domingo, 1 de junho de 2014

ENTREVISTA - DO PROTESTO A RESISTÊNCIA


Pra quem costuma se queixar dizendo que a música parou em década tal eu digo, está mal informado hein meu amigo!!! A cena underground se prolifera a todo vapor em cada quebrada, em cada periferia desse país, seja no rap, no rock, hardcore ou metal. Pra sacramentar o que digo, segue aí a entrevista com os manos do “Do Protesto a Resistência”, fazendo a junção muito bem sacada do rap com o hardcore e o metal, totalmente cantado em português e com muito sangue no “zóio” galera!!!
Falamos com um dos vocais da banda, Ricardo Stéfano, que respondeu na responsa e na humildade nossas perguntas, então se liguem aí...É D.P.R., hardcore de rua sem corte!!!


1. Fala galera, primeiramente aquele salve por nos conceder esta entrevista, gostaria que vocês nos contassem um pouco da sua história, como começou o D.P.R. e quem é o D.P.R.?
Salve salve! O D.P.R teve umas 3 ou 4 fases manja mano! O nascimento eu gosto sempre de dizer que foi numa festa de 2 manos nossos ali no Grajaú ( Márcio e Eduardo) e tava rolando uma banda já extinta (Delenda) e os manos soltaram uma base nóis catou os mic e começou a cantar Racionais em cima da base de hardcore ( eu Ricardo Stefano DPR e 38 MilManos, Vinão Dpr, Fábio Dpr , Márcio 38milmanos, Ulisses já falecido, entre outros vários manos!!! Eu voltei pra casa com aquela emoção no peito, ali pra mim brotou a semente do que viria a ser o DPR... Disse q teve varias fases porque a banda começou em Taboao da serra de fato um ano depois se páh! A convite do Sérgio (ex DPR) pra eu colar pra conhecer o projeto que eles estavam montando!! A banda já tinha alguns instrumentais mas não tinha nome, e eu já tinha as letras, e algumas idéias de título pro nome do projeto que eu já vinha desenvolvendo desde o role no Grajaú! E assim fechamos a primeira formação da banda Com o EP "filosofia de rua "Depois disso muitas águas rolaram !!! O" platoon" foi feito por uma formação totalmente diferente da primeira! Mas feito por manos que sempre correram com a banda mesmo sem ser dela!!!


2. Como vocês chegaram a essa sonoridade impar, apresentada no “Platoon” (2012)? A banda já nasceu com essa proposta de som?
O platoon foi o ápice do que não conseguimos fazer no "filosofia de rua" instrumental e letras! A idéia de montar uma banda com letras que trariam histórias e idéias voltadas pra periferia era meio turva, eu tinha muita vontade de expor, mas eu não sabia como!!! Como disse a formação influenciou muito, tanto nas letras como no instrumental! Os manos da nova formação tem uma pegada mais bruta voltada pro metal focada numa outra época musical coisa que a formação antiga era mais pautada no rapcore dos anos 90!!! Sobre as letras acho que a morte do nosso parceiro Ulisses acabou ampliando e abrindo minha mente pra chegar neste resultado de escrita, infelizmente!!

3. Hoje estamos presenciando a força da cena independente, o DIY está mostrando que funciona, como vocês observam esse crescente aumento de pessoas dispostas a fazer as coisas por suas próprias mãos dentro da música?
Mano quando não tem aquilo que as pessoas gostam a tendência e lógica é elas fazerem pelas próprias mãos!!! O advento da internet ajuda muito é permite divulgar trampos como nunca foi possível!!! E o mais loko é que só se escuta na internet aquilo que você quer escutar! Ao contrário das rádios e televisões que te induzem a gostar de algo!!! Ser independente quer dizer que você faz aquilo que bem entende sem influências de selo ou produtor... Quantos grupos ou artistas solo do grande mercado musical disponibilizam seu trampo por livre e espontânea vontade pra download? Diferente de quem corre por si só no Underground.

4. Vocês mostram que existe uma boa conexão entre o movimento hip-hop e o hardcore, transitando em eventos de ambas as vertentes, vocês acham importante essa cooperação, já que estamos falando de estilos que nascem de certa forma nos mesmos lugares e clamam pelas mesmas coisas?
Mano essa é a chave do bagulho! Ideologicamente somos iguais, cantamos as mesmas coisas só o instrumental que muda! O barato é mostrar que é possível fazer o instrumental ao vivo e cantar em cima. Da no mesmo que soltar uma base e cantar em cima!!! Agente já recebeu um salve de vários manos de varias vertentes da música e isso é FUDIDO pra nois. A periferia é o foco! Guitarra, baixo e bateria pode ser alcançado pela periferia!

5. Conte-nos sobre a concepção de “Platoon”, como foi o processo de gravação e como se deram as participações no disco?
Platoon porque nosso truta Ulisses era apaixonado por filmes de guerra e jogos de guerra! Ele usava este nome em suas redes sociais!!! E veio a calhar porque o filme Platoon retratou jovens morrendo no VIETNÃ tal como nossos jovens na guerra diária seja no tráfico! Nos assaltos, nos hospitais que se assemelham a açougues! As participações foram manos que sempre correram com nois não tinha como deixá-los de fora!!! E infelizmente vários ficaram de fora! Mas agente retrata isso nos próximos sons...

6. Suas letras retratam o violento cotidiano da capital, a realidade diária de milhões de pessoas em nosso país dá pra perceber que a indignação é algo que os inspira a escrever, e musicalmente falando, onde vocês buscam inspiração pra compor seus sons?
Mano escrever é um desabafo! É uma forma de retratar o que vemos sim e o que queremos que mude!!! Como foi dito "Infelizmente falamos de violência" queria eu poder falar de festa! Mas enquanto vejo o errado prosperando não da pra ficar calado e ser conivente a este sistema


7. Vocês acreditam que a música tem um papel importante no sentido de conscientizar as pessoas ou até mesmo em alguns casos aliená-las?
Sim mano a música tem este poder de derrubar ou levantar o indivíduo sou prova viva disso! A música transformou minha vida pro bem! E acredito eu que de todo o DPR
Diga-se de passagem, o que foi a jovem guarda! Brasil nos anos 70 sitiado o pau comendo
Gente morrendo e geral alienado com a JOVEN guarda. E estamos colhendo até hoje frutos desta época!!! Nossos pais.

8. Já conversei a respeito disso com a galera da Santa Morte aqui, mas como vocês são os criadores, gostaria que nos contasse um pouco mais sobre a De La Rua Crew? Do que se trata essa crew e quais os objetivos que envolvem esse lance?
Orra da hora! DELARUACREW Ou 412 foi a Crew que eu Stefano e o Sérgio antigo vocal do DPR criamos! No primeiro show da banda agente viu a força que já tinha nosso som! O EP tinha sido lançado há um mês se páh! Tivemos dois shows no mesmo final de semana Sorocaba e Campo Limpo Z/S São Paulo e mesmo com pouco tempo de banda agente viu que a parada ia tomar proporções que nenhum de nois imaginava a 5 meses no início da banda!!! Aí aproveitamos o momento pra criar nossa Crew que era a nossa banca de rua memo! Pra se organizar! Se movimentar! Conquistar respeito e identidade pra nossa banca!!! Eu convidei o Santa Morte pra Crew por identificar no corre dos mulekes a mesma essência que nos move a cultura de rua, cultura do submundo... Não somos Crew de treta! Somos uma Crew voltada pro progresso dos manos envolvidos!!! É nois por nois


9. Quais são os próximos passos que a banda pretende dar? Já existem novos sons pra um futuro disco de inéditas?
A banda ta se acostumando a trampar seria! Tem muitos shows, muitos eventos, o público!!! tamo tentando fazer nosso melhor tentando Levar pro lado profissional! Pra ser duradouro! O youtube é nosso alvo o clipe do som
DPR PART/2 foi lançado dia 23/03/2014 e já tamo nos preparativos pra dois outros!!! Já temos musicas novas estão mocadas aqui rs. Logo menos ta na rua.

10. Vocês têm um clipe para “Então sociedade” e recentemente soltaram um teaser de “D.P.R. Parte 2”, de que forma produzidos esses clipes e como foi à experiência em si de fazer esse corre? Já existe previsão pra lançar o novo clipe?
Então sociedade foi gravado o áudio final de 2012 ! E parece q foi uma premonição aos protestos de 2013!!! A gente precisou unir as imagens do que tava rolando com as idéias do som!!! Um parceiro do interior editou pra nois! Eu só gravei aqui em casa mesmo...o clipe do part 2 ta no ar no nosso canal do youtube!!! Ta pra sair o BOM DIA VIETNÃ e A QUEM EU DEVO MEU RESPEITO.

11. Mantendo o péssimo costume de fazer listas (RS), gostaria que vocês mandassem aí o seu top Five, com seus discos preferidos.
Vish mano a banda é eclética pra caralho! Do samba ao hardcore! Do rap ao funk se importando com a qualidade sonora e com as idéias da hora...


12. Deixo este espaço pra que mandem sua mensagem, a vontade!
Aquele salve pros parceiro e os aliados, aqui é o Dpr ta ligado em 2000 e FODA-SE nois ta no corre atrás do ouro e não do bronze... Do ouro pra periferia! Pra classe explorada do nosso país! Agente espera que nosso salve chegue em todas as quebradas e leve uma humilde palavra de fé até teu coração paz é DeLaRua e Do Protesto À Resistência...


Por Evandro Sugahara



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