Hoje o blog CHM entrevista o Guitarrista/Vocalista Rodrigo Mattos do Fright
Night que nos conta vários detalhes sobre o retorno da banda e os próximos passos
a serem dados. A banda de Presidente Prudente (interior de São Paulo) lançou um
material aclamado pelos “Bangers” mais antenados no underground Brasileiro, se
trata da demo “Power Of Metal”, que
antecipou aquele sentimento “Old School” decorrente nos últimos anos. Para o
leitor que se identifica com “ True Heavy Metal”, não deixe de correr atrás de
informações sobre o Fright Night, Heavy Metal forte, honesto e impactante!
1 – Rodrigo Mattos, o Fright Night foi formado em 1998, pode-se dizer que hoje em dia a banda já pode ser considerada “das antigas” em Presidente Prudente não é?
Rodrigo Mattos: É, muitos anos se passaram desde que iniciamos esse projeto.
Quando começamos as coisas eram bem diferentes, pegamos o tempo da demo tape,
formato que era lançado o material pelas bandas, pegava contatos em revistas,
trocava cartas, coisas que não fazem mais parte dos dias de hoje, a internet
não tinha essa força que tem hoje ajudando na divulgação, a tecnologia avançou
muito e está ajudando nas gravações deixando o trabalho com mais qualidade,
mais barato e sem precisar viajar longas distâncias como era antes, o
comportamento humano mudou muito com tudo isso, e apesar de 8 anos parados
podemos considerar a FRIGHT NIGHT "das antigas" sim.
2 – Em 2004 você
lançaram a demo “Power Of Metal”, me
parece que este trabalho foi muito bem
recebido, não é mesmo?
Foi bem positivo a resposta dessa demo na mídia
especializada e por Bangers, participamos de várias coletâneas através dela,
além de vários shows e muitos contatos, abriu portas na época, com certeza foi
o melhor momento da banda até aqui, musicalmente ela foi importante,
amadurecemos muito e aprendendo com erros anteriores, saudade desse tempo mas
agora concentrar em novos desafios, para viver momentos como aqueles ou
melhores.
3 – Andei escutando este material, e é muito interessante, pois na época que vocês estavam compondo este
registro o Power Metal Melódico estava
em alta, mais contrariando a tendência o resultado que vocês apresentaram foi muito
equilibrado e forte, lembrando Grave
Digger e Running Wild, bandas pouco referenciadas neste período.
Quando a FRIGHT NIGHT começou a proposta era fazer um Heavy
Metal entre o Tradicional e o Melódico, no começo tocava covers de Running Wild, Iron Maiden, Black
Sabbath, Helloween, Stratovarius mais havia muitas trocas no line up que
atrapalhava a sequência, a luta era para banda não acabar, e não para ter
entrosamento e muito menos uma proposta, não dava tempo de construir nada,
agora a formação que gravou o Power of Metal ficou sólida por mais tempo, com
isso amadureceu e ganhou uma identidade, a melodia continuava forte, o som
ficou mais acelerado e pesado, mais simples e menos virtuoso, a banda queria
mais bater cabeça do que tocar, acho que foi isso que levou a esse equilíbrio.
4 – O cover de
“soldiers of Hell” foi uma escolha bem acertada, qual a importância e
estratégia em inseri-la nesta demo?
A banda queria uma música que mostrasse nossas
influências, e o Running Wild sempre foi desde do início uma forte influência
para nós, a Soldiers of Hell é uma música que se encaixa perfeitamente em nossa
proposta que é de tocar Heavy Metal puro, simples, sem frescuras além de fazer
parte do nosso set há muito tempo.
5 – Apesar da boa recepção a banda encerrou as atividades e
retornou há pouco tempo, qual os motivos deste hiato?
Hoje analisando com calma, acredito que fomos vencidos
pelo cansaço, aquela história de dar um passo para frente e dois para trás,
muitas mudanças de integrantes, uma sequência de shows péssima em relação a
organização e estrutura onde passamos mais raiva do que nos divertimos e a
finalidade sempre foi se divertir e ter alegria em primeiro lugar, alguns
problemas externos, muita conversa fiada, era só problema e decepção, que com o
passar do tempo só aumentava, chega uma hora que não dá mais, colocamos a
situação na balança, vimos os pontos positivos e negativos e resolvemos por um
ponto final, hoje vejo que fizemos o correto para aquele momento. A volta do
batera Luís Brandão que iniciou a conversa, até que depois de alguns meses
juntamos pra tomar umas em um bar para acertar detalhes, e correr atrás de uma
baixista, após algumas tentativas, finalmente encontramos o Luis Rodela e
estamos de volta fazendo o barulho que estava faltando em nossas vidas.
6 – Neste período você esteve envolvido com o GUILHOTINA
(P.Prudente), o que pode nos falar a respeito desta empreitada?
Posso falar que curti pra caralho esses três anos de
GUILHOTINA a banda começou logo após o fim do FRIGHT NIGHT com uma proposta
definida de cantar Thrash Metal em português e abortando temas relacionados a
guilhotina, por isso a escolha do nome, e tocar com aquele capuz, queria algo
além de simplesmente executar as músicas, um tema para ser explorado de uma
forma mais teatral e com história, Gravamos um CD com oito faixas, fizemos
muitos shows, participamos de algumas coletâneas e a banda acabou no ínicio de
2010.
7 – Após o retorno do Fright Night, como tem sido a
adaptação nessa nova fase?
Muita coisa mudou em nossas vidas temos filhos, famílias,
antes não tinha essa enorme responsabilidade. Uma mudança significativa que
exige mais de nós é o fato de agora ser um trio, porque temos mais trabalho
para preencher os espaços deixados pela outra guitarra. A melhor parte é mais
simples e não precisa de adaptação, voltamos pela amizade para fazer o som que
gostamos, não estamos aqui apenas para tocar, antes disso somos amigos com isso
a adaptação e respeito fica mais fácil. A outra parte da adaptação é na cena
underground, porque querendo ou não as coisas mudam, encerra um ciclo e começa
outro, mas está sendo muito bom com novas amizades, novos caminhos, mais o
velho e bom HEAVY METAL!!!
8 – A banda já tem composições novas ou planos para alguma
próxima gravação?
Estamos compondo material, nossa primeira música depois
dessa volta se chama Heavy Metal is my Faith continua na mesma pegada da demo
Power of Metal fala de nossa paixão pelo Heavy Metal e a ótima sensação que ele
nos proporciona, estou curtindo pra caralho ela, mais sou suspeito pra falar
rs... relembramos músicas que não temos gravadas, estamos sempre pensado em
gravar algo sim, nós gostamos de entrar em estúdio e ver o resultado dos
ensaios com uma produção legal e poder divulgar o trabalho, mas não temos data
e nem preparados para isso ainda.
9 – Ao vivo, além do material próprio, vocês andam fazendo
algum cover?
Sempre colocamos um ou dois covers de bandas que são
importantes em nossa influência no set, Soldiers of Hell do Running Wild
continua, mas temos outros covers uma do Manowar The Gods Made Heavy Metal e
Black Sabbath com Eletric Funeral estão no set no momento, mas é claro focamos
sempre em músicas próprias, nossa motivação maior na música é compor e mostrar
nosso trabalho.
10 – Como anda a cena underground em Presidente Prudente?
A cidade aqui sempre teve boas bandas representando o
underground, com a proposta de fazer som próprio e mantendo aquele espírito
underground, continua assim bandas novas surgindo e bandas antigas que
continuam ou voltam como foi nosso caso, sempre houve espaço também, hoje em
dia existe um bar onde acontece alguns eventos, e assim a cena vai se mantendo
como muita força de vontade e criatividade, hoje vejo um número menor de
festivais em relação ao passado, mas não é exclusivo de Presidente Prudente.
11 – Qual é a formação atual do Fright Night?
Hoje o FRIGHT NIGHT é um power trio com Rodrigo Mattos na
guitarra e voz Luís Brandão na bateria e Luís Rodela no baixo.
12 – Quais serão os próximos passos para o ano de 2016?
Esse ano é um recomeço, ano passado não ensaiamos para
chegar em um ritmo ideal, ainda mais pra quem ficou parado tanto tempo, 2016 já
começamos novamente com shows e a ter mais foco e organização, compor músicas
novas e aprimorar o repertório, queremos correr atrás do tempo que perdemos,
fazendo shows e novos contatos para divulgar nosso trabalho novamente.
13 – Gostaria que você citasse alguns álbuns favoritos seus?
Accept -
Balls To The Walls, Grave Digger - Tunes of War, Judas Priest - Painkiller,
Running Wild - Black Hand Inn e Gates of Purgatory, Rage - Trapped, Helloween -
Walls of Jericho, Megadeth - Rust in Piece, Riot - Thundersteel, Bomber -
Motorhead, esses são alguns, mais a lista é maior e vai longe.
14 – Nestes anos de atividade no underground, quais bandas
da região você que deveriam ter o material mais explorado, independente de
estiver na ativa ou não.…
Vixi !!! rs… são muitos anos e muita banda boa na ativa ou
que já parou em várias vertentes que podem ser citadas aqui, mas para manter um
foco e não me perder na pergunta, vou falar de bandas que peguei o material e
estou ouvindo ultimamente, eu sou apaixonado pelo Thrash e Heavy oitentista,
gosto de bandas que erguem essa bandeira, aqui em Prudente tem o Arkhaikos
Thrash Metal e estou ouvindo também o Thunderlord banda de Londrina que faz um
excelênte Heavy Metal puro e verdadeiro duas bandas da região que Headbangers
podem adicionar na coleção com certeza.
15 – Quais as condições para se levar o Fright Night para
algum evento?
É muito fácil rs... procuramos equilibrar as coisas,
sabemos da dificuldade enorme para se realizar um evento underground hoje em
dia, mas também não podemos sair por ai gastando o dinheiro que não temos com
transporte e alimentação que hoje também é muito caro, então procuramos que as
coisas fiquem boas para ambas partes.
16 – Rodrigo, muito obrigado, deixo o espaço aberto para
suas considerações finais! Grande abraço!
Gostaria de parabenizar pelo trabalho realizado aqui no
Colorado Heavy Metal, apoiando a cena underground e dando espaço para
divulgação de nosso trabalho, que continue assim e cada vez mais forte, quem
quiser saber mais sobre a banda entre em contato pela nossa página no facebook
https://www.facebook.com/frightnightmetal/?fref=ts muito obrigado FORÇA UNDERGROUND
!!! Por Vitor Carnelossi
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