quarta-feira, 14 de setembro de 2016

SERGIO HINDS - O BRILHO DO ROCK PROGRESSIVO BRASILEIRO

O original de um capítulo importante do  rock nacional foi escrito pelo nosso convidado de hoje. Num momento em que  musicalmente o Brasil respirava a atmosfera da Bossa Nova e assistia ao crescimento da Tropicália, um músico talentosíssimo por nome Sergio Hinds bancava a proposta de uma música progressiva, e acompanhado de nomes como Flávio Venturini, Vinicíus Cantuária, entre outros,  os quais o Brasil também assistiria suas futuras consagrações em carreiras solos, construía a partir daí uma carreira reverenciada e vitoriosa, consagrando nomes como O Terço, por exemplo, na medida que é o único remanescente da formação histórica desta banda. Sergio Hinds  atendeu ao ColoradoHeavyMetal de forma muito atenciosa, e conversou conosco sobre seus projetos atuais, o momento musical brasileiro, e obviamente, sobre o Terço, banda cult que possui uma verdadeira legião de fãs mundo  afora. Você que navega em nossas páginas é nosso(a) convidado(a) especial para esta pauta com um dos grandes  músicos brasileiros. Vamos à ela:


-Sergio, sábado à tarde é hora de parar tudo e curtir uma avalanche de sonzeira que você despeja nas ondas da Kiss FM-SP. Considerando que via internet os sinais das emissoras chegam ao infinito, quão satisfatório é disseminar um estilo de vida, e com a preocupação de que a atual geração conheça também tesouros ´´antigos´ do      rock ?  
SH- Me preocupo com a qualidade das bandas e músicas que toco e também de garimpar bandas novas de qualidade. Estou bem feliz em poder fazer esse trabalho.
-Sua imagem é diretamente associada ao rock progressivo, uma vertente que via de regra produz canções intrincadas, refinadas  e flertam  sem disfarces com a virtuose. Como você se apercebeu desta musicalidade na sua construção como músico, e quais suas referências?
SH- Meus pais escutavam muita música erudita quando eu era pequeno, minha mãe era cantora erudita e minha irmã estudou cinco anos de piano clássico. Acabei sendo um autodidata e na adolescência já nas primeiras bandas passei a curtir as bandas Yes, Pink Floyd, Genesis e outras que estavam começando como nós.

-Na discografia do Terço, o disco Criaturas da Noite é um passeio pela suavidade psicodélica e poética, com arranjos maravilhosos. Compartilhe com nossos leitores como foi a concepção deste disco, que arrebatou público e crítica?
SH- Foi no começo da formação. Eu, Magrão, Venturini e Moreno, estávamos todos muito estimulados e inspirados. Nessa época tínhamos muito tempo para ensaiar e criar esses arranjos. Foi preciso muita dedicação.

-Casa Encantada, por todo o processo e atmosfera de sua gravação, nos propõe pitadas de elementos mais regionais, mantendo a proposta genuinamente progressiva  e culminando em mais um disco histórico. Na sua opinião, qual a razão do fascínio que o público internacional tem pelos elementos musicais brasileiros?
SH- Os brasileiros tem o swing no sangue, a música brasileira é muito rica e a bossa nova veio para rebuscarmos as harmonias. O resultado é que esses elementos nos ajudam a ser diferentes, criativos e com uma musicalidade que impressiona o mundo.

- A nível mundo, você classifica o ritmo brasileiro ( considerado exótico) na mesma escala do jazz e do blues(berço americano) enquanto formador de público e crítica?
SH- Com certeza, a nossa música tem grande importância e influencia várias tendências musicais.

-Em 2007 O Terço gravou um DVD no Canecão-RJ que nos apresenta, além de um repertório e execuções magistrais, uma banda bem à vontade, em grande forma. Quais lembranças você tem deste trabalho?
SH- Um show ao vivo, bem ensaiado, contendo as músicas que tiveram grande importância na nossa carreira.

-O Terço já gravou uma versão matadora para Hey Joe, de Hendrix, e um disco somente com canções do Raul, porém sempre se reservando ao direito de não soar cópia. Roupagem própria, para você, é inegociável?
SH- Acho sempre importante colocarmos nossa marca em todos os trabalhos, isso serve de conselho para os iniciantes. Copiar é muito fácil.

-A discografia da banda O Terço, assinada por você em sua maioria, é classificada como valiosa dentro de um universo muito abrangente e diverso, que é a música brasileira. Um brilho extra dentre tantas pérolas. Olhando o caminho percorrido, qual o sentimento?
SH- Me sinto com o dever quase cumprido...rsss.

-Quais os atuais projetos como músico e produtor?
SH- Estamos preparando um disco de inéditas. Gravaremos em Janeiro de 2017.

-Como o Sergio Hinds gostaria de ser lembrado?
SH- Sempre  vivo..... (rsss........).

-Sergio Hinds, o blog ColoradoHeavyMetal agradece sua atenção para com o nossos(as) leitores(as), na medida em que você parou um tempinho de suas atividades para conversar conosco sobre um capítulo, conforme dito na introdução, tão bonito e determinante da música brasileira. Deixamos este espaço para suas considerações finais:
SH- Obrigado galera, desculpe se não me estendi mais, mas prefiro falar que escrever (rss...). Sucesso! Abs.



Por Marcão Azevedo

COLORADO HEAVY METAL - DESDE 2013 FAZENDO A DIFERENÇA!

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