domingo, 20 de abril de 2014

ENTREVISTA COM HUGO, DA BANDA SUB-VERSÃO

Hoje o Blog COLORADO HEAVY METAL leva a nosso leitores uma entrevista com o Baterista Hugo Ubaldo falando sobre sua nova empreitada na “cozinha” do power trio SUB-VERSÃO. Fazendo uma fusão de rock / música brasileira / rap, a proposta ousada da banda chega a seu primeiro fruto, a música "Chico Baiano e o Samba-Enredo do Cotidiano" que precede ao EP que logo estará saindo do forno ! Oriunda de Paranavaí a banda é um novo folego para cena local e promete uma interação cultural e inquieta para levar sua mensagem adiante. Acompanhem a entrevista e confiram o som dessa galera que fazem sua parte no underground paranaense!

Hugo (Voz e Bateria), Marcos Henrique (Guitarra e Voz), Guilherme Rebelo (Baixo e voz).



1 -Olá Hugo, o Blog COLORADO HEAVY METAL agradece sua  passagem por nosso espaço, primeiramente como esta nesse momento  os trabalhos envolvendo o Sub-Versão?
R: Primeiramente, agradeço o convite em nome do grupo. E desde já, parabenizo a todos envolvidos no blog, uma bela iniciativa cultural.  Estamos em processo de finalização do nosso primeiro EP, faltam alguns detalhes referentes à parte técnica e estamos já pensando no trabalho de divulgação. Enquanto a parte musical, referente a shows e criação, estamos pegando pesado em umas composições novas que vamos apresentar em dois Festivais em Maringá no mês de Maio.


2 – O Nome da banda é autoexplicativo, rege-se diretamente  uma maneira de um contexto político e também um musical, qual o conceito que melhor define a proposta da banda?
R: Uma separação difícil essa. Não conseguimos separar nossas posições políticas/ideológicas dentro do nosso processo de composição musical. Ou seja, nossa música é um ato político, social e cultural. Em referência ao nome, tentamos criar essa dupla visão com o uso do hífen. 

3 – O Sub- Versão agrega uma musicalidade que abraça as referencias brasileiras, ainda existe uma tendência de preconceito pelas vertentes “mais rock” do cenário nacional em retratar nossa cultura através referências  musicais?
R: Eu acho que ainda existe, porém diminuísse cada vez mais. As barreiras são quebradas aos poucos, a pluralização da nossa música é clara, desde as bandas propulsoras do rock verdadeiramente nacional, ali nos idos dos anos 70, até chegarmos ao Sepultura usando elementos clássicos da cultura popular brasileira, como a capoeira e instrumentos indígenas.  É algo sensacional.  Estamos ai, mesclando e buscando agregar tudo aquilo que pensamos ser bom ao nosso som, sem preconceitos. 
SUB-VERSÃO AO VIVO



4 – Fiz a pergunta anterior pelo fato das bandas brasileiras em geral fazerem algo usualmente estrangeiro, não difícil achar bandas falando sobre Celtas, Vikings, Runas e outras demais culturas...
R: Sim. Acho que temos coisas sensacionais que envolvem nossa cultura, porém, nada impede você de buscar coisas de fora para agregar ao seu som. O mundo é um todo. Dei o exemplo do Sepultura que cantava em inglês a maioria das musicas; Mas isso não os impediu de retratar a cultura nacional de alguma forma. Só acho complicado quando se coloca que tudo que vem de fora é melhor. Ai sim... Temos um problema grande.

5 – o Sub-Versão conta com 3 músicos, sendo um trio é mais fácil direcionar as composições sem haver aquela famosa divergência musical?
R: As composições na maioria das vezes são esboçadas por mim e lapidadas em conjunto, juntamente com o processo melódico. Realmente, em três as coisas são mais simples. E tem um fato a mais, somos primos e fomos criados sempre juntos, como irmãos. Tudo isso gera uma maior facilidade na hora de se ajeitar tudo. Mas as divergências também são naturais!

6 – No Release da Banda, é claro a influencia de Rap no conceito e som de vocês, em bandas anteriores você tinha como relação mais estreita com o punk rock, qual a diferença que você enxerga entre a maneira de protestar punk e a rica ideologia contida no Rap?
R: Eu e o Marcos (guitarrista) iniciamos em uma banda de Punk Rock, onde o Guilherme (baixo) também fez algumas apresentações. O Punk tem muito de Rap, e a recíproca é verdadeira. O Punk Rock é uma vertente clássica de composição política e o Rap tem na sua gênese a luta social em vários frontes culturais (Hip-Hop), ambos são filhos da luta urbana. Em minha opinião, o Rock em sua forma geral, lógico, com exceções de bandas e alguns estilos, se transportou para o “mundo” da comercialização e foi “domesticado”. Algo diferente do Rap (Hip-Hop), que ainda na sua maioria, se mantém coeso em idéias e batalhas. Mas nossa banda bebe das duas vertentes e entende que ambas são muito parecidas. Lutas são lutas.   

7 –Você  poderia nos contar por quais bandas você, Guilherme e Marcos passaram  antes de formarem o Sub-Versão, pergunto isso pois é interessante para sabermos da cena de Paranavaí ?
R: Eu, Marcos e Guilherme passamos pelas bandas: Malditos Garotos (Punk Rock), Cadillac 52 (Rock/Punk) as duas tinham trabalhos autorais e covers. O Marcos hoje em dia além de participar da banda Sub-Versão faz parte da Rock Squad (Rock). Aproveitando a pergunta, vou mandar um grande abraço para toda galera da cena de Paranavaí que luta muito e mesmo com todas dificuldades, faz acontecer. Em especial para aqueles que foram nossos companheiros por algum tempo: Larsen e Alex (Malditos Garotos) e Walisson e Michael (Cadillac 52).



8 –  "Chico Baiano e o Samba-Enredo do Cotidiano" é a primeira faixa liberada para a galera curtir. Qual foi a recepção da banda com essa faixa?
R: As nossas expectativas foram superadas. O som foi muito bem aceito pela galera e algumas portas forma abertas por decorrência de você ter algum material em mãos. Isso é essencial quando a proposta se baseia integralmente em trabalhar de forma autoral. Esperamos ter ainda mais portas abertas após a conclusão e lançamento do EP.

9 –O próprio nome do som  já remete o ouvinte a nomes do alternativo nacional, tais como Chico Science e Nação Zumbi,  o que você pode nos contar sobre a construção dessa faixa?
R: Essa musica é uma das primeiras que montamos. Ela é carregada com um peso bem rock e tem uma cadência que referência a musica nordestina. Gravar esse som foi um barato e muito prazeroso. É o primeiro filho.  A conexão ao imaginário cultural nacional é direta; Todos já conhecemos (e somos) pessoas que fazem a “roda girar”, se isso lhe agrada ou não já é outro assunto. Chico e Nação são imensos e grandiosos na musica, é um grande orgulho e honra fazer esse link de associação. 

10 – O Instrumental dela é bastante versátil, trazendo uma “cara” de Raimundos das antigas, porém com outras misturas que fazem parte da referencias pessoal de vocês, no caso da bateria podemos dizer que você utilizou muito elementos de musica brasileira, quais suas referencias ao arranjar essa faixa?
R: Nossa, são tantas referências. Em questão do som, como disse antes, nos preocupou fazer as conexões entre os estilos e não perder o peso. O Marcos tem uma pegada bem agressiva que vem da referência Punk/Hard core/ Trash; O Guilherme tem um groove que vem das misturas de Funk/Rock/Hard Core, e tudo isso tem que ser bem casado. Enquanto a batera, tento me aprofundar musicalmente, tendo em vista que estou vivendo de música, em decorrência disto, estou estudando muito musica brasileira e um pouco de musica latina; Alguns nomes vêm à cabeça, mas no quesito musica brasileira:  Kiko Freitas (João Bosco, Frank Solari) e Pupillo (Nação Zumbi) são grandes referências.

11 – Qual o conceito principal do SUB-VERSÃO, digo isso por que é notável o engajamento cultural, e de certa forma político.
R: “Rap, Rock and roll e Revolução”. Temos que acreditar e lutar pela justiça e igualdade; É mais do que digno, é necessário!

12 – Hugo, quais os seus bateristas favoritos?
R: Jojo Mayer, Thomas Pridgen, Jhon Bonhan, Chad Smith, Kiko Freitas, Pupillo, Brooks Wackerman, Travis Barker, Eloy Casagrande, David Garibaldi, Aaron Spears, Vera Figueiredo, Franklin Paollilo são alguns nomes, tem muitos outros que gosto, porém essa lista me inspira.

13 – Quais as 3 maiores bandas nacionais para Hugo Ubaldo?
R: Nossa...só três! Chico Science e Nação Zumbi, Ratos de Porão e Racionais Mc’s.  Explico: Chico e Nação foram a última grande revolução sonora a nível nacional, última coisa de caráter novo! Ratos de Porão e Racionais são baluartes da produção independente, e ambos mantêm-se na ativa com muita qualidade já por um bom tempo! Isso é sensacional! 

14 – Indique um disco para galera curtir com atenção!
R: Rage Against the Machine – Renegades (2000).  Muito bom!

15 – Quais seus álbuns favoritos?
R: Da Lama ao Caos (Chico S. e Nação Zumbi), Crucificados pelo Sistema (Ratos de Porão), Lapadas do Povo (Raimundos), Usuário (Planet Hemp), Land of the Free (Pennywise), Sonho Médio (Dead Fish), Evil Empire (R.A.T.M.), And out come the wolves (Rancid), Roots (Sepultura), Sobrevivendo no Inferno (Racionais Mc’s), Fear Of a Black Planet (Public Enemy), Mondo Bizarro (Ramones). Um pouco de várias coisas que curto, uma mescla, constante experimentação!
HUGO - GRAVAÇÃO DO E.P A SER LANÇADO


16 – Quais os planos que o SUB-VERSÃO tem para 2014?
R: Expandir nossos horizontes e levar nosso som para todo lado!



17 – O Blog COLORADO HEAVY METAL agradece sua participação, deixo o espaço aberto para suas considerações finais. Obrigado!
R: Foi um grande prazer participar desta entrevista e ter um espaço de divulgação de nosso trabalho. São destas iniciativas que a cena independente necessita para se fortalecer e ficar ainda mais movimentada.
Penso que estamos avançando, é difícil (sobre)viver de nossa arte, e isso as vezes nos entristece e nos desmotiva, porém , nossa luta deve ser impulsionada pela vontade de mudança e auto-gestão; Excluir intermediadores que fazem da arte apenas reprodução econômica e representam uma indústria cultural sem compromisso algum com a arte é nosso dever. Mais uma vez, agradecemos o grandioso espaço e vamos à luta! 

Por Vitor Carnelossi

domingo, 13 de abril de 2014

ENTREVISTA COM O GUITARRISTA EDUARDO JORGE DE COLORADO!

Em mais uma entrevista do COLORADO HEAVY METAL, conversamos com um amigo que esta na cena há tanto tempo que sua imagem é totalmente ligada ao Rock! Pra quem conhece o Eduardo desde as antigas, era impossível curtir um AC/DC, LED, BLACK SABBATH sem recorrer ao acervo do cara. Além do fator de gosto pessoal, o “Edu” também colocou o rock clássico em pauta formando bandas e projetos  que proporcionaram ótimos shows colorado afora. Apesar de uma identificação maior com o rock setentista, podemos dizer que o Eduardo encabeçou o Heavy Metal em nossa cidade e influenciou uma “molecada” pra nossa pequena cena. O tempo passa e muita gente se distancia, e até não gosta da associação de sua imagem ao Heavy Metal com medo de “queimar” a imagem perante a sociedade... Aqui esta um cara de respeito, falem o que quiser, mais o Eduardo não muda, é sempre o Eduardo Rock ‘n Roll!!!

Eduardo Jorge, e uma fender pra lá de Classic Rock!


1 - Eduardo é um prazer tê-lo em nosso veiculo de comunicação underground. Primeiramente Gostaria de Saber como e quando você começou a curtir o rock e todas suas vertentes!
R:Eu tinha um amigo (o Toninho)  que já gostava de rock ai uma vez fui na casa dele, naquele tempo era só vídeo game uhahuhaua, foi quando ele colocou um disco la pra rodar putz curti demais aquilo era o Ozzy no rest for the wicked , enloqueci comecei a emprestar umas fitas cassetes dele tinha de tudo slayer, iron maiden,  Nazareth, led e assim foi no walkman  ate eu conseguir meu 3 em 1 e enfim adiquirir aquele discão do ozzy la heheh

2 - Quais as primeiras bandas que você teve contato?
R: meu primeiro e definitivo contato foi com OZZYOSBOURNE lp no rest for the wicked,na sequencia black sabbath com sabbotage,led zeppelin , creedence ,e por ai vai

3 – Como era o Rock em Colorado nos anos 90, e como você compara essa época  como a os dias de hoje?
R: os anos 90 e final dos 80 era mais legais em vários aspectos, as pessoas se relacionavam mais não tinha toda essa virtualidade de hoje que acabou tirando a graça de muita coisa, colorado não foge a regra , o rock n roll por aqui sempre foi devagar anos 80 existia mais porque quem ouvia sertanejo era jacu, teve ate virga férrea na sorveteria do seu Geraldo kkk tinha aqui a banda TRAMA do bily  que fazia rock essa foi mudando de formação e durou ate os anos 90 ,ai nos 90 que foi quando comecei a sair e ter contato com o pessoal a coisa tava indo pro buraco já com o lance rodeistico aqui , diria que colorado não teve nada nos anos 90 de rock a não ser na showzinhos na catita e algumas festinhas com bandas daqui mesmo ,acho q a coisa aqui aconteceu mesmo com o futy rock fest fora isso nada de rock ao publico com bandas vindas de fora , show de rock legal mesmo



4 – Sua Primeira Experiência como músico foi em um projeto chamado “ MEROS MORTAIS” , como foi essa primeira experiência como Músico?
R: não a primeira  banda foi com o incógnita no qual era eu , Rafael ,dinei ,piru depois o piru saiu entro o tachibana com essa bandinha tocamos na catita algumas vezes e numa festa ou outra era bacana ensaiávamos direto não tinha tempo ruim (foi minha escola) , depois de um tempo o tachibana foi pro japao eu peguei o baixo ficamos em 3 dai apareceu o Flavião Palhares que cantava e tinha umas letras querendo musicar, o “Projeto Meros Mortais” nos levou a tocar no festival de musica cidade canção o FEMUCIC foi muito legal pra gente porem o Rafael mudou pra londrina e a coisa afundou mais foi legal queria ter um aparelho de MD pra poder escutar novamente a demo

5 –  Você fez parte da banda CONFRONT que fazia um DEATH/THRASH , olhando anos atrás como foi fazer parte de uma banda extrema e um cenário tão pequeno quanto o de nossa cidade?
R:Poxa foi bacana era o que queríamos, mas uma pena mesmo é esse lance de banda precisar de muita gente cada um pensa de um jeito quando achamos q ia ser a nossa vez de realmente sair daqui tocando e coisa do tipo deu merda mais uma vez, hehe.

Banda Invaders Classic Rock


6 – Logo Após o CONFRONT você passou pelo SLEEPLESS (PRÉ-TRAGEDY GARDEN) e pelo GUILHOTINA HC que esta até hoje na ativa. Quais Suas Observações sobre essas empreitadas?
R:Amigos que conquistei ao longo desses anos uma honra ter tocado junto espero q continuem por muito tempo na ativa sempre terão meu total apoio

7 –  Eu acredito que você tenha se achado musicalmente a partir do projeto SPACE TRAVELLING, passando pelo BLACK SABBATH COVER e culminando no INVADERS CLASSIC ROCK, qual sua relação com o “rock setentista” em termos de guitarra?
R: BLACK SABBATH é minha referencia máxima no instrumento , quando tive o prazer de conhecer o Leonardo que dava conta de cantar aqueles sons mandamos ver depp puple, led sabbath e afins rock clássico na sua maioria setentista é minha paixão

Na estrada do rock em Campo Mourão, Eduado e Vitão


8 – O INVADERS pode ter tido seus problemas, mais foi uma banda que teve uma boa repercussão  regional.  Quais os principais desafios que uma banda de rock enfrenta dentro de uma cidade pequena?
R: INVADERS foi bem legal ,tocamos bastante ate por ai,foi divertido, já o lance da cidade pequena e fincada no sertanejo como a nossa impossibilita quase que em 100% vc que tem sua banda de rock fazer alguma coisa a nao ser ensaiar e se divertir com os amigos

Banda Incógnita (Edu no mosh ao fundo)


9  - Você esta com uma nova banda continuando a trilhar os caminhos do Rock dos anos 70, qual o nome do grupo  e as músicas que vocês estão preparando para a galera?
O nome é SPACE TRAVEL um repeteco do passado q achamos q tem a ver com nosso som atual que esta fincado no pink Floyd the doors creedence e outros clássicos lisérgicos, eperamos quem sabe durar a ponto de fazer nosso próprio som estamos começando e esta bem legal e divertido

10 – Como guitarrista, quais guitarristas você destacaria?
TONY IOMMI,JIMI PAGE,ANGUS YOUNG,DAVID GUILMOUR, entre vários outros estes ai são os que mais me influenciaram musicalmente

11 – Qual o álbum que você mais escutou em sua vida?
R: Black Sabbath PARANOID sem duvidas

12 – Pediria que você listasse seus álbuns favoritos!
Black Sabbath Black Sabbath,Ozzy No rest for wicked,Pink Floyd Animals,Led 3,ACDC Powerage,Sepultura beneath the remains, Slayer South of heaven, Iron Maiden The number of the beast ,Black sabbath heaven and hell,Deeep Purple Machine head,Pantera Vulgar display of power um top 10 sem ter preferido entre outros milhares q estão no meu favoritos hehe

Eduardo e suas preciosidades ao fundo!

13 – O que é o Rock n’ Roll para sua vida?
R: liberdade de expressão atitude seja la de qual forma, postura diferenciada da massa, desde que conheci ele faz parte da minha vida e vou carregar ate o fim sem sombra de duvida

14 – Muito Obrigado Eduardo, o Blog COLORADO HEAVY METAL lhe agradece pela entrevista. Deixo o espaço aberto pra suas considerações finais!
 Esta De parabéns a iniciativa do COLORADO HEAVY METAL desde seu nascimento , stay rock roll!


Por Vitor Carnelossi

COLORADO HEAVY METAL