quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

´´EVOLUÇÃO´´ ENTRE DISCOS – AS BANDAS NOS TRIBUNAIS DOS FÃS

Caro leitor do blog, uma pergunta bem franca: você se recorda a cara que você fez ao ouvir pela primeira vez Chaos AD, que sucedia Arise; Holy Land, que sucedia Angels Cry e Evolution, que sucedeu Theatre of Fate?
Com certeza um misto de saciedade, pois afinal eram novos trabalhos destas bandas, mas por outro aquela sensação de estranheza pelo ´´diferente´´ e com certeza repetidas audições para ajudar na digestão......
Se o ponto de vista é radical, pronto. A banda foi pro espaço, se vendeu, não presta mais.
Se o ponto de vista é o de revisitar, provavelmente o processo de aceitação é mais fácil. Deve-se porém, poupar os fãs com guinadas de 90 graus e experimentos medonhos, como algumas fazem. Aliás, tanto no heavy metal quanto no rock tradicional, aqui e lá fora, tem banda que já passou da hora de liberar a área. Passando os canais de TV, você vê alguns músicos curtindo uma de repórter, de apresentador, de intelectual, ou seja,metido de tudo um pouco,menos fazendo música que presta. Talvez falte grandeza para largar o osso.
Vamos aos discos?

CHAOS AD – as fotos da banda, na pré-produção do álbum, já sinalizava mudanças. Integrantes com o xadrez da área Seattle, camisas de botão, blazer, numa das fotos, me lembro bem. O disco, contendo alguns petardos, direcionava fortemente para os elementos percursivos que escancararia de vez no péssimo Roots. As batidas quebradas e as distorções nunca mais recuaram. A modernidade das músicas do Chaos AD lembram as levadas mosh de Arise? Penso que não. É um disco pesado do Sepultura, ideal para as batidas tribais ao vivo já a partir da faixa de abertura. Novos fãs? Sim. Os antigos? Digerindo.  Considero  CHAOS AD o último disco aceitável desta  grande banda.

HOLY LAND – após a consagração mundial em seu disco de lançamento, gravado na Alemanha com a produção do renomado Sascha Paet (Heavens Gate) o Angra se recolheu num sítio do interior de São Paulo para compor seu próximo trabalho. Retornam, então, com Holy Land, álbum conceitual com influências regionais e toques de ´´brasilidade´´ em alguns momentos. A exemplo do Sepultura, instrumentos de percursão entravam em alguns momentos dos shows, alternados pelos guitarristas. Um disco ruim? De forma alguma. Pelo contrário – neste álbum a banda pôde mostrar todo seu rico acervo instrumental, com destaque particular para o batera Ricardo Confessori, um monstro nas baquetas e detentor de uma musicalidade espetacular que se encaixou como uma luva nesta proposta. Quem viu algum show do Angra quando predominava este repertório viu o trampo de batera deste cara. Após este álbum veio  Fireworks, com a banda detonada internamente por relacionamento dos integrantes.

EVOLUTION -  sem teclados, sem orquestrações, sem André Mattos. O Viper, contando com um dos irmãos Passarel no vocal, assume o risco da mudança e ressurge com Evolution. Tempos atrás o idealizador do ColoradoHeavyMetal e ex-companheiro de Tragedy Garden Vitor Carnelossi me dizia que tinha ouvido com calma este disco e que o achava muito bom.
De fato. Faixas como Evolution, Rebel Maniac, Coming from..., e o cover do Queen produzem um resultado muito bom, visto o desafio de seguir sem uma estrela mundial do porte do André Matos em suas fileiras.  Na verdade,a banda revisitou o explêndido Soldiers of Sunrise, um disco 100% metal.Vale a pena conferir.
E o tempo faz seu papel, sempre. Felizes daqueles que conseguem revisitar situações.
Para finalizar, uma sugestão: ouçam Territory, Carolina IV e Rebel Maniac bem alto!!!
Valeu!

Marcão Azevedo.

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