É muito comum algumas bandas homenagearem seus artistas e
canções prediletos fazendo cover de alguma música. Isto sempre existiu, e hoje
em dia, com o advento da informação sem limites da era da internet, podemos nos
deparar com algumas pérolas e também com algumas esquisitices, convenhamos.
Este artigo, porém, foca em algumas versões que sufocaram as
originais, tornando-as ´´soft´´´demais e em alguns casos, devido ao formato das
versões originais, imaginar como alguém poderia imaginar e compor roupagens
extraordinárias para criações aparentemente normais. Vamos a alguns casos.
Ouça-os, e tire suas conclusões.
Orgamastron – transformado num verdadeiro e alucinante
petardo pelo verdadeiro Sepultura, esta versão veio como bônus na versão
mundial do álbum Arise, que elevou a banda ao estrelato. Apesar do Max Cavalera
comentar que gravou este vocal num ´´fogo brutal´´ durantes as sessões, a
energia e a marcação pesada transformou este cover num hit, num hino. Vi vários
vídeos com a banda tocando em versão muito mais rápida que a própria gravação
como bônus. A versão original do Motorhead classifico como medonha, inclusive
por partes com o chimbal aberto totalmente dispensável.
Commando – fico imaginando a cara dos Ramones quando ouviram
a versão do Ratos de Porão, sendo faixa integrante do Anarkophobia. Pesada,
furiosa, marcante. O vocal de João Gordo, neste disco como um todo, é uma
verdadeira prova aos incrédulos do metal em português. Esta versão ficou
perfeita. Atmosfera apocalíptica dentro da proposta do álbum. Considero esta
verão um verdadeiro tesouro. A original, do Ramones, passou a parecer baladinha
de adolescente.
Countess Bathory/Black Planet – os paulistas do Genocídio,
além do conceito de uma das bandas cult do cenário brazuka, ficou marcada por
brindar seus fãs com versões avassaladoras do Venon e do Sisters of Mercy.
Countess Bathoty tem o vocal de Marcão e todo o peso e negativismo proposto em
Hoctaedrom, álbum cinzento do ´´Genoca´´ como é conhecida a banda no cenário. A
versão do Venon é algo comum, e se não fosse, precisaria ser reescrita e
regravada para superar a versão do Genocídio. Quanto a Black Planet, quem
conhece a versão original sabe o milagre que o Genocídio fez, já com o vocal
grave e soturno do Murillo. Vale lembrar que o Tragedy Garden homenageou este
trampo muitas vezes em seus shows.
Wuthering Heights –
já ouvi versões desastrosas desta música, em que alguns corajosos postam na
net. Cara, as linhas vocais é para quem sabe, e muito. E um cara que sabe
demais é o André Mattos, e fez uma versão matadora para o debut da banda,
Angels Cry, um álbum que contou com o que chamo de ´´dream-team´´ do metal
brazuca. Espetacular, encorpada, emocionante e com um belo solo de guitarra.
Confesso que nunca mais consegui ouvir a versão da Kate Bush.
Por Marcão Azevedo
Por Marcão Azevedo