quarta-feira, 3 de agosto de 2016

ENTREVISTA LEO BLONSKI

Leonardo Blonski, ou simplesmente “Leo Blonski” é um músico talentoso de Colorado que participou de alguns momentos inesquecíveis para nossa cena local de outrora! O Multi-instrumentista marcou presença na primeira formação do Space Travelling, Via Trilha, Black Sabbath Cover, Invaders , sempre “roubando a cena” com seu talento. Dono de um poderoso vocal e um senso musical forte, após se desligar do trio “Banda Trilha” (famosa banda comercial de nossa cidade) intensificou seu lado profissional e atua ativamente na cena musical de Maringá. Ao lado do grande amigo Eduardo Jorge foi responsável por aquela tradição nos covers de bandas clássicas dos anos 70 em Colorado, angariando muitos novos fãs para o velho em bom rock n´roll. Confira abaixo o que anda fazendo esse grande “frontman” e quais suas visões sobre a música!




1 - Como surgiu o seu envolvimento com a música?

 Bem, o meu saudoso avô (David Da Silva) me despertou a vontade. Foram muitos os fins de tarde após a escola em que eu ficava sentado vendo o velho tocar violão, eu ficava maravilhado com aquilo. Minha prima (Ângela Peliceu) dava aulas de música na época (1993-1994) e me passou os primeiros acordes e alguns fundamentos. À partir daí não parei mais, enfim, sou muito grato pelas influências que tive e desde muito cedo a música mora comigo.


2 - Qual a primeira banda que lhe chamou a atenção para o rock?

Minha mãe gostava muito de pop/rock nos anos 90, tinha uma radiola Gradiente que era foda!
Lembro-me como se fosse ontem, várias performances usando escova de cabelo como microfone... (risos).
Entre alguns dos vinis dentro da estante, se destacavam em meu gosto:

GREASE - (Jhon Travolta e outra mina que não lembro o nome)

A-HA – ( As faixas Take On Me e Crying In The Rain eram do caralho).
E o magnífico Use Your Ilusion II do Guns que escuto até hoje esporadicamente.

Mas o som que me abriu os olhos pro mundo foi uma fita K7 que eu e meu pai compramos numa feira de rua na cidade de Rolândia-PR, tinha uma morte na capa tipo caveira e eu achava radical kkk... Forbidden do Black Sabbath. Foi sem dúvida a melhor coisa que eu já tinha ouvido na minha vida, após 20 anos ainda é uma das melhores.

3 - Você já vivenciou os dois lados da moeda com a música underground e comercial. Na sua opinião porque é tão difícil manter a harmonia entre os músicos que fazem o rock e suas variações sobre o mesmo teto? 

Bom, eu acredito que a divergência de opinião é o principal fator. No comercial os músicos são mais receptíveis e levam tudo de acordo com o mercado. A galera do rock já é um pouco mais determinada, gosta de se impor um pouco mais, é mais extrema. 
Mas o legal é aprender a levar de boa, fazer amigos e a música em todas as suas vertentes.
Acredito que já superei esta fase de “tenho o melhor gosto musical do mundo”, deixo a mesma para a próxima geração.


4 – Qual o perfil de um bom músico para você?
Na minha modesta opinião, o bom músico tem que ter identidade (musical), gostar de tudo o que é bem feito independente de gênero, saber diferenciar amizade de trabalho, manter-se sempre atualizado nos segmentos em que atua. Coisas que o tempo vem me ensinando com as porradas da vida.

5 – Como organizar as metas e se programar para ser um músico profissional, mesmo no seguimento “underground”?

Bem, se o cara tem vontade e é bom no que faz ele já andou metade do caminho, um musico profissional tem que caminhar conforme vão lhe dando as pernas, portanto tem que saber escutar, encarar como trabalho até mesmo aquele momento que reserva pra escutar a música que vai ser executada. A meta principal é sempre viver de música, portanto organize-se.



6 – Desde que lhe conheço sei que possui muito material composto, qual o motivo para eles não terem sido produzidos ainda?

Tenho alguns materiais produzidos, Algumas músicas Pop/rock, algo no Sertanejo e algumas regravações também. Como vivo de música acabo tendo pouco tempo pra um trabalho autoral profissional, venho escrevendo e produzindo à alguns meses e em breve irei realizar mais este sonho, produzir algo 100% meu. Em breve terei novidades pra galera que me acompanha.


7 – Podemos encontrar algo seu no CD “ Sem Razão” da Banda Trilha (Colorado). Como você analisa este registro nos dias de hoje?

Foi uma experiência incrível que tive com dois músicos de alto nível (Sued Sérvulo e Neimar Assoni), 10 das 12 faixas do disco são composições minhas, mas muito bem arranjadas pelo Sued. É um registro muito valioso e sou grato por todo o aprendizado que tive com essa galera.


8 – Ainda em Colorado você participou do Invaders, banda que até hoje é lembrada. Existe muita musicalidade empenhada neste estilo (Classic Rock). Você acredita que a sua formação de base (rock) lhe dá mais facilidade em analisar a música como um todo?

Acredito que o Rock faz a mente!
Sim, comigo foi exatamente o que aconteceu. Atualmente até mesmo na música comercial é evidente a influência do rock, às vezes até com resultados catastróficos.
Quando algo abre sua mente, sua visão fica mais ampla pra tudo. O rock tem esse poder.


9 – Trabalhando profissionalmente com a música, você consegue separar mentalmente o que faz parte do seu estilo “intimo” e o que você apenas tem que executar? 

Perfeitamente. Claro que entre o repertório tem aquelas que amamos e as que detestamos, mas ali não se trata do que você gosta, e sim do gosto de quem está lhe pagando e de seus convidados. É uma prestação de serviços como todas as outras.


10- Como organizar-se antes de um show em relação ao “extenso” repertório que uma “banda baile” possui. Como fazer pra não dar aquele “branco”?

Eu sempre tive a sorte e o prazer de trabalhar com músicos muito bons, então facilita bastante. Faço apenas aquecimento vocal com exercícios antes do evento pra suportar as 4/5 horas de repertório, mas quando é baile sempre dividimos o repertório entre 2 ou 3 cantores.
 Depois de muito tempo fazendo a gente vai pegando o jeito e fixando as músicas na memória, Se der “branco” lascou! kkk


11 – Sei que você é muito fã de Back Sabbath, gostaria que citasse um álbum de cada vocalista da banda! To ligado que você curte até o material do Tony Martin nos vocais! 

Realmente sou fãzaço! 
Dos principais:
Com Ozzy: Master Of Reality
Com Ronnie James Dio: Heaven And Hell
Com Tony Martin: Forbidden
Gosto também do Born Again (Único Com Ian Gillan) e do Seventh Star que tem até o fantástico Glenn Hughes (ex-Purple). Sabbath é foda!


12 – Quais o vocalista(s) que mais lhe influenciou até hoje?

Do maior para o menor:
Dio, Bruce Dickinson, Ian Gillan, Robert Plant, Toni Martin, Geddy Lee, Glenn Hughes, Axl Rose, Ozzy, Rob Halford, André Matos,  Zezé, Ralf e Chitão (Risos).
São vários, mas os 5 primeiros me ensinaram o pouco que sei.


13 – Quais seus álbuns favoritos?

São muitos!
Vou fazer um top 10 dos que estou escutando este mês:
1-Mob Rules – Black Sabbath
2-Ballbreaker – Ac/dc
3-Pendulum-Credence
4-The Wake for Magellan - Savatage 
5-Machine Head –Deep Purple
6-Cowboys From Hell – Pantera
7-A Dramatic Turn Of Events – Dream Theater
8-Tudo Foi Feito Pelo Sol – Mutantes
9-Physical Graffiti – Led Zeppelin
10-Black Rock – Joe Bonamassa


14 – Diga um disco esquisito que você curte e indicaria para uma audição dos leitores de forma descompromissada!

Se quiserem se deliciar com o rock psicodélico mais rico em técnica de suas vidas, escutem o álbum “Tudo Foi Feito Pelo Sol” dos Mutantes. Orgulha a música Brasileira.


15 – Uma música que faz você parar no tempo....

Since i’ve been loving you – Led Zeppelin


16 – Quem é Leonardo Blonski?

Um cara cheio de sonhos e defeitos, amante da boa música, da boa comida, da boa bebida, dos amigos verdadeiros.
Atualmente estou morando em Maringá-PR e trabalho como vocalista na “Banda Syntonia”, tenho alguns projetos no underground com nosso power trio “Sponge Soul” e um “Dio trubute” que vem logo mais, e minha carreira solo de musico independente “Leo Blonski”.
Vida longa ao rock’n roll!


17 – Deixo o espaço aberto para suas considerações finais, foi um grande prazer reencontrar por aqui!

Eu que agradeço o convite e a oportunidade, valeu a todos os colaboradores deste blog recheado de cultura. Queria agradecer aos parceiros de Colorado que fizeram parte desta minha trajetória musical: Eduardo Jorge, Humberto Piru, Você Vitor Carnelossi que também passou pelo Invaders e é um cara massa e um ótimo músico, Alexandre Higino, Rafael “Senhor”, Sued Servulo, Neimar Assoni, Raffael Vinícius, João Carlos, Eliseu Inocêncio, e toda a galera que conhece e acompanha meus projetos musicais. Muito obrigado a todos!

Colorado Heavy Metal!

Por Vitor Carnelossi

3 comentários:

  1. Um prazer imenso pra mim ser citado por meus amigos de música, pessoas competentes que carregam a bandeira do "underground" Assim como nosso amigo Vitor Carnelossi.
    Muitíssimo obrigado pelo espaço cedido, deixo aqui meu apreço a você e aos demais organizadores do blog.
    Valeu mesmo galera. Grande abraço! \m/

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  2. Grande pessoa e grande. Musico. Socesso leo abraço.

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