O original de um capítulo importante do rock nacional foi escrito pelo nosso
convidado de hoje. Num momento em que musicalmente o Brasil respirava a atmosfera da
Bossa Nova e assistia ao crescimento da Tropicália, um músico talentosíssimo
por nome Sergio Hinds bancava a proposta de uma música progressiva, e
acompanhado de nomes como Flávio Venturini, Vinicíus Cantuária, entre
outros, os quais o Brasil também
assistiria suas futuras consagrações em carreiras solos, construía a partir daí
uma carreira reverenciada e vitoriosa, consagrando nomes como O Terço, por
exemplo, na medida que é o único remanescente da formação histórica desta banda.
Sergio Hinds atendeu ao
ColoradoHeavyMetal de forma muito atenciosa, e conversou conosco sobre seus
projetos atuais, o momento musical brasileiro, e obviamente, sobre o Terço,
banda cult que possui uma verdadeira legião de fãs mundo afora. Você que navega em nossas páginas é
nosso(a) convidado(a) especial para esta pauta com um dos grandes músicos brasileiros. Vamos à ela:
-Sergio, sábado à tarde é hora de parar tudo e curtir uma
avalanche de sonzeira que você despeja nas ondas da Kiss FM-SP. Considerando
que via internet os sinais das emissoras chegam ao infinito, quão satisfatório
é disseminar um estilo de vida, e com a preocupação de que a atual geração
conheça também tesouros ´´antigos´ do rock ?
SH- Me preocupo com a qualidade das bandas e músicas que
toco e também de garimpar bandas novas de qualidade. Estou bem feliz em poder
fazer esse trabalho.
-Sua imagem é diretamente associada ao rock progressivo, uma
vertente que via de regra produz canções intrincadas, refinadas e flertam sem disfarces com a virtuose. Como você se
apercebeu desta musicalidade na sua construção como músico, e quais suas
referências?
SH- Meus pais escutavam muita música erudita quando eu era
pequeno, minha mãe era cantora erudita e minha irmã estudou cinco anos de piano
clássico. Acabei sendo um autodidata e na adolescência já nas primeiras bandas
passei a curtir as bandas Yes, Pink Floyd, Genesis e outras que estavam
começando como nós.
-Na discografia do Terço, o disco Criaturas da Noite é um
passeio pela suavidade psicodélica e poética, com arranjos maravilhosos.
Compartilhe com nossos leitores como foi a concepção deste disco, que arrebatou
público e crítica?
SH- Foi no começo da formação. Eu, Magrão, Venturini e
Moreno, estávamos todos muito estimulados e inspirados. Nessa época tínhamos
muito tempo para ensaiar e criar esses arranjos. Foi preciso muita dedicação.
-Casa Encantada, por todo o processo e atmosfera de sua
gravação, nos propõe pitadas de elementos mais regionais, mantendo a proposta
genuinamente progressiva e culminando em
mais um disco histórico. Na sua opinião, qual a razão do fascínio que o público
internacional tem pelos elementos musicais brasileiros?
SH- Os brasileiros tem o swing no sangue, a música
brasileira é muito rica e a bossa nova veio para rebuscarmos as harmonias. O
resultado é que esses elementos nos ajudam a ser diferentes, criativos e com
uma musicalidade que impressiona o mundo.
- A nível mundo, você classifica o ritmo brasileiro (
considerado exótico) na mesma escala do jazz e do blues(berço americano)
enquanto formador de público e crítica?
SH- Com certeza, a nossa música tem grande importância e
influencia várias tendências musicais.
-Em 2007 O Terço gravou um DVD no Canecão-RJ que nos
apresenta, além de um repertório e execuções magistrais, uma banda bem à
vontade, em grande forma. Quais lembranças você tem deste trabalho?
SH- Um show ao vivo, bem ensaiado, contendo as músicas que
tiveram grande importância na nossa carreira.
-O Terço já gravou uma versão matadora para Hey Joe, de
Hendrix, e um disco somente com canções do Raul, porém sempre se reservando ao
direito de não soar cópia. Roupagem própria, para você, é inegociável?
SH- Acho sempre importante colocarmos nossa marca em todos
os trabalhos, isso serve de conselho para os iniciantes. Copiar é muito fácil.
-A discografia da banda O Terço, assinada por você em sua
maioria, é classificada como valiosa dentro de um universo muito abrangente e
diverso, que é a música brasileira. Um brilho extra dentre tantas pérolas.
Olhando o caminho percorrido, qual o sentimento?
SH- Me sinto com o dever quase cumprido...rsss.
-Quais os atuais projetos como músico e produtor?
SH- Estamos preparando um disco de inéditas. Gravaremos em
Janeiro de 2017.
-Como o Sergio Hinds gostaria de ser lembrado?
SH- Sempre vivo.....
(rsss........).
-Sergio Hinds, o blog ColoradoHeavyMetal agradece sua
atenção para com o nossos(as) leitores(as), na medida em que você parou um
tempinho de suas atividades para conversar conosco sobre um capítulo, conforme
dito na introdução, tão bonito e determinante da música brasileira. Deixamos
este espaço para suas considerações finais:
SH- Obrigado galera, desculpe se não me estendi
mais, mas prefiro falar que escrever (rss...). Sucesso! Abs.
Por Marcão Azevedo
COLORADO HEAVY METAL - DESDE 2013 FAZENDO A DIFERENÇA!
Parabéns mais uma vez, é preciso conhecer para entrevistar quem conhece ....parabéns....
ResponderExcluirGrande entrevista!
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