ENTREVISTA WORST - ELITE DO HARDCORE NACIONAL

Pessoalmente falando, aqui segue uma entrevista que me deu orgulho de fazer, uma das minhas bandas preferidas na atualidade e que vem chegando ao seu segundo álbum e se firmando como um dos grandes nomes do hardcore nacional e internacional, já que não devem nada às bandas gringas, falamos aqui com o vocalista do Worst, Thiago Sierra, o Monstrinho, e só vou dizer uma coisa, confiram!!!

É hardcore ogro sem dó de porra nenhuma!!!

Podemos dizer que o Worst é um dream team do hardcore nacional, com músicos experientes, com passagens em bandas conhecidas do underground, como se deu a formação deste line up de peso?

A historia do Worst foi o seguinte, eu (Monstrinho) e o Fernando Schaefer somos amigos ha mais de 10 anos,  e como os dois sao bateristas, era impossível agente ter uma banda junto.

Um dia resolvemos que teriamos que montar uma banda, e eu sempre tive vontade de ser frontman, mas nunca acreditei nisso, pois sempre tive alma de baterista, estudei batera a vida inteira, mas arriscamos e comecou a rolar.

No começo era o Carlinhos guitarra do Presto?, mas ele resolveu sair da banda, entao achamos o Douglas,por indicação de um amigo nosso (Rogério do Paura) de cara já nos identificamos e gostamos muito dele.

Depois o Brigas entrou pra completar o time, pois ja havia tocado com o Fernando em outro projeto.

Em “Te desejo todo o mal do mundo”, o Worst apresentou composições de impacto e letras fortes, um instrumental cheio de punch e muito coeso, um som de personalidade, com uma forma ímpar de fazer hardcore, esse direcionamento se deu desde o inicio ou a intenção sempre foi fazer esse “hardcore ogro”?

A gente já sabia, e queria fazer algo novo, pelo menos no Brasil, e isso rolou naturalmente, as composições sempre brutais sao resultado do gosto da banda, mas confesso que no comeco eu escrevia as letras, e nao sabia como seria a reação do público, pois ainda nao tinhamos fãs e nem tinhamos feito nenhum show, mas acabou dando muito certo e nao tem outro jeito, é e sempre será ‘’hardcore ogro’.

Depois de uma turnê de divulgação bem sucedida, três videoclipes bastante acessados e compartilhados, uma ótima recepção por parte de público e crítica, qual o balanço a banda faz do que foi conquistado com o primeiro registro?

Estamos extremamente felizes com essa semente que foi plantada, pois em 2 anos de banda, e ainda na turnê do primeiro disco, tocamos em vários estados do Brasil e os shows surpreenderam demais, coisa que a gente não esperava que fosse tão rápido, e a repercussão lá fora também esta sendo incrível, você acessa nossos canais na internet por exemplo, são centenas de comentários , elogios e ‘respects’ de todas as partes do mundo, Sérvia, Japão, República Tcheca, Italia, Estados Unidos, Austrália, Colombia.....

Existem planos de uma tour internacional, convites para isso ou algo assim? O Worst tem /terá seus discos distribuídos fora do Brasil?

Com certeza! 2015 vai acontecer a nossa primeira tour na Europa, alis estamos fazendo um trabalho junto com a maior banda de beatdown europeia, o Nasty, eles vem em novembro pro Brasil numa tour com o Worst, War Mosh Tour Brasil 2014, e ano que vem nos iremos pra la com eles! Estamos prezando por fazer uma tour la direito,bem sucedida, na qual se voltamos nos proximos anos, tenhamos realmente cativado fãs verdadeiros, que somam e multiplicam, nao essas tours com shows pra 15 pessoas, 20 pessoas, só pra sair falando por aí que tocamos na Europa, mas estamos fechando pelo menos 5 festivais grandes lá, e mais uns 25 shows.

E sim! Nosso disco novo Cada Vez Pior será lançado agora dia 29 de abril nos Estados Unidos pela To The Point Records, e essa é uma conquista muito grande pro hardcore brasileiro!

Qual a sensação de ver dois clipes do Worst figurando no top 20 da Hardcore Worldwide, sendo que um deles, em quarto lugar, no caso, a música “Enterrado”, a frente de tantos outros nomes conhecidos da cena mundo afora?

Muito bom cara, sensacional, pois acreditamos no que fazemos, no que falamos, então esse reconhecimento é um combustível pra gente querer sempre mais, trabalhar mais!

“Cada Vez Pior” já está disponível e a banda excursionando pra divulgá-lo , quais diferenças que você apontaria entre os dois trabalhos do Worst?

O primeiro disco, é um pouco mais cru, mais rápido e direto, ele mostra um pouco a sede e gana que a gente tava de lançar a banda.

O Cada Vez Pior foi mais trabalhado, a banda já estava entrosada, já tínhamos uma bagagem de várias gigs, a gente tava mais obcecado por esse lance do beatdown, das levadas pra trás, mais lento e pesado, e principalmente os vocais, muito mais trabalhados.

Na gravacão do primeiro disco, eu nunca tinha feito um show como vocalista, sempre estive a vida inteira atrás da batera, então no segundo, a maturidade e evolucão vieram naturalmente, tanto nas composicões, nas linhas de vocal, e nos timbres.

Como está a procura pelo novo material da banda? Tem alcançado as expectativas de vocês?

Bombando cara, graças a Deus estamos cada vez melhores e vendendo cada vez mais!

Os clipes de “Sem dó” e de “Acreditar” ficaram muito bons, que conceito vocês utilizam pra escolher qual som iriá virar clipe, já que todo o disco é bem forte e coeso?

A “Sem dó” foi o penúltimo som que fizemos do disco, mas quando ela ficou pronta, a gente se olhou e falou que música desgraçada, é direta e reta, serve pra muitas situações e a galera vai se identificar, claro que a gente jamais faria um som um pouco mais light pra ser música de trabalho, pelo contrário, as músicas dos clipes são as mais desgraçadas.

Por outro lado, “Acreditar” é um som que te põe pra cima, a letra é positiva, então resolvemos trabalhar com ela e deu muito certo.

A sonoridade do Worst é um convite explicito pra um circle pit brutal, como tem sido a recepção do publico aos novos sons ao vivo?

Realmente é sim, e é exatamente isso que rola! Os pits são brutais, mas com uma clima de amizade entre os caras, a galera canta todas as músicas, isso é muito foda, e muitas vezes os caras levam os filhos, filhas, crianças, no nosso último show em SP uma filha de um amigo nosso de 6 anos viu o show do palco e cantou comigo o refrão da Vícios, foi inesquecível isso!!!!

A escolha por cantar em português já se deu desde o início da banda? Vocês acham que de alguma forma isso dificulta o desempenho de uma banda fora do país ou pode se tornar um diferencial?

Foi sim! Eu falo inglês bem, mas como vou querer conquistar o mundo se nem conquistei o meu proprio país? Tem que ter pé no chão, por exemplo, fazer o que o Sepultura fez 30 anos atrás, nos dias de hoje é impossivel, então tá sendo ótimo conquistar milhares de fãs no Brasil,  e depois sair pra fora. E digo mais, os gringos piram nas letras em português, eles primeiro piram na sonoridade, depois quando leem a traducao (no youtube nossos sons tem traducões pra varios idiomas), ai os caras ficam loucos!

Em “Cada vez pior” as letras foram todas escritas por você novamente? Como a banda trabalha nesse sentido de composição?

Sim. Eu escrevi todas tambem.

A gente compõe os sons no estúdio, o Fernando chega com uma levada de batera, ou um riff na cabeca, ou eu chego com uma levada ou riff, o Douglas chega com uns riffs, e vamos compondo. A gente usa um gravador e eu ouço o som por e-mail, e escrevo as letras.

Sempre na hora de dormir, isso é bem estranho, mas nunca escrevi uma letra de dia, sempre vêm as ideias quando estou quase pegando no sono, a noite......

O primeiro trabalho do Worst foi disponibilizado para download, dentro desse panorama atual do mercado fonográfico, quais as vantagens e desvantagens de se ter um trabalho no formato físico sendo lançado? O apoio de uma gravadora é essencial?

Eu particularmente acho que uma banda profissional, onde os musicos vivem disso,

Tem que ter o material fisico tanto pra vender quanto pra voce apreciar o trabalho, o encarte, imagina se eu não tivesse meus discos do Pantera ou Slayer, até hoje, sempre pego, olho as fotos, as letras, tem uma história quando você tem o material fisico na mão.

Gravadora? Acho que ajuda muito sim, a gente tem a Against Records que sempre correu junto com a gente desde o começo, os caras acreditam no nosso trabalho e isso é essencial.

Sempre rola algumas polêmicas em torno da banda, o que você diria pra esses indivíduos equivocados pra deixar claro o que é o Worst?

Acorda pra vida, sai da internet, vai pra rua, vai transar, vai viver e conhecer os roles, os shows, porque a maioria desses individuos tiram conclusões ridículas, de coisas e movimentos que nem existem no nosso país!

Mantendo o nosso tradicional plágio a Roadie Crew, gostaria que você mandasse pra nós aí o seu top 5 de álbuns preferidos.

1 Pantera  - The Great Southern Trendkill

2 Slayer – Seasons in the abyss

3 Sepultura – Arise

4 Hatebreed – Rise of Brutality

5 Meshuggah – Destroy Erase Improve

Gostaria de agradecer a banda, por disponibilizar seu tempo pra nosso humilde veículo e de reservar este espaço pra suas considerações finais, e pedir que mandasse um salve pra galera do Colorado Heavy Metal, que curte muito o seu trabalho!!! Valeu, abraço!!!

Nós que agradecemos  pelo respeito e o espaco, é uma honra poder fazer parte disso junto com vocês!

Quero agradecer a nossas familias, a galera do Colorado Heavy Metal, valeu a consideracão, nossos fãs, voces são demais, nossos amigos que estao lado a lado com agente, agradecer todas as bandas de metal e hardcore que ja tocaram e tocam e que correm junto com a gente, agradecer a Deus por estar encaminhando esse trabalho nosso no qual a gente dá o sangue e suor, nossos patrocinadores Against, Paiste Cymbals, Liverpool, Weird, Evoke, Arlindo Carraro. Luthier, e agradecer aos pregos que falam mal da gente, quanta mais falam, mais agente cresce!

Por Evandro Sugahara

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