O tecladista Fábio Laguna há muito frequenta o time de
músicos de primeiríssima linha da música brasileira, tendo seu talento propiciado trabalhos
marcantes ao longo de sua carreira, sendo requisitado e admirado pela elite da
qualidade na produção musical, em estilos diversos. Fávio Laguna nos atendeu de
maneira muito cordial, e fala com o blog ColoradoHeavyMetal sobre capítulos
pontuais que despertaram a notoriedade
para seu nome, e também sobre o Hangar,
banda da qual é tecladista, e que acaba de lançar mais um disco matador. Você
que navega nas páginas do ColoradoHeavyMetal fica a partir de agora com o maior
tecladista do rock brasileiro:
1-Fábio, você foi considerado ´´integrante informal´´ das
bandas Angra e Shaaman, ambas idelizadas pelo André Matos, principalmente nas
apresentações ao vivo e durante longas turnês. Como se consolidou esta parceria
e este nível de confiança em seu trabalho, considerando a excelência dos
resultados obtidos?
FL: Olá Marcos e leitores do ColoradoHeavyMetal. Fazendo uma
pequena correção, fui tecladista apenas do Angra. E na verdade, era mais um
trabalho do que uma parceria. E como qualquer trabalho, você tem que estar apto
a realizá-lo, ser pontual, pró-ativo, etc..., senão a fila anda. Eu acho que
fiquei este tempo todo no Angra porque fazia meu papel e o mercado permitia.
Hoje em dia muitas bandas não conseguem contratar um tecladista pois
realmente não tem condições. Esta é a
realidade do momento.
2-Muitas bandas não sobrevivem à ascensão individual de um
determinado integrante, e por vezes, acabam prematuramente. Temos vários
exemplos disso. Curiosa, e felizmente, o Hangar soube lidar com a exposição do
Aquiles Priester, inclusive consolidando-se como uma das grandes bandas do
heavy metal brasileiro. Como esse
processo trafegou dentro da banda?
FL- Amigo de verdade é aquele que, quando vê outro amigo
dando certo, faz de tudo para apoiá-lo. E dentro do Hangar é assim. Temos
autonomia para trabalharmos com quem quisermos fora da banda e pouco dependemos
financeiramente do Hangar. A receita que a banda gera permite que ela
sobreviva. Ou seja, aqui dentro todos somos integrantes com os mesmos direitos
e obrigações. Assim, admiramos e respeitamos demais todas as conquistas
profissionais de cada integrante. E o Aquiles é uma exceção, um caso à parte.
Um cara que toca pra caralho e é extremamente agressivo e focado nos negócios.
A exposição que ele alcançou, por mérito dele, é muito maior do que a da banda.
Mas como dizia o sábio Martinez, temos aqui a fábula do herói, que foi à guerra
e retornou, e sua glória respinga em todos à sua volta. Mas mais do que isso, o
Aquiles é um dos fundadores do Hangar, tem um carinho muito especial pela banda
e vejo isso pela batalha dele para manter a banda viva. Não é fácil.
3-A formação do Hangar é jovem e extremamente técnica, porém
muito experiente. O Hangar, hoje, atingiu a maturação vislumbrada lá atrás?
FL- kkk...Obrigado pelo jovem! Não acho que atingimos a maturação. Nunca tem
fim. Aliás, o que vai acabando é justamente a nossa lenha rssss...Fazemos um
som extremamente técnico e espero que ainda consigamos tocar essas encrencas
por mais uns dez anos antes de começar a baixar tons ou andamentos rsss..
4-Os clips do Hangar são verdadeiras super-produções, quer
pela qualidade nas imagens e áudio, bem como pela naturalidade da banda atuando
(literalmente – verdadeiros
atores!!), . Em que momento a
banda despertou para este cuidado em produzir uma videografia com a mais absoluta
qualidade?
FL- É fundamental que
as bandas produzam videoclipes. Antes só havia a MTV, agora temos acesso total
e irrestrito a toda produção cultural do mundo através da internet. E esse
formato multimídia de som mais vídeo, o vídeoclip, garante que sua banda seja
conhecida sem que a pessoa saia de casa. Por isso temos tanto cuidado com a
qualidade do material que produzimos. A primeira impressão é a que fica, né?
5-Infallible (2009) é um disco extraordinário, com melodias e
técnica da melhor qualidade. Junção feliz da melodia com o peso na medida
exata, abrilhantada por um vocal inspiradíssimo do grande Humberto Sobrinho .
Compartilhe com nossos(as) leitores(as) como foi a concepção deste trabalho;
FL- O Infallible é um disco mais leve, se você comparar com
os outros trabalhos da banda. Foi um disco feito nos moldes do Stonger Than
Ever. Todo mundo na sala, ´´vomitando´´ idéias, depois sugestões de linhas
melódicas, etc.. O mais legal desse disco é que foi feito em um estúdio que era
numa fazenda, isolada da civilização, padrão Big Brother rsss....então a gente realmente imergiu na
produção, foi muito legal.
6-O Hangar lançou agora em Julho de 2016 um petardo
batizado Stronger Than Ever, um inédito trabalho de estúdio após 07 anos.
Como está o lançamento e tour a nível Europa e América?
FL- Temos recebidos
críticas e resultados muito positivos! O Stronger Than Ever também foi lançado
no Japão, em uma edição especial que
contém nosso disco acústico de bônus.
Ainda é cedo para saber qual o resultado real e se finalmente
conseguiremos visitar esses continentes em condições razoáveis que não seja uma
turnê financiada pela banda somente pelo status de tocar lá fora. Isso não
funciona mais com a gente. Passou a época em que trocávamos cebola.
7-Stronger Than Ever nos apresenta em disco o talentoso
Pedro Campos ,mantendo a tradição de grandes trabalhos vocais ao longo da
discografia do Hangar. Com se deu a entrada do Pedro Campos no Hangar?
FL- É muito bom ter o Pedro na banda. Ele é pelo menos dez anos mais jovem que o
menos velho do Hangar rsss...Além do talento que todos puderam notar, ele tem
aquela gana, aquela curiosidade que nós já perdemos um pouco. E isso é
contagiante. O mesmo acontece com o
Cristiano, que voltou para a banda já não mais tão recentemente. Ele está muito
feliz em estar de volta, e nós também.
8-Os arranjos do Hangar soam intrincados, técnicos,
porém não enfadonhos. O heavy metal em
primeiro lugar, em que pese o poderio de fogo individual de cada integrante na
banda. Como funciona o ´start´´ no processo de criação da banda?
FL- As músicas nascem em um violão, ou piano, ou através de
uma levada. Depois que temos um esqueleto dela, começamos com a
perfumaria...arranjos, solos, partes instrumentais, etc.;
9-Fábio, como tecladista, e ao analisar a estrutura da
escrita musical, como você avalia algumas bandas serem execradas pela inclusão
de linhas de teclados em alguma faixa específica, ou incluí-las em sua
sonoridade?
FL- É muito relativo
cara. Eu prezo pela sinceridade e bom
senso no som. Geralmente arranjos
enfadonhos são aqueles forçados, que não soam naturais. Só que no fim das
contas a música é um universo sem limites.
Se os Sex Pistols resolvessem
usar arranjos de teclados em suas músicas, qual o problema com isso? Pode ficar
legal, ou não. Existem centenas de
músicas que foram regravadas em outro estilo e ficaram boas, com ou sem
teclado. Se a música é boa, não será pelo arranjo de um determinado
instrumento, mas pelo conteúdo que ela carrega, seja lírico ou musical.
10-Fábio Laguna, o blog ColoradoHeavyMetal agradece sua
atenção e cuidados dispensados para com seus fãs e os amantes da boa música em
geral, que acessam o blog ColoradoHeavyMetal, parabenizamo-no pela brilhante
carreira, e deixamos este espaço para suas considerações finais:
FL- Obrigado ao blog
pelo espaço. Aproveito para fazer um apelo a todos que leram até aqui. Quem escreve a história do rock somos nós, em
cada pequena ação que fazemos. Seja mantendo um blog como o ColoradoHeavyMetal,
seja gravando discos, indo a shows, respondendo entrevistas, vestindo uma
camiseta de sua banda favorita, etc.. Peço que meus queridos leitores valorizem
as bandas que seguem, de alguma forma. O
Hangar agradece demais por todo apoio que vem recebendo! Vocês são os
responsáveis por nossa existência. Acompanhem nossas novidades no www.hangar.mus.br Nos vemos por aí! Grande abraço.
Por Marcão Azevedo
COLORADO HEAVY METAL - PEQUENAS AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA!
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Desde 2013 produzindo matérias e entrevistas para grande rede.
Editor responsável - Vitor Carnelossi
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