em relação América do Sul e Europa?

A maioria das minhas viagens é a turismo, mas, claro, sempre acaba percebendo e encontrando informações (cartazes) e apresentações ao vivo. Acredito que em alguns países da América do Sul, em especial Chile e Argentina, existe um apoio mais explícito às bandas, com estrutura. Aqui no Brasil, só tem as coisas quem consegue comprar, sempre foi assim. Na Europa tem a questão do apoio institucional (inclusive poder público), tanto que é comum se deparar com bandas tocando em praças, parques, calçadões. A cultura underground ela acontece a partir do submundo, podem barrar um período, mas não para sempre. E isto engloba todos os estilos e gêneros musicais. Neste ponto, a internet abriu os horizontes para todos.

 

CHM – Qual o momento e projetos do REAÇÃO QUÍMICA?

No momento estamos fechando o primeiro set mais completo da banda, uma hora de repertório com pelo menos 80% dos sons autorais que, que é o verdadeiro foco da banda. Com a ajuda da internet, coloca a galera a cantar junto nas apresentações e nada se compara a subir num palco e mostrar algo que você criou do zero, sem desmerecer os covers, que são muito legais para entrosar a galera da banda.

 


CHM – Nesta região do Estado de onde falo contigo no eixo Maringá Londrina a cena é bem ativa com eventos semanais – pois são centros grandes com espaços específicos e duradouros. Poderemos ver o REAÇÃO QUÍMICA despejando sua sonzeira por aqui?

Caraca, seria incrível. Na época do Tumulto, fizemos apresentações em Londrina e depois em Maringá, com recepções incríveis. Gostaríamos muito de fazer nossa primeira tour um pouco mais extensa passando pela região de vocês, assim como trazer bandas daí para se apresentar aqui. Em Foz é muito bacana, sempre rolam festivais com bandas do Paraguai e da Argentina também, uma bela integração underground sem fronteiras.

CHM – Espaço para suas considerações finais.

Muito importante este espaço para falar de música, de cultura e constatação, debater ideias, sem o confronto pelo confronto. Longa vida ao CHM.

*Por Marcão Azevedo.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

NIGHT OF TERROR – A MENSAGEM UNDERGROUND FORTALECENDO A CENA METAL REGIONAL E NACIONAL

 


NIGHT OF TERROR – A MENSAGEM UNDERGROUND FORTALECENDO A CENA METAL REGIONAL E NACIONAL

Nosso cenário underground regional é de extrema qualidade, com várias bandas reconhecidas em boa parte do território nacional, em vários gêneros. Enxergamos, no canal Night Of Terror,  um veículo de extrema qualidade e responsabilidade dentro do trampo proposto, que é dar espaço para bandas e personalidades do underground regional e nacional conversarem sobre suas obras e temas diversos, e nesse quesito Rodrigo Leonardi (Vozão) e Julião Silva – idealizadores do canal N.O.T o fazem com grande habilidade, de forma bem sacada e sendo uma das vitrines de expressão para quem realmente batalha a cena, quer como banda, músico ou  qualquer outro derivativo ligado à cultura underground. Rodrigo e Julião receberam o Colorado Heavy Metal de forma muito solícita, e à partir deste momento você é nosso convidado para curtir essa conversa muito bacana com dois dos porta-vozes do underground nacional:

CHM -  Como surgiu a proposta do Night Of Terror e como tem sido a aceitação do público em geral com o conteúdo apresentado?

Rodrigo – O Night Of Terror surgiu em 2005. A intenção era ser um fanzine, tanto que chegou a sair um exemplar. Depois disso, percebi o quão era difícil fazer um fanzine e acabou por aí. Depois disso, virou uma espécie de selo da minha banda na época (Abuso Verbal) onde os integrantes realizaram várias coisas com esse nome. O Caxa fez alguns eventos e o Feliz chegou a dar suporte como selo para algumas bandas. Passado- se anos, precisamente em 2016, queria reativar e fazer algo que envolvia artistas independentes, mas foi só em 2018 que comecei a fazer entrevistas com os artistas. Como as primeiras impressões foram ótimas por parte do público, resolvi chamar o Julião para ser meu socio no canal. Com a pandemia, adotamos o formato de lives e seguimos até hoje.

 Julião – Bom, como o Rodrigo citou a cima fui convidado por ele para ser sócio e também participar da elaboração dos conteúdos. Aceitei na hora rsrsrs. Quando iniciei no N.O.T. comecei fazendo entrevistas das bandas que iam tocar no Tribos.  A gente fazia o convite para as bandas. E o Juninho liberava o quartinho dos fundos para a gente realizar a entrevista. E relação a aceitação do público acho está sendo acima do esperado. Pois tenho recibo várias mensagens elogiando que eu e o Rodrigo estamos fazendo ao decorrer deste espaço tempo.  

CHM - O canal Night Of Terror propicia ao público conhecer uma gama bem ampla de figuras de destaque na cena underground autoral. Quais os critérios do canal para seleção dos entrevistados?

 

Rodrigo – O Canal é voltado para a cultura underground, tantos escritores, cineastas, donos de bares e etc. acho que o maior critério é ter algo a apresentar. Ter um motivo para estar com a gente papeando. Nos casos das bandas, desde que se enquadre no rock está tudo bem, já entrevistei bandas de rap também. Porem acredito que não há espaço para outros gêneros musicais.

 

Julião – Em relação aos convidados, buscamos sempre por bandas, músicos donos de estabelecimentos que abrem as portas para o nosso estilo musical que se enquadra no rock e metal. A gente envia o convite para os entrevistados, explicamos os procedimentos  e o chicote estala  kkkk.

 

Rodrigo Leonardi


CHM - Tive o prazer de ser um dos entrevistados pelo canal, e posso atestar o quanto à vontade o entrevistado se sente e o nível de preparo da equipe do NOT como um todo, tendo literalmente conhecimento de causa para cada entrevistado, além da interação de um público também muito identificado. Comentem sobre isso.

 

Rodrigo- Quando entrevistamos alguém, geralmente no começo, o convite partia da gente, então, conhecíamos os trabalhos de cada um. Isso ficaria mais fácil o bate papo. Mas sempre pedimos para os artistas enviar uma mini biografia, para podermos elaboras as pautas. No meu caso, uma hora antes, peco para o artista entrar para passarmos a pauta juntos, ali o artista ajuda a acrescentar algo e diz sobre o que quer falar ou não. Mas nas lives, pelo menos no meu caso, a pauta é apenas uma guia para conversarmos. Muitas perguntas surgem no momento das entrevistas. Quanto ao publico interagir, para mim é uma forma deles participarem ao máximo das lives, se sentirem à vontade para perguntar curiosidades sobre o entrevistado.

 

Julião – Na minha opinião, tentamos deixar o entrevistado em uma situação que ele fique confortável. Para realizar a entrevista, pois pode se notar que é o N.O.T. faz parte de alguns poucos canais de entrevistas. Que apresentador e o entrevistado pode beber umas e fumar sem censura algumas. Situação essa acredito que deixa ambas partes a vontade como estivessem em uma de bar bebendo umas e jogando conversa fora kkkk. E também rola que os entrevistados quando possível enviam algumas informações para que possamos saber mais sobre o seu trabalho. Quando isso não acontece, fazemos algumas pesquisas sobre o entrevistado.



CHM - Os Podcasts e afins tornaram-se um dos maiores espaços para interação com artistas e personalidades em geral. Como o NOT avalia e observa esta realidade?

 

Rodrigo - Olha, eu sempre gostei de programas de entrevistas e sou uma pessoa que quando gosta de uma banda, um escritor, um cineasta, eu não fico apenas na sua obra, fico curioso por bastidores e suas influências. Para mim, acho que demorei ate para ter um canal de entrevistas. Particularmente eu acho muito interessante, porém muitos podcasts ficam na panelinha, ou seja, entrevista as mesmas pessoas. Já caiu nas mesmices. Acho que o foco é mais as visualizações do que o próprio conteúdo. Isso é algo que visamos, mas não em primeiro lugar. Em primeiro vem o grande acervo de entrevistas lives que fazemos, deixando registrado nas plataformas o nosso trabalho, que para mim tem e terá ainda mais um valor histórico artístico no decorrer dos anos.

 

Julião – Na minha opinião é muito gratificante, fazer parte deste ramo de entretenimento em nosso seguimento. Pois sempre fui apreciador de revistas e fanzines onde no passado era a única maneira de nós saber sobre as bandas que gostamos. Com o passar do tempo e o avanço da tecnologia. Conseguimos levar estas informações para os hellbrothers e hellsisters de maneira rápida e objetiva. De bandas e artistas, escritores e etc. Que fazem parte do nosso submundo.

 

CHM - Estamos localizados no eixo Maringá-Londrina-Presidente Prudente. Qual a percepção do NOT sobre a cena underground (em todas as vertentes) neste circuito?

 

Rodrigo- Sempre foi muito rica. Logico que tem seus altos e baixos, mas sempre tivemos ótimos artistas na região. O que as vezes acontece é que deparamos com muitos rockeiros que na verdade se tornam um de fim de semana, quando tem bandas covers tocando. Quem leva o rock e o underground como estilo de vida são bem poucos. Percebe-se que em shows de bandas autorais quase não da gente. Mas os poucos são fieis e é isso que não deixa a cena morrer.

 

Julião- Em relação o nosso cenário, já foi bem mais rico que hoje podemos que tem várias bandas fudidas que sabem  e representam o que é o verdadeiro sentido do undergroud. Mais acho que precisamos de mais cooperação entre bandas e não competição! Tipo assim a banda do brother vai tocar o que custa compartilhar ou curtir o flyer do show. Em relação ao público percebo que hoje esta dando pouca gente.

 

Julião Silva


CHM - Quais projetos o NOT pensa em momento futuro, e como avalia o comportamento do público atual? Vocês enxergam uma renovação na cena, principalmente regional, quando em algum momento bandas de expressão em atividade não estiverem mais presentes? Vocês sentem que há barulho e ebulição nas garagens?

 

Rodrigo- Temos muitas ideias para o NOT. Talvez um podcast futuro, ou começar a ser um selo dando suporte para artistas, mas no momento posso dizer apenas isso (Risos)

Quanto a cena, como disse há pouco, são poucos que levam o rock e o underground como estilo de vida. Pelo menos em Maringá, pude perceber uma galera bem jovem colando nos shows autorias, isso de fato, já me alegra em saber que tem uma galera dessa nova geração dando continuidade para tudo isso não morrer.

 

Julião- Igual o Rodrigo, quem sabem em um futuro próximo um postcast. E também se tornar selo para que possamos lançar bandas que do nosso cenário underground. Talvez rolar um fest com o nome Night Of Terror Inc. E quanto a cena não para sempre surgindo bandas e conhecendo bandas de outros estados que estão destacando em nosso cenário vou citar algumas para que você e os leitores possam sacar caso não conheçam: Sevo, Rötö, Malignant Exclemental, Totemtabu, Sestro, Total Desastre.

 

CHM - Quais os 05 discos preferidos?

 

Rodrigo-Mainstream

1.     Sepultura- Chaos A.D.

2.     Ratos de Porão- Brasil

3.     Iron Maiden- Killers

4.     White Zombie – Astro Creep 2000

5.     Ministry- The Mind is a Terrible Thing To Taste

(Black Sabbath, Slayer, Metallica, vixi, tem um monte, rsrsr)

Underground

1.     Corpse Grinder- Apocalipty Terror

2.     Torture Squad- Pandemonium

3.     Necrotério- Lamment of Flesh

4.     Subtera- Nothing to Death

5.     Holder- Eternal Flames

 

Julião – Meu brother ai você me quebra kkk, vamos fazer assim vou citar alguns rsrsrs, ok!

 

Deicide – Deicide

Slayer – Reign In Blood

Cannibal Corpse – The Bleeding

Death – Simbolic

Mercyful Fate – Don’t Break The Oath

Headhunter D. C.  – And  The Sky Turns To Black

Ancestral Malediction – Demoniac Holocaust

Mystifier - Wicca

Infernal – Ritual Humilation

Holder – Merciful Scourge

Krisiun – Conquerors Of Armageddon

Ratos de Porão – Brasil

Sepultura – Schizophrenia

Torture Squad – The Unholy Spell

 

Vou para por aqui senão vou mandar uns 100 kkk!!!

 

CHM - Espaço para suas considerações finais.


Rodrigo- Agradeço imensamente o convite, agradeço a todos que acompanham o canal. espero nos encontrarmos em breve para botar o papo em dia.

 

Julião – Muito obrigado brother, pelo espaço cedido para podemos expressar nossas opiniões referente ao nosso trabalho valeu mesmo. Em breve a gente se tromba para beber umas e trocar umas ideias valeu.

 

*Por Marcão Azevedo

segunda-feira, 9 de março de 2020

NO RADAR COM LANI

“Chaotic Frame Of Mind” É o trabalho de estreia do atuante guitarrista mineiro Beto Lani. O Disco é composto por 12 canções que surpreendem pela versatilidade, além de manter uma sonoridade muito agradável! O CD vai muito além do que se possa esperar de um trabalho composto por um guitarrista, “Chaotic Frame Of Mind” é focado em canções bem construídas, com boas melódias, sem se apegar nas escalas autoindulgentes do virtuosismos gratuito! Com vocês NO RADAR com LANI

1 – A primeira impressão do disco em um contato visual, é uma dedução que possa ser aquele CD nos “moldes de guitarristas”, talvez projeto levar o seu sobrenome se tenha essa suposição. Mais a “pegada” é bem diferente, as músicas são canções muito agradáveis e variadas. Como foi o processo de composição desde trabalho?
Apesar de ser guitarrista e amar esse instrumento, eu nunca me identifiquei com álbuns instrumentais. Claro que fui muito influenciado por guitarristas como Joe Satriani e Steve Vai, mas eu sempre gostei de cantar. As músicas foram criadas ao longo de vários anos, muitas delas foram concebidas ainda na minha antiga banda, a Wisache, algumas compostas pensando em novos projetos, em parcerias com alguns músicos, vários objetivos diferentes. Com o tempo eu fui percebendo que elas tinham uma identidade própria, daí veio a idéia de gravar esse disco. Eu sinto que ele traduz vários momentos diferentes da minha vida musical e pessoal, é um disco muito introspectivo, como se eu tivesse me conhecendo como compositor.

2 – A sonoridade flerta bastante com um rock mais atual, versátil em juntar elementos mais pesados com referências do pop e até indie! Qual a inspiração musical para esse projeto?
Ah, eu gosto de muita coisa diferente, eu escuto muita coisa dentro do rock, acaba que a influencia vem na hora de compor. O fato tambem das músicas terem sido compostas em épocas diferentes ajuda, ás vezes eu estava numa fase mais metal, ou mais hardrock, ou mais progressivo. Eu sempre gostei também dos discos mais ousados das bandas, me interesso pelas possibilidades, como tal estilo soaria com tal banda tocando. Discos como Risk do Megadeth, Load do Metallica, Road Salt do Pain Of Salvation me inspiram muito a tentar ir por caminhos diferentes.

3 – O CD é muito agradável de escutar e seu vocal contribui totalmente para isso! Ao interpretar suas composições (e parcerias) você sentiu um controle melhor sob o resultado final, em termos de sonoridade?
Senti sim, eu tenho essas músicas na cabeça a muito tempo, então eu sabia direitinho como iria soar. O mais legal foi que as parcerias foram muito ricas, o Iago, por exemplo, além de cantar uma parte de Inside, compôs 3 letras para o disco, e ele conseguiu captar direitinho a idéia das canções, eu em identifiquei muito com as letras e me senti muito a vontade para cantá-las. Foi uma experiência muito gratificante gravar a voz nessas músicas. Meu professor de canto, Noel Fernandes teve um papel crucial na gravação das vozes, por que muitas vezes eu sabia o que queria, mas não conseguia executar, ele me ajudou muito. 

4 – Lendo o encarte, além dos músicos que o acompanham, notei várias parcerias envolvidas no lançamento! É importante contar com esse apoio?
Muito importante, a cena independente precisa muito dessas parcerias. São elas que fazem tudo acontecer, seja o estúdio, os músicos, os selos, os blogs, se você não fecha parceria, você não sai do lugar. Temos que trabalhar com a nossa realidade, e para o artista independente inserido no mundo do rock ainda, e ela é dura.

5 – Quais os desafios de divulgar o material e fazer uma boa distribuição nos dias de hoje? Agradeço sua participação, fique à vontade para suas considerações finais!

Hoje em dia você tem vários mecanismos muito bons para divulgar o material, e que são bem acessíveis aos artistas. Ao meu ver a dificuldade está mais em comover quem escuta a sua música. Esse é o grande desafio, criar a reação, a vontade de ouvir de novo, a vontade de interpretar a letra, perceber todos os elementos que você colocou na canção. Bom gostaria muito de agradecer o blog pela oportunidade de poder falar um pouco desse trabalho, que foi feito com muito cuidado e dizer que é importantíssimo o público ouvir ás bandas que estão por perto, compondo, lançando material, fazendo show. Apoie as bandas de sua cidade, é assim que conseguimos manter a cena rock na ativa.






Por Vitor Carnelossi


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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

NO RADAR COM SÓDIO


A seção NO RADAR de hoje recebe a presença da banda SÓDIO que acaba de disponibilizar 5 músicas (segue o link abaixo) contendo um Hardcore cortante e visceral! A banda é encabeçada pela vocalista Estefiliane e conta com o apoio do guitarrista Renato, antigo conhecido da cena de Maringá/Londrina que também é marido da “Esté”. Confiram essa entrevista e apoiem a banda! Vida longa ao Sódio!

Qual é a formação do Sódio HC e quais as referências musicais que influenciam a banda?
Antes de mais nada, olá a todos, é um grande prazer para nós como banda que recém lançou um EP sermos chamados assim logo de cara para uma entrevista.
A formação é composta por mim, Estefiniane “Esté” Castro vocalista e compositora das letras e por Renato Nascimento, meu marido, guitarrista e responsável por todo instrumental. A banda conta com o apoio nas apresentações do baixista Diogo Nascimento e contará com a parceria de um baterista que em breve será anunciado. Há a possibilidade de efetivação definitiva desses membros na banda, visto que são pessoas sérias e respeitam nosso trabalho, e essa é uma das maiores propostas da banda: seriedade e comprometimento com a qualidade musical e coerência ideológica.

02 – Qual o conceito central em relação as letras, como o Sódio HC se posiciona ideologicamente?
Na verdade tratamos de conceitos diversos, mas para o primeiro EP, que é conceitual (para quem ainda não sabe) o foco é a degradação do ser humano em si. Visamos expor as mazelas do sistema, a miséria, o caos social, tudo isso embasado em situações que vivenciamos diariamente. Pode até parecer clichê, mas um assunto tão sério como esse não pode desapercebido, visto que nas ruas presenciamos a fome, a morte e a falta de dignidade que o sistema impõe para os menos abastados. É só olhar a nossa volta e ver a cara de desdém que o cidadão “de bem” faz quando vê um índio, um “nóia”, um mendigo ou trabalhador que vende doces no sinaleiro. É isso a verdade está tão escancarada no dia a dia, que chega a ser absurdo que as pessoas sigam no seu cotidiano sem que isso as afete de maneira alguma ou as faça refletir sobre. Um exemplo disso fica exposto na música “Culpados”.

03 – Vocês começaram o ano de 2020 com um EP bem legal, bem produzido! Gostaria que comentasse as 05 faixas desse material (virtual)
Faixa 1- Suturas:
A canção é sobre alguém que estás prestes a perder a fé em si mesmo, mas sabe que deve manter a esperança e resistir. Uma coisa que vemos muito no cotidiano, principalmente por causa da taxa de desemprego e das dificuldades em se manter vivo nessa selva de pedra, que cada dia mais tenta tirar a nossa dignidade.

Faixa 2- Culpados:
Culpados fala sobre a culpa que todos nós carregamos mesmo que indiretamente, toda vez que ignoramos os miseráveis e seguimos nosso caminho como se aquele ser fosse apenas parte do cenário, e não uma pessoa, um indivíduo, com suas lutas e com suas dores. Os pais que acham que basta enfiar dinheiro goela abaixo dos filhos, jogar um tablete ou celular na mão de uma criança para não ter que cumprir suas responsabilidades. O cidadão que não entende, nem se preocupa em entender sobre política e elege porcos safados que só pensam no seu próprio rabo. E os principais culpados, os governantes, que exploram um povo inculto e despreocupado, que acha que um churrasco e as novelas da TV são mais importantes do que ter uma verdadeira consciência social.

Faixa 3- Paradigma Social:
É uma indireta; na verdade o paradigma são as pessoas que estão na fila do SUS, as pessoas que seguem suas vidinhas medíocres, sempre reclamando, mas não entendem que são parte de um joguinho sórdido. Onde a maioria nem se pergunta o porquê de serem miseráveis e estarem em situações degradantes. Os verdadeiros criminosos já sabemos quem são, mas porque nunca as pessoas se rebelam? Não vemos outra resposta senão um grande paradigma social e um gigantesco conformismo.

Faixa 4- Atitude ou Morra:
Uma canção de teor simples: enquanto não houver união entre os cidadãos, para juntos nos levantarmos, as nossas cabeças continuaram embaixo da sola de coturnos sujos.  Precisamos ter atitude, ou iremos sucumbir, porque todos sabem que a história se repete.

Faixa 5- Mate ou Será Morto:
Essa música é a apoteose do EP: Fala sobre o lado animalesco do ser social. Ao mesmo tempo que nos deparamos com muitas vítimas e pessoas que sofrem, também enfrentamos o lado podre do ser humano. É luta por sobrevivência, cão comendo cão, assassinatos, violência dos cidadãos para com os cidadãos, o que é um deleite para o sistema, diga-se de passagem, ver a população se matando, alienados em uma guerra fria social em que tribos se boicotam por conceitos absurdos, onde o cara que ouve rock quer encher de porrada o outro que também ouve rock só porque ele não fala tudo o que o outro quer ouvir, ou porque ele tem alguma opinião diferente e acredita que seus ideias devem prevalecer, mesmo se esses ideias forem hipocrisia e violência furada, sem sentido.
Como as vezes vemos no próprio cenário, não há união porque um quer quebrar a cara do outro por coisas que nem sabem ao certo, pelo famoso “disse que me disse”. É isso...é gato atrás de rato, ou melhor é o rato armando a ratoeira pro seu próprio semelhante roedor.

04 – Quais os desafios para se divulgar hoje em dia e conquistar o seu próprio público?
O primeiro desafio são as questões financeiras, quando somos pobres e não temos apoio, gravadora e nem nada do tipo, temos que nos virar em trinta para conseguir algo. Sorte que temos alguns amigos como o Vitor Gaioto da banda Biomorf e o Yuri Padial da Infernal Art. Outros desafios ficam por conta da desunião, do machismo (PRINCIPALMENTE), porque quando se é mulher e não dá mole para os caras, eles logo vão rebaixando seu trampo, e tem outra, você tem que é capaz o dobro, porque a cultura do macho alfa ainda está presente na sociedade e no underground não é muito diferente, talvez seja até pior.

Há outras questões também; mas felizmente o EP e nosso trabalho está tendo uma ótima recepção e respaldo, e nos mantemos firmes resistindo e construindo nosso estrada com as pedras que nos são arremessadas, aliás joguem mais!! (risos)


05 – Além do Renato, que já um cara atuante na cena da região, o Sódio HC ainda tem o diferencial de ter um vocal feminino, que é tão expressivamente importante nos dias de Hoje! Como tem sido essa experiência que por incrível que possa parecer, ainda encontra resistências.... O Colorado Heavy Metal agradece a vossa presença!
Como disse na pergunta anterior, ainda existe sim muita resistência, machismo, ignorância, gente mentirosa, gente que se diz apoiador e defensor das causas femininas, mas só consegue mesmo é passar vergonha, não adianta ser femimacho, se não tem uma buceta nunca vai saber o que nós mulheres do cenário passamos de verdade. Agradeço a oportunidade por concedermos essa entrevista. Muito obrigado, Vitor! E conte conosco no que precisar, não temos dinheiro, mas estamos juntos nessa hehehe. Valeu cambada!


(Renato): Agradecemos muito pela entrevista, Vitor e todo mundo que apoia o Colorado Heavy Metal. Eu tinha me afastado totalmente da cena, perdi o tesão e não queria mais fazer parte de nada. Muita falsidade, hipocrisia e falsos amigos, e não preciso disso na minha vida. Só voltei a tocar para apoiar a minha esposa, que sempre me apoiou incondicionalmente, que independente da situação, sempre esteve ao meu lado. Ela faz as músicas, ela dá as ideias dos riffs e bases, eu me influenciei muito pelo gosto musical dela, que é bem diferente do meu, e achei uma nova vida nesse cenário, apesar de uns zé roelas estarem torrando o meu saco, vou ser sempre resistência e estarei sempre ao lado da minha mulher, na banda ou fora dela. 

É isso! Um grande abraço a todos. Curtam o EP e apoiem o underground, que não são só as bandas, mas também os fotógrafos, zines, produtores de show, gravadoras e etc.

Link pro EP: https://sodiohc.bandcamp.com/releases



Por Vitor Carnelossi


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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

NO RADAR - COM FORGOTTEN SAGA

Junior Bonora é o nome do excelente guitarrista que já participou de algumas bandas e projetos, entre eles Perpetual Digrace, Thunderlord, Grey Holf. Estamos com o Junior NO RADAR para saber sobre seu primeiro trabalho solo, o FORGOTTEN SAGA!!!! 



1 – Você está se preparando para soltar seu primeiro álbum solo chamado “Forgotten Saga”, Quais as principais inspirações e referências para este trabalho? Primeiramente, parabéns por esse trabalho aqui e muito obrigado pelo convite para a entrevista! O Forgotten Saga é a colisão das minhas paixões pelo heavy/power metal germânico com a literatura fantástica. Sou apaixonado por Accept, Grave Digger, Blind Guardian, Helloween, Gamma Ray, Primal Fear, Judas Priest, Hammerfall. Certamente você ouvirá um pouco de tudo isso no disco. Ao mesmo tempo também sou fã de Senhor dos Anéis, contos do H. P. Lovecraft, e é claro, Andrzej Sapkowski. É baseado na grande obra desse último que fiz o disco debut, Last Wish. A saga The Witcher é uma paixão minha, nos livros, games, HQs e agora no seriado da Netflix. 

2 –Você já esteve em estúdio gravando para outras bandas. Qual o principal desafio em “peitar” um projeto cujo você é compositor? O principal desafio é a sobrecarga pelo acúmulo de funções. Ter que se responsabilizar pela criação de tudo, pela produção e ainda performar nas gravações é um desafio. Compor é mais difícil quando você também tem que se preocupar com logotipo, capa, timbragem, programação de baterias, letras, páginas na internet e tudo que envolve um lançamento independente. Há um custo financeiro e um custo mental. O Forgotten Saga só é uma realidade porque me dediquei exaustivamente durante minhas últimas férias antes da minha filha nascer. 

3 – Você é um estudioso da guitarra e tem uma excelente técnica! Há uma cobrança pessoal em você para apresentar um trabalho dentro de padrões elevados do instrumento? Muito obrigado Vitor, vindo de você que é um grande guitarrista fico ainda mais honrado. Eu estou na guitarra especificamente já fazem 19 anos, porém só passei a estudar música de verdade há 6 anos. Voltei a fazer aulas e nunca deixo de praticar, ao menos um pouco, todos os dias. Hoje em dia também sou professor de guitarra. Eu tenho um prazer em tocar que é um caso a parte, também tenho um lado guitarrístico como ouvinte (além do metal em si). Gosto de ouvir Greg Howe, Allan Holdsworth, Gary Moore, Joe Bonamassa, Joe Satriani, Kiko Loureiro, Malmsteen. Acho que essas referências acabam se misturando um pouco. 4 – Conversando em “off “ você me disse que teve que dominar a tecnologia na captação e produção antes de gravar “Forgotten Saga”. 

4 - Gostaria que detalhasse esse processo, como está sendo produzido este álbum de estreia? O principal critério para esse disco foi manter os pés no chão, mas vale um na mão do que dois voando. Abri mão de investir em um super projeto para fazer algo que eu realmente desse conta de finalizar. Estudei o Reaper, o ezdrummer, investi em racks, monitores de áudio, cabos bons, etc. Foi um tempo fazendo produções teste e pesquisando muita coisa na internet, sobre frequências e técnicas de mixagem. O resultado não é superprofissional, mas é audível. E o melhor: deixou de ser uma promessa, um devaneio, e se realizou. O fato de ser um acumulador de equipamentos de guitarra ajudou também, tenho aqui uma coleção de guitarras, amplificadores e pedais. Conto com a ajuda final do André Tulipano (Steel Warrior) em parte da mixagem e toda a masterização. No próximo trabalho eu vou investir em um produtor e em uma gravação mais profissional, me liberando para compor com mais tranquilidade! 

5 – Haverá algum músico convidado? Quais as expectativas para esse lançamento! Obrigado pela participação! Sim! Revelo oficialmente em primeira mão para você! Os baixos foram gravados por um exímio baixista aqui da região. Ele é ridiculamente bom! O cara se chama Matheus Andrade e fez um trabalho monstruoso nas linhas de baixo. A música A Matter of Price teve os baixos gravados pelo grande Fabio “Greywolf” Paulinelli, as linhas ficaram lindíssimas e qualificaram a música. Você deve saber como o Fabio é técnico e criativo! Nas vozes algumas coisas ainda estão sendo definidas, mas posso adiantar que teremos os 4 vocalistas do Dragonheart atuando na música Witcher of Rivia e o André Tulipano do Steel Warrior cantando em várias outras. Essas participações engrandecem o trabalho para além do que eu jamais conseguiria sozinho. As expectativas pessoais estão ótimas. Tive excelente feedback de alguns amigos importantes. A capa já está pronta e temos a possibilidade real de fazer o lançamento com um selo com distribuição internacional, aguardaremos! Muito obrigado novamente pela oportunidade, você é um cara iluminado Vitor! Abraço!



@forgotten_saga.metal




    POR VITOR CARNELOSSI
    COLORADO HEAVY METAL - PEQUENAS AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA!

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    Desde 2013 produzindo matérias e entrevistas para grande rede.
    Editor responsável - Vitor Carnelossi