sexta-feira, 13 de maio de 2016

ENTREVISTA ZED / LEANDRO NAVES

Fizemos um bate papo com a banda ZED de São Paulo através do Baixista Leandro Naves e com a participação do Vocalista e “guitar”  Alex!  Leandro que hoje em dia integra o ZED é um multi-instrumentista, vocalista e participou de inúmeros projetos em sua vida musical, todos eles dedicados ao som pesado! Em terras paranaenses (Paranacity / Colorado) participou da banda GUILHOTINA HC (banda da cidade natal do BLOG) em um momento muito promissor da banda, chegando até abrir para consagrada banda punk GAROTOS PODRES. Hoje em SP Leandro colhe os frutos de sua dedicação com a banda ZED que promete se destacar na cena rock da “Capital” musical do Brasil! Acompanhem!


1 - Leandro! A banda ZED lançou o EP “ O Baile não para”, como tem sido a recepção deste material junto a galera que acompanha  a banda?
Leandro:  O EP está sendo muito bem aceito, as músicas estão um pouco mais leves se comparadas  ao nosso primeiro trabalho que foi uma demo gravada em 2012, mas a galera tem assistido aos vídeos, baixado as músicas pra conhecer o trabalho e assim mesmo compram o material físico, isso tem sido muito bacana.

2 – Como foi o processo de gravação deste material, vi que a banda também é responsável pela produção, a sonoridade alcançou os resultados que vocês esperavam para este EP?
Alex: O processo foi decisivo para definir a identidade sonora da banda, o clima dentro do estúdio foi dos melhores e conseguimos mais do que o esperado, há muitas novidades para 2016 que ainda não divulgamos, fruto deste EP.

3 – Dentre as 5 canções gravadas, qual a música que  em geral que o ZED acredita que possa representar a banda como  a “musica de trabalho”?
Leandro: Bem, na verdade todas as músicas ganharam vídeos onde a banda as toca no estúdio, mas a primeira música de trabalho que ganhará um clipe oficial, é a música “Baile de Máscaras”.

4 – Você passou um período desligado da banda, mas retornou as atividades, como compositor podemos esperar contribuições suas  para o próximo trabalho?
Leandro: Quando eu me desliguei da banda as músicas já estavam prontas, só não participei das composições de letras das músicas, mas do arranjo participei de todas elas. Sobre o próximo trabalho, esperamos lançar mais um EP até o final deste ano com mais 5 ou 6 músicas, eu e o Alex (guitarrista e vocalista) estamos trabalhando nas músicas novas enquanto o Allan (baterista) está tirando um tempo com a família dele aguardando a chegada do primeiro filho dele, após esse período ele fará as linhas de bateria dele e finalizamos a pré-produção pra entrar em estúdio e gravá-las.

5 – O ZED possui uma boa base de seguidores em Sampa, como tem sido a frequência de shows na grande capital?
Leandro: No começo da banda, em 2012, nós fizemos os primeiros shows em alguns lugares do centro de São Paulo participando de shows  com outras bandas underground que já tinham o público deles, bandas de estilos variados dentro do rock, foi muito bacana porque a galera que ia ver as outras bandas ficavam para nos assistir por curiosidade e acabavam gostando dos sons, a gente mesclava um repertório de covers de bandas que gostamos com as nossas, tem dado certo e hoje temos tocado como banda principal, foi algo que exigiu muita paciência de nossa parte porque demorou 3 anos pra acontecer.

6 – Você é um músico multi-função, toca guitarra, baixo, canta... No ZED você assumiu no baixo, quais suas influencias em relação a este instrumento?
Atualmente tenho escutado muito death metal, hardcore ogro e metal progressivo, isso tem me ajudado a adquirir mais conhecimento, mas pra banda nem tudo que me influencia cabe nos arranjos, pois nosso som é mais simples, porém objetivo e já possui uma identidade musical, então não coloco muita coisa nas músicas pra não correr o risco de fugir dessa identidade que adquirimos ao longo desses 4 anos.

7 – Além do ZED você participa de algum outro projeto em Sampa?
Toco baixo e faço guturais num Epica cover,  estou gravando também com a ajuda de alguns amigos algumas músicas que fiz ao longo dos anos, é bem pesado, mas ainda não passa de demos e experimentos, é death metal.

8 – Os recursos visuais do ZED são bem legais! A banda possui um bom “merchan”, além do EP, Camisetas, Site, Canais de Música. Como funciona a divisão de tarefas na banda pra manter tudo funcionando?
Alex: Allan Ribeiro (baterista) é o responsável por tudo, além de ser nosso baterista é o marketeiro da banda, nosso homem de negócios kkk


9 – A banda tem um importante apoio do Canisso (Raimundos) como se deu essa amizade com este importante músico do cenário rock nacional?
Leandro: Cara, conhecemos ele na gravação dos vídeos promocionais do cd “Cantigas de Roda” dos Raimundos, contracenei com ele em um dos vídeos que participei, pra mim que sou um fã da banda desde a minha infância foi incrível, pro Alex e pro Allan também, participamos de vídeos de músicas diferentes. À partir daí trocamos ideias algumas vezes com o Canisso, por redes sociais e nos shows deles quando conseguimos ir, convidamos ele pra atuar no nosso novo clipe e ele aceitou na hora, ouviu nossos sons e curtiu, isso é muito lega, ainda não podemos dizer quando o vídeo vai sair porque ele tem uma agenda lotada e nós também temos nossos compromissos, mas estamos bolando uma estratégia pra que isso aconteça o mais breve possível, vai ser demais!

10 – Sua passagem pelo blog CHM tem um importante significado para nossa história musical, pois após anos de desentendimentos nos resolvemos em relação ao GUILHOTINA HC, (uma banda bem legal que existiu em Colorado) Parece que resolver isso deixou as 2 partes livres para seguir seus caminhos musicais não é mesmo?
Leandro: Claro, participei da banda GUILHOTINA HC por um bom tempo, junto com a banda realizei um sonho na época de abrir o show de uma das bandas que eu mais curtia, o Garotos Podres em 2003, gosto muito das músicas do Guilhotina HC e as ouço até hoje, devido a uma briga particular com dois integrantes da formação mais recente decidi registrar as músicas e impedi-los de tocar, hoje vejo isso como uma atitude prematura de minha parte na época, mas quando realmente me arrependi decidi abrir mão das músicas e entrar em contato com a banda para me redimir, fiquei muito feliz que minhas desculpas foram aceitas e adoraria que essas músicas fossem divulgadas, porque essa banda tem um trabalho a nível de bandas consagradas e a banda merece ser ouvida.

11 – Ainda em Paranacity, sua cidade Natal, você teve alguns grupos locais! Quais as lembranças dessas épocas longínquas onde você estava começando a se envolver com a música, em especial o pop e punk rock?
Leandro: Cara, quando os Mamonas morreram naquele acidente de avião me juntei com os amigos Wagner e Renato Drociúnas, Igor Vidotto e Fabio Lucio e decidimos que teríamos uma banda, ninguém sabia tocar nada ainda, fizemos o Porcentagem Negativa, cada um foi aprender seu instrumento e gravamos uma fita bem divertida que virou um cdzinho, pra nós que éramos crianças ainda, foi um sonho hahahahaha! Após isso comecei tocar com o Alexandre Hygino, a história é longa, mas por lá fizemos o Indecentes (punk rock) com o Fernando Hygino também, depois me convidaram a integrar o Guilhotina HC com Vitor Carnelossi, Alexandre Hygino, Fernando Hygino e Eduardo Jorge por um tempo, desfizemos o Indecentes para nos dedicar a esse trabalho que era bem mais sério e mais trabalhado. Toquei um tempo com um Raimundos cover de Colorado com o Rodolfo Adriano, Hudson Bello, Alexandre Hygino (mais tarde substituído pelo Douglas Gomes), em 2008 fiz o Strange Dreams com meu irmão Leonardo Naves no baixo, eu no vocal, Cleyton Oliveira na batera e o William Vieira na guitarra, depois entrei no Darkest, uma banda de hardcore com o Vinicius Miazato (Baixista da banda NOar de Maringá) e com o Cleyton que havia tocado comigo no Strange Dreams, depois fui vocalista da banda Tio Yu com o Paulo Sol, Jean Tamimori e o Felipe Freitas, que foi uma banda mais pop rock mesmo, mas infelizmente a vida vai distanciando os amigos aos poucos, por causa dos estudos, trabalhos, enfim. Em São Paulo fui guitarrista de um Tristania Cover Oficial também, foi uma experiência legal, também toquei em São Paulo com a banda Shadow Hostile que é uma banda de Trash Metal com som autoral, na ocasião tocamos por uma vaga pra abrir o show do Marky Ramone com um ex-integrante do Mistfis no Chão Selvagem, casa de show badalada da minha atual cidade, Suzano - SP. Eu tenho muita saudade de cada uma dessas bandas e de todos os envolvidos, tudo isso faz parte da minha história na música e me ensinou muita coisa boa, tanto nos erros como nos acertos!!!

12 – Gostaria  que você citasse seus álbuns preferidos!
Leandro: Take Off Your Pants and Jackets do Blink 182, The Enemy Inside do Dream Theater, Século Sinistro do Ratos de Porão, War Eternal do Arch Enemy, Lapadas do Povo do Raimundos, Loco Live do Ramones... são inúmeros, mas esses eu ouço ainda quase todo fim de semana hahahaha!

13 – Quais os próximos planos para sua vida musical?
Leandro: Me preparar com o Zed para um show que faremos pela primeira vez no Rio de Janeiro em setembro abrindo o show da banda de rock nacional mais consagrada no nosso país (ainda não podemos falar mais sobre isso, nem citar nomes, mas logo será divulgado oficialmente), e continuar fazendo os trabalhos que tenho feito com o Zed, temos um clipe novo pra gravar e um EP novinho nascendo.

14 – Agradeço sua passagem por aqui Leandro, deixo o espaço livre para suas considerações finais!

Leandro: Cara, eu agradeço de coração a consideração e o apoio, e espero sinceramente que vocês continuem com esse trabalho maravilhoso que estão fazendo, o underground precisa disso no nosso país, amantes da boa música que literalmente metem a mão na massa pra dizer algo de bom sobre música boa e abrir espaço pro novo, conheci várias bandas fantásticas através deste blog, e pra terminar, adoraria que continuassem surgindo bandas fodas ai em Colorado pra gente poder mostrar no país inteiro que tem muita banda foda que a galera precisa conhecer, abração à todos!!!


Por Vitor Carnelossi

segunda-feira, 9 de maio de 2016

365: ROCK DE COMBATE NA GAROA PAULISTANA

Tendo sua musicalidade classificada como pós-punk e/ou rock de combate, a banda paulista 365 possui em sua politizada discografia seu début ´´365´´, disco homônimo, datado de 1987, descortinando por trás da garoa paulistana uma música energética, com versos fortes e reflexivos.

A faixa São Paulo foi o grande destaque do disco, porém existem várias outras faixas de muita qualidade que transformaram este disco num clássico. Lembro deste som rolando nas festinhas dos sábados à noite. O peso do baixo de Luiz Cecílio merece destaque. Sem dúvida uma faixa muito agradável.
Uma faixa muito cultuada deste trabalho, verdadeiro hino do chamado rock de combate é Canção para Marchar. Os backings desta música atestam a atmosfera punk contestadora. Sonzeira que vale conferir.

Carlos Finho (voz), Ari Baltazar(guitarra), Miro Melo (batera) e o já citado baixista Luiz Cecílio abrem o disco com Way of Life. Bastam os primeiros acordes e batemos de frente com a revolta e a atitude do 365. Grande cartão de visita.
Nunca Mais Seremos os Mesmos é outra sonzeira. Finho consegue fazer uma impostação melódica muito legal, acompanhada por fraseados de guitarras e linhas de baixo que sustentam de forma muito, mas muito legal esta ótima faixa.
Os rulos na caixa de Miro Melo anunciam Futuro, que lembro-me bem era uma das minhas preferidas do então vinil. Grande letra e trampo instrumental de primeira. 
E tem mais. Vale destacar Grândola, que é em sua versão original uma música que servia de senha entre os militantes durante a Revolução dos Cravos, em Portugal. Grande som, que ganha contornos de emoção pelos fatos que a originaram. 

Sim, é rock de combate que rompeu a garoa paulistana e ganhou uma legião de fãs por todo o Brasil.

Ouça alto!!!

Marcão Azevedo.